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O ano de 2016 foi considerado positivo para a produção de café em Minas Gerais. No período, que, ao contrário dos anos anteriores foi marcado por variações climáticas pontuais, foi colhida uma safra recorde de 28,9 milhões de sacas, o que significou um crescimento de 29,7% frente ao ano anterior. Os preços também apresentaram recuperação. Para o próximo ano, a expectativa é de queda na produção devido ao período de bienalidade negativa e ao desgaste dos cafeeiros após a safra alta.

Minas é o maior estado produtor de café, sendo responsável por 58% do volume nacional. A produção estimada para o Brasil é 49,6 milhões de sacas, aumento de 14,8% em relação ao período produtivo anterior, segundo os dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). De acordo com o diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Cafeicultura da Faemg e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Breno Mesquita, o ano foi positivo para a cultura. “Este ano tivemos uma safra excelente em Minas Gerais. Os dados da Conab confirmam uma safra de 28,9 milhões de sacas de 60 quilos em Minas e de 49 milhões no Brasil, o que é recorde para o Estado. Tivemos um bom ano, com boa produtividade e os preços competitivos”. Os preços pagos pelo café mantiveram-se acima dos custos em parte do ano, cenário que no início de dezembro foi modificado. A queda dos valores, segundo Mesquita, não condiz com a realidade entre a oferta e a demanda pelo grão, já que existe um déficit mundial na produção do café. Os estoques oficiais de café no Brasil estão em torno de 750 mil sacas, ou seja, o volume é praticamente nulo. “Não existe explicação para a queda dos preços do café. O grão é uma commodity tão complexa que vários fatores influenciam, como o câmbio, as questões políticas, as eleições dos Estados Unidos, entre outros. Então, tudo isso faz com que o ambiente comercial do café sofra interferências externas. Mas, hoje, baseado no que o Brasil e o mundo produzem e consomem, sabemos que teremos um déficit de café. Isso já vem acontecendo há algum tempo”. Com a retração verificada nos preços, a situação dos produtores é considerada desafiadora. Se em meados de novembro a cotação do grão estava em torno de R$ 600 por saca de 60 quilos, o preço na segunda semana de dezembro já variava de R$ 530 a R$ 550, o que dificulta o planejamento. Ao longo do ano, Minas Gerais enfrentou alguns problemas climáticos. Com as chuvas no final de maio e início de junho, quando a colheita já havia sido iniciada, houve queda de café e perda de qualidade. Também foram registradas geadas e chuvas de granizo em áreas expressivas no Sul de Minas. As altas temperaturas e a falta de chuvas também marcaram o ano em algumas regiões. O maior impacto será sentido na produção em 2017.

 

Por Editor1

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