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DSC00058A CODEMIG divulgou nos últimos dias, sob um tom auspicioso, que construirá uma fábrica de imãs de terras-raras na região de Belo Horizonte a partir do rejeito de nióbio que é retirado e processado em Araxá pela CBMM.

A matéria dos jornais informa: ” O novo empreendimento do governo através da Codemig pretende contribuir para a inovação, a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico do Estado. Atualmente, as terras raras são muito utilizadas nas tecnologias de ponta para fazer funcionar tablets, lasers, turbinas usadas na produção eólica, telefones celulares, mísseis e equipamentos eletrônicos.

A Codemig contratou a Fundação Certi por R$ 3 milhões para elaborar o plano de negócio e o projeto executivo do laboratório-fábrica com capacidade anual de 100 toneladas de imãs. O empreendimento será erguido ao longo de 2017 a custo estimado de R$ 80 milhões em área que a Codemig já possui na Região Metropolitana de Belo Horizonte.”

O que se percebe é que esta estatal está tentando financiar o desenvolvimento da região de Belo Horizonte, com riquezas minerais e recursos financeiros gerados em Araxá.  Enquanto isso, nós convivemos com falta de recursos para a Santa Casa, para a Casa do Caminho, para todas as demais entidades assistenciais do município; além de várias outras carências.

Se esta decisão for mantida, haverá perda de arrecadação, perda de empregos de alto grau de especialização e perda de renda por parte das empresas de serviços instaladas aqui. Além disso, o nosso sistema de ensino, pesquisa e formação de mão de obra, representado por  Uniaraxá, CEFET e SENAI, perderá uma oportunidade única para um salto em seus portfólios de atuação que poderia resultar na criação de centros de referência em áreas do conhecimento que o Brasil ainda não domina. Araxá não pode continuar na condição de mera produtora de matérias primas. Não podemos aceitar mais a condição de coadjuvante quando se trata de riquezas que, praticamente, só Araxá tem.

O mínimo que se espera da CODEMIG neste momento é uma detalhada e confiável argumentação sobre os motivos que a levaram a esta decisão. Afinal, o nome desta estatal é Companhia de Desenvolvimento Econõmico de Minas Gerais e NÃO Companhia de Desenvolvimento Econômico da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A decisão se torna ainda mais estranha pelo fato dos principais recursos que sustentam esta empresa saírem da participação na venda do nióbio da CBMM. Trata-se de um grande desrespeito à Araxá, até que se prove o contrário.

Murilo Borges de Castro Alves, engenheiro, consultor em gestão empresarial e pública, foi secretário de planejamento e meio ambiente de Araxá.

www.harmonia.eng.br

Por Editor1

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