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Até hoje apenas vinte e dois atletas conseguiram realizar a prova na categoria solo, ela se tornou a sexta entre as mulheres e quarta entre as mulheres que não utilizaram roupa de neoprene, marca histórica que lhe rendeu reconhecimento no mundo da natação

Depois de colecionar grandes resultados por todo Brasil e no exterior, em provas de natação e Triátlon, com grande destaque para as provas como o Mundial de Triátlon de Londres, o Ironman em Florianópolis, Ironman 70.3 de Miami, dentre outras, a triatleta  Catarina passou a se dedicar à natação de grandes distâncias em mar aberto, fez por duas vezes a Ultramaratona Bertioga – Guarujá, Maratona Aquática 14 Bis, uma das mais tradicionais do Brasil  no litoral paulista; em uma delas, enfrentando o mar bastante agitado com a chegada de uma frente fria.

No dia ultimo dia 28 de janeiro a Ultramaratonista Catarina Porfírio completou o super-desafio de atravessar as agitadas águas do oceano Atlântico entre as praias do Leme ao Pontal no Rio de Janeiro, superando longa distância, possibilidade de hipotermia, de enjoo, correntes contra, mudança de temperatura da água, além de risco de outras intempéries. Largando exatamente a meia noite, desde o início Catarina conseguiu encaixar um bom ritmo com excelente média de  braçadas por minuto e pernadas de dois tempos constantes, tendo como maior dificuldade os contatos com “água viva” que chegaram a provocar  urticária e até queimaduras. Após 10h 14min a nadadora finalmente chegou à Praia do Pontal, superando uma distância aproximada de 36 km.  O feito rendeu destaque na Swin Shannel, o maior e principal HUB de conteúdo e serviços da natação do Brasil. Foi matéria na  Open water swimming um dos canais de Águas Abertas mais respeitados do mundo, seu nome foi incluído também na Openwaterpedia, ao lado dos grandes feitos e de nadadores mundiais.

A Travessia do Leme ao Pontal é um desafio para poucos, Catarina é a sexta mulher a conseguir realizar este dificílimo percurso, apenas 22 pessoas conseguiram realizar a prova na categoria solo, sendo ainda a quarta mulher a realizar o percurso no solo sem neoprene (roupa de borracha que auxilia na flutuação e estabilidade da temperatura corporal). O ponto de largada, próximo ao costado da Pedra do Leme, com passagem por diversas outras praias e ilhas de extrema beleza como as Praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca, Recreio e Pontal, assim como pelo Arquipélago das Cagarras e pelas Ilhas Tijuquinhas. Mas a travessia transcende as belezas naturais existentes ao longo do percurso, apresentando grandes obstáculos naturais e desafiadores. Aliado a esta geografia privilegiada, o mar e as condições climáticas, através das fortes correntes, ondulações, ventos e das temperaturas variadas, exigem da nadadora uma excelente resistência física, mental e muita coragem. “Foi maravilhoso. No começo sofri um pouco com as águas-vivas, mas depois consegui aproveitar o visual e vi todo o nascer do sol. Foi demais. E nadar a noite também foi muito bom”, declarou Catarina após a prova. Para quem encara esses desafios com prazer, como forma de aproveitar a natureza, a saúde, o gosto pela vida e a adrenalina o que parece um obstáculo se transforma em um novo desejo, um novo desafio e cada superação é um gatilho para um novo objetivo. Águas passadas, esta nova conquista já passou a fazer parte de um treinamento para desafiar as  turbulentas águas do Mar do Norte, que se juntam ao Oceano Atlântico na famosa e radical Travessia do Canal da Mancha, entre França e Inglaterra, ainda este ano.

 

LPSA ressalta para os desafios desta radical aventura

Durante a preparação para nadar esta travessia, os atletas devem levar em consideração a forma como pretendem abordar os cinco desafios que testam a resistência física, mental e a coragem de um ultramaratonista. É importante que nenhum participante subestime os cinco desafios abaixo.

A Travessia do Leme ao Pontal possui cerca de 35Km na sua distância mais curta. Um programa de treinamento rigoroso deve ser adaptado de modo que o atleta possa nadar esse percurso em águas abertas, sempre considerando alguns quilômetros extras devido as fortes correntes existentes durante o trajeto. Os nadadores também devem se preparar para realizar treinos de longa duração, de preferência, acima de 7 horas (média de 25Km). Caso o participante nunca tenha nadado esta distância, é imprescindível que faça um planejamento de treinamentos de maneira que possa aumentar, gradativamente, o volume e a sua capacidade física e mental para se manter nadando por longos e extenuantes quilômetros.

É importante ressaltar que as temperaturas da orla carioca oscilam com frequência. Isso significa que as temperaturas de superfície irão mudar ao longo do dia, sendo mais frio pela manhã e quente sob o sol da tarde. Além disso, regularmente a água mais quente encontra-se perto da costa. Existem ótimos maratonistas e ultramaratonistas que não conseguem nadar quando se deparam com temperaturas próximas a 16 °C. Sendo assim, a resistência as baixas temperaturas devem ser treinadas com seriedade, pois a hipotermia é uma questão muito comum entre os atletas, prejudicando-os na performance e conclusão das travessias. Portanto, o candidato a nadar a Travessia do Leme ao Pontal deve aclimatar-se à imersão em água fria por longos períodos de tempo. Outros fatores como a fadiga, a hidratação, o estresse e a falta de sono podem contribuir para o aparecimento da hipotermia. Desta forma, os observadores oficiais da LPSA são bastante atentos em relação a segurança dos atletas e, em caso de qualquer sinal de hiportemia, o nadador será retirado da água como forma de proteger a sua integridade física.

Antes que a travessia comece, o barco levará o atleta ao ponto de largada, próximo a Pedra do Leme. Este trajeto dura aproximadamente meia hora, e por isso, os enjoos podem fazer parte da viagem do nadador e de sua equipe. Sendo assim, todos os integrantes devem tomar providências para evitar que as náuseas incapacitem o atleta de concluir o desafio.

Como forma de evitar as correntes contrárias que costumam aparecer no final da travessia, a largada é prevista para acontecer entre meia-noite e duas horas da manhã, independentemente da data do desafio. Esta decisão estratégica da LPSA, em benefício do atleta, faz com que este tenha que nadar por algumas horas no período noturno. Desta forma, treinar durante a noite é fundamental para que o nadador sinta as dificuldades de visibilidade, de navegação e de percepção de profundidade. O participante também deve praticar à noite para aprender a navegar com bastões luminosos como seu único guia no mar. Poucos lugares são tão escuros como nadar afastado da costa, o que leva alguns atletas a ficarem desorientados quando estão sob esta condição, em que o horizonte desaparece, e mar e céu se misturam. Vertigem e náuseas são queixas comuns entre os ultramaratonistas.

Correntes são imprevisíveis e podem ser rápidas. A grande maioria das travessias acontecem com correntes contrárias durante um certo trecho, o que promove o desgaste do atleta, comprometendo a velocidade do nado. Porém, não há como prever quando ou onde estas correntes de superfície irão aparecer.

A araxaense Catarina Almeida Porfírio encarou este desafio radical de forma corajosa e destemida nadando na categoria solo, de acordo com Aderbal de Oliveira – Presidente da LPSA que fez parte do barco escolta juntamente com o treinador Igor de Souza “desde o início Catarina mostrou-se muita calma, determinada e com muita habilidade, mesmo tendo de superar no inicio o encontro com águas vivas que lhe provocaram urticárias e até queimaduras”, comentou Aderbal.

A Leme to Pontal Swimming Association (LPSA) tem como função orientar os atletas e realizar todo o procedimento burocrático, bem como organizar, para que os nadadores possam concluir a Travessia do Leme ao Pontal com total segurança, reconhecendo e certificando os atletas que conseguirem realizar a travessia.

 

Fotos – LPSA

 

 

 

 

 

Por Editor1

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