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O presidente da Câmara Elmar Goulart e o vereador Cleber Cabeludo são os autores da proposta da audiência pública

PMA não colabora financeiramente com a entidade, apesar de a Casa Legislativa ter aprovado uma autorização no ano passado

Foi promovido neste último dia 11, no Anfiteatro do Hospital Doutor Hélio Angotti na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, uma audiência pública pela Câmara de Vereadores uberabense. Representes políticos de várias cidades que buscam atendimento para seus cidadãos na unidade hospitalar, como Araxá, Tapira, Sacramento, Capinópolis, Serra do Salitre, Conquista, dentre outras cidades, participaram do encontro.

O encontro foi realizado para que as cidades que tem pacientes em tratamento no Hélio Angotti, junto à direção e o legislativo uberabense, cheguem a um acordo para que todos possam ajudar a fomentar financeiramente, os cofres da entidade, que atende na sua maioria pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas não consegue suprir todas as despesas.

“Eu tive o prazer de conhecer o hospital e me deparei com uma crise financeira muito grave. Hoje o hospital atende quase 100% SUS. É muito difícil e nosso hospital está doente. Precisamos dar um fôlego, recuperar a saúde do Hospital, para que ele possa continuar prestando esse serviço, não só à Uberaba, mas toda a região, como vem acontecendo. Precisamos socorrer o Hélio Angotti e nós vamos trabalhar diuturnamente para alcançar nosso objetivo”, disse Elmar Humberto Goulart, presidente da Câmara de Uberaba.

Da Câmara de Vereadores de Araxá, no Alto Paranaíba, o vice-presidente da Mesa Diretora Amilton Marcos Moreira (Sargento Amilton), representou o legislativo municipal. O poder Executivo não encaminhou representante.

Durante sua passagem pelo hospital, o vereador Sargento Amilton pode visitar as instalações modernas do prédio e ver de perto a realidade da instituição. O vereador andou pelos corredores das áreas infantil, adulto, passou pelas áreas de exames e na farmácia do Hélio Angotti.

Só no setor fármaco, cerca de R$ 4 milhões tem que estar em caixa mensalmente para a compra dos medicamentos. Alguns chegam a custar R$ 70 mil à ampola. São remédios quimioterápicos, que são fornecidos gratuitamente a todos os pacientes.

Um andar do prédio leva o nome da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que o construiu. Outra participação da empresa é a doação de R$ 400 mil, recentemente, para a instalação de uma máquina, que será usada nos procedimentos. Além disso, cerca de seis mil araxaenses fazem doações à instituição filantrópica.

Durante a audiência, uma constatação preocupante do poder público de Araxá, conforme indagação do vereador Amilton ao diretor executivo, João Carlos de Almeida, o Hélio Angotti não recebe nada. “Depois de Uberaba, Araxá é a cidade que mais procura o hospital. Araxá hoje, a prefeitura participa apenas com o transporte e uma Casa de Apoio aos pacientes. No mais, não está participando com nada. Isso nós preocupa, porque, se amanhã, as portas do hospital forem fechadas, Araxá fica sem esse apoio”, disse Sargento Amilton.

O não repasse de recursos surpreendeu o vereador, afinal, no ano passado, a Câmara Municipal de Araxá, aprovou uma autorização ao prefeito Jeová Moreira da Costa, para que destinasse recursos para o Hélio Angotti. “Foi aprovado o projeto de lei, declarando de utilidade pública municipal a este hospital, e Araxá está autorizada por nós para repassar, mensalmente para esse hospital, a subvenção. Araxá não pode ser mais omissa. O Hospital hoje está doente e precisa de uma reposta”, salientou.

Em 2013, de Araxá, foram 413 pacientes internados; outros 4.239 atendimentos de araxaenses no ambulatório, totalizando 4.652 pessoas atendidas pela entidade, ficando a cidade como a segunda com mais pacientes enviados.   Para Délcio Scandiuzzi, presidente do Hélio Angotti, poder reunir as autoridades e debater a saúde financeira do hospital é um momento histórico e de grande importância para toda a direção, pacientes e funcionários. “Temos um hospital para a região. A dona do hospital é a região. A gente fica feliz em estar à região representada aqui, para que a gente possa levar as melhorias que estamos aplicando aqui, adiante. É um dia histórico. O tratamento do câncer é complicado, é um problema grave de saúde pública e a gente juntos, tenho certeza, que vamos vencer”, ressalta.

Antes de serem levantadas as alternativas, o diretor executivo do Hospital Dr. Hélio Angotti, José Carlos de Almeida, apresentou a real situação financeira da entidade, que para funcionar custa mensalmente R$5,2 milhões e recebe R$1,7 milhão do Sistema Único de Saúde. O governo estadual destina ajuda mensal de R$176 mil e a União, R$319 mil. Hoje o hospital atende mais de quatro mil pacientes, enquanto que em 2009 eram cerca de mil. Segundo projeção da direção executiva, com doações da sociedade, o déficit até o fim do ano será de R$2,3 milhões. Sem esta colaboração o déficit seria de mais de R$13 milhões.

Por Editor1

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