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Na noite da última sexta-feira, 3, o Festival de Inverno recebeu cerca de 3.000 pessoas no pátio da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB) para acompanhar o último dia do evento.

O 1° Festival de Inverno, que contou com o apoio do Circuito CBMM de Cultura, teve seu encerramento na noite da última sexta-feira, 3, com a apresentação do músico e compositor Geraldo Azevedo. Cerca de 3.000 pessoas assistiram ao show realizado no pátio da Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), onde fãs relembraram grandes sucessos do músico pernambucano de “Rua do Dia Branco”, “Avenida Caravana”, “Petrolina e Juazeiro” e dentre outros. O show também foi uma oportunidade para que o público conhecesse músicas de seu novo trabalho, intitulado “Salve, São Francisco”, lançado em 2011.

Segundo o músico, a ideia do lançamento desse trabalho surgiu porque nasceu na beira do Rio São Francisco. “Quando eu morava lá, o rio era caudaloso e tinha muitas enchentes. Até lembro que a minha casa era longe do rio, pois a enchente chegava perto. Eu lembro que a roça que a gente tinha era submersa e achava encantador, porque o rio virava um mar e não via o outro lado do rio que era Bahia”, disse o cantor.

Outro fator que também alertou o cantor para a necessidade de lançar um CD com essa temática foi ter vivenciado a situação crítica que assola o Rio São Francisco. “Estive viajando em outras cidades, além de Petrolina, passando em Penedo, e fiquei bem preocupado, porque o rio (São Francisco) estava bem rasinho, as pessoas atravessavam o rio andando e fiquei impressionado com isso. O Rio São Francisco não pode acabar. É o maior rio que o Brasil tem, assim, nascido no Brasil, porque Amazonas é um rio, mas ele é continental, não é só do Brasil. Já o rio São Francisco, é o rio do Brasil, rio da integração nacional que une o Centro-Oeste com o Nordeste, por exemplo, e faz parte da minha vida”.

O compositor se apresentou pela primeira vez em Araxá e trouxe essa temática do Rio São Francisco que, para ele, é de suma importância para toda a comunidade. “Eu peguei o rio como o símbolo da água. Na verdade, chamo a atenção para água, porque ela é um elemento essencial. Às vezes, a gente não tem aquele devido respeito à água por achar que tem muita água no mundo, mas, na realidade, não temos”, complementou.

No show daqui de Araxá, Geraldo também relembrou seus grandes sucessos como “Avenida Caravana”, música que é executada na novela “Gabriela”, da TV Globo. “Tenho o maior orgulho dessa novela Gabriela, porque até na primeira versão dela, já tinha a minha canção e nesse tempo, não tinha gravado um disco solo e depois tive esta música, Caravana, na novela Gabriela, que foi um marco para minha carreira. Foi a primeira vez que a minha voz ecoou pelo Brasil e muito importante neste período, porque naquela época dos anos 60, 70, tocava mais ‘Ieieiê’ e ‘Jovem Guarda’”.

Para Geraldo Azevedo, foi uma grande honra ter feito um show aqui na terra de Beja. “O festival é sempre uma porta importantíssima. É tanto, que a gente começou em um festival. No disco que tinha eu e Alceu Valença, a gente botou uma música em um festival universitário, a gente classificou duas músicas, uma de Alceu e outra minha e dele, e a gente foi para as finais, ganhamos uma gravadora. Os festivais dão oportunidades para quem está fazendo música, para quem está chegando agora”.

A última noite do evento não apenas teve o toque nordestino de Geraldo Azevedo, mas também as músicas de Tarcísio Moura, artista araxaense que fez uma grande apresentação antes do show principal. “O meu show tem uma roupagem mais rock, mais pop e com composições de minha própria autoria. Eu toco violão, guitarra, canto… Cantar é a minha principal função. Escuto muita música de outros artistas e isso me enriquece bastante. Espero ter transparecido isso hoje [3]”, destacou.

Tarcísio contou que desde criança é um amante da música. “Eu lembro com meus 5 anos, beijando a Caren Cater no disco da minha mãe, achando ela linda, escutando Beatles, música brasileira como Chico Buarque, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, João Bosco, que tocou aqui semana passada, então a gente vai tomando contato”.

A música, além de ser o seu grande hobby, faz parte do seu dia a dia. “Faço algumas apresentações em casamento, aí trabalho como cantor, tenho um projeto de blues, que é outra grande paixão minha, apesar de minhas músicas não terem nada a ver com isso. Além disso, sou empresário, sou fabricante, portador de cordas de instrumentos musicais. Tento me desdobrar para fazer de tudo um pouquinho”.

Tarcísio Moura comentou que se apresentar em um festival com grandes artistas é um grande passo para a sua carreira. “A música cresce em qualquer lugar. Que bom que Araxá está dando esse espaço para ela aparecer. Eu sinto uma honra e uma satisfação muito grande e, acima de tudo, de ser privilegiado de estar aqui apresentando uma música que é minha”.

Sobre o festival

Com o encerramento do 1° Festival, espectadores e representantes da organização chegaram à conclusão de que o evento conseguiu atingir realmente seu grande objetivo, que é proporcionar momentos prazerosos ao público de Araxá e da região com uma opção de cultura e lazer, além de atrair turistas para o município.

De acordo com o aposentado Hipólito de Oliveira, o 1° Festival de Inverno acertou em ser encerrado com a apresentação de Geraldo Azevedo. “O show foi maravilhoso. Eu curto Geraldo Azevedo há muito tempo. Ouço muitas músicas dele e o acho um artista ímpar”, confessou.  “A cidade estava precisando de um festival como esse para valorizar a cultura. Espero que ele volte um dia para o festival de novo”, salientou a advogada Adrielle Verçosa Alves.

O superintendente da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Clóvis Souza, ressaltou que o 1° Festival de Inverno foi uma experiência muito positiva para a empresa, que apoiou a realização do evento. “Tenho certeza de que, nos próximos anos, vamos repetir esse tipo de evento. É gratificante ver a casa cheia, a interação da plateia com os artistas. Isso tudo nos faz acreditar que a coisa foi bem feita e motiva a gente a fazer novamente esse tipo de evento para toda a comunidade”.

Segundo Luciano Faria, um dos organizadores do festival, o evento fechou um balanço altamente positivo. “A gente faz uma avaliação positiva por causa do contato com as pessoas que chegam até nós, conversam conosco… Sem dúvida nenhuma, tem agradado muito. Pela primeira edição e organização, o festival foi sensacional. Queremos fazer mais no ano que vem”, comentou Luciano.

O maior público do festival foi do Almir Sater, em torno de 4.500 pessoas na Fundação. Outros shows conseguiram trazer cerca de 3.000 pessoas. Com esses números apresentados, a estimativa é que cerca de 20 mil pessoas passaram pela Fundação Cultural Calmon Barreto entre o ínicio dos meses de julho e agosto.

Além de Geraldo Azevedo, a primeira edição trouxe também shows de João Bosco, Almir Sater, Flávio Venturini, Lô Borges e de artistas locais com o intuito de abrir espaço para cantores e compositores da terra de Beja, desde o último dia 6 de julho.

Por admin

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