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Está acontecendo, desde o início da semana, uma fase internacional do principal concurso de cafés especiais que será divulgado hoje.”

Classificados na  fase nacional realizada em Varginha (MG), nos dias 12 a 16 de janeiro de 2015, 44 produtores disputam título de melhor café natural do mundo. Cooperativa Agropecuária de Araxá Ltda (Capal) é a anfitriã da etapa, em Araxá, do Cup of Excellence – Naturals 2014, o principal concurso de cafés especiais do País. As provas e julgamento das amostras selecionadas estão sendo realizados em parceria com o Centro Universitário do Planalto de Araxá, a competição se encerra nesta sexta-feira, e a cerimônia de premiação acontecerá no Tauá Grande Hotel do Barreiro.

Ao todo, 203 amostras foram analisadas na pré-classificação. Dessas, 108 foram selecionadas para a fase nacional, realizada na semana passada, em Varginha. Depois da divulgação da etapa nacional, concorrem ao título de melhor café natural do Brasil 44 lotes.

As amostras que tiverem nota igual ou superior a 85 pontos (escala de 0 a 100 do Cup of Excellence) serão consideradas vencedoras do concurso e ganharão o direito de ser ofertadas em disputado leilão via internet.
O concurso Cup of Excellence foi iniciado por um grupo de profundos conhecedores de café juntamente com o suporte de entidades do governo e organizações não governamentais (ONGs), com o objetivo de recompensar os produtores por seus esforços e trabalho. A Associação Brasileira de Cafés Especiais – também conhecida como BSCA – realiza este concurso desde o ano 2000, e hoje conta com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (APEX-Brasil) e da “Alliance for Coffee Excellence” (ACE). Este concurso é aberto a todo produtor brasileiro de café arábica, sendo uma das ações do Plano Internacional de Marketing para a Promoção dos Cafés Especiais Brasileiros proposto pela associação.

A diretora-executiva da Associação, Vanusia Nogueira, destaca que o objetivo do concurso, voltado exclusivamente para os cafés naturais, é estimular essa grande parcela de produtores do País a adotarem as melhores práticas culturais em suas lavouras. “Focar a qualidade sempre tem sua recompensa. Ao se preocupar com a sustentabilidade ambiental e social em sua propriedade, o produtor tem como prêmio um melhor retorno financeiro, pois é grande o interesse dos compradores pelos cafés vencedores dos concursos com reconhecimento do tradicional certame, explica.
O Brasil é o único país onde ocorre a competição destinada exclusivamente aos cafés naturais (late harvest). “Esse certame tem sido um diferencial de mercado, pois vem possibilitando a descoberta de qualidades excepcionais, com novos atributos de sabores, que estão encantando os profissionais da cafeicultura em todo o mundo”, destaca a diretora executiva da BSCA. Na edição anterior,  o leilão dos lotes campeões arrecadou mais de R$ 700 mil, com o lance máximo equivalendo a aproximadamente R$ 5.000 por saca de 60 kg.

Especialistas:

O júri internacional do Cup of Excellence é composto por profissionais da indústria de café e provadores de vários países e locais do mundo. Cada fase internacional da competição normalmente inclui de 24 a 32 jurados, que representam uma ampla gama de experiências profissionais. Membros do júri vieram dos Estados Unidos, Europa, Japão, Canadá, Austrália, Brasil, Guatemala, Nicarágua, dentre outros. O denominador comum é um enorme conhecimento sobre degustação de cafés e um grande amor e apreciação por cafés finos.

Cafés Especiais:

A BSCA entende que, para um café ser considerado especial, ele precisa atender a requisitos mínimos de qualidade (80 pontos na escala Specialty Coffee Association of America – SCAA ou Cup of Excellence) e também pode atender a outros atributos que o valorizarão ainda mais, como as certificações de sustentabilidade, os orgânicos, os fair trades e as origens especiais, que podem ser caracterizadas por uma propriedade ou uma região demarcada oficialmente.

A produção de café especial está diretamente ligada a alguns fatores. Os principais são a forma correta de cultivá-lo, a localização, a topografia e o microclima da região e, posteriormente, os tratos e o manejo antes, durante e após a colheita. Nas microrregiões onde encontramos os requisitos naturais expostos acima, chega a ser “fácil” produzir café especial, mas, nas outras áreas, também podemos chegar a esse patamar por meio da pesquisa, tecnologia e muito cuidado.

O Brasil tem 12 principais regiões produtoras de café [identificadas como Sul de Minas, Matas de Minas, Chapada de Minas, Cerrado de Minas, Mogiana-SP, Montanhas do Espírito Santo, Conilon Capixaba, Paraná, Planalto da Bahia, Cerrado da Bahia e Conilon de Rondônia], o que evidencia a variedade de aromas e sabores dos cafés do Brasil. Mesmo sendo os aspectos sensoriais os mais relevantes na caracterização de um café especial, os padrões de sustentabilidade ambiental, econômica e social da cafeicultura brasileira cada vez mais têm influenciado na caracterização do produto.

O presidente da Capal e vice-presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Alberto Adhemar do Valle Júnior, destacou a importância de receber um  evento desta dimensão, não só para os produtores mas para toda a região, além da grande visibilidade internacional que ele alcança.  “A nossa região é diferenciada. O Cerrado Mineiro já é reconhecido internacionalmente por produzir cafés especiais. Agora, queremos tornar Araxá e a nossa microrregião também reconhecida internacionalmente. A nossa meta é transformar nossa cidade e os municípios vizinhos nos melhores produtores de cafés especiais do Cerrado Mineiro.”

Apesar de ser um concurso, estar presente neste seleto grupo que chega à fase internacional já é uma grande vitória.

Auditoria e apoio:

Com realização da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Alliance for Coffee Excellence (ACE) e Sebrae, a edição 2014 do Cup of Excellence Naturals será auditada pela Safe Trace Café e conta com apoio institucional da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), da Carmo Coffees, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), do Conselho Nacional do Café (CNC), da Capal e da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

Por Editor1

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