Para o gestor público Renato Brito, ‘a intervenção do Estado, ainda que necessária, não é suficiente para promover o desenvolvimento’.
Nunca se falou tanto sobre a necessidade de se buscarem novos paradigmas de gestão. Gerir pessoas, processos, projetos ou organizações não são mais fatores de uma visão mecanicista, sistemática, metódica, ou mesmo sinônimo de controle, tarefa e obediência.
Para o gestor de políticas públicas, Renato de Oliveira Brito, que atualmente é responsável pela pasta de sustentabilidade do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é preciso discutir e entender o disparate entre as técnicas obsoletas e tradicionais e as modernas, empreendendo uma gestão participativa.
“Devemos tratar o desenvolvimento em sua dimensão mais ampla, que inclui a evolução do capital humano, do capital social e o uso sustentável do capital natural”, afirmou Renato, que tem tratado sobre o tema em diversos países.
Segundo ele, quando o cidadão observa experiências bem-sucedidas de desenvolvimento, ele descobre que, na maioria dos casos, existe um elevado nível de cooperação e parceria entre Estado, Mercado (entendido aqui como o conjunto dos agentes econômicos) e sociedade (entendida aqui como o conjunto das organizações sociais, de todo tipo). “A intervenção do Estado, ainda que necessária, não é suficiente para promover o desenvolvimento”, enfatizou Renato.
De acordo com ele, para se obter um alto nível de participação, é preciso adotar estratégias de planejamento e gestão compartilhada do processo de desenvolvimento.
“Tais estratégias é que permitirão à comunidade, através da experiência prática, o aprendizado necessário para que ela seja capaz de identificar potencialidades, oportunidades, vantagens comparativas e competitivas, problemas, limites e obstáculos ao seu desenvolvimento, a partir dos quais poderá escolher vocações, estabelecer metas, definir estratégias e prioridades, monitorar e avaliar resultados, enfim, a capacitação requerida para planejar e gerenciar, de forma compartilhada, o processo de desenvolvimento”, explica.
Desse modo, as estratégias de planejamento e gestão compartilhada, por serem participativas, contribuem para o crescimento do capital humano e do capital social, ampliando as possibilidades de empoderamento da população local e facilitando a conquista da boa governança, condições fundamentais para o desenvolvimento sustentável.