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Por: Alcino de Freitas.

Quando eu contei a História do Futebol Araxaense aqui no “Jornal Interação”, certa vez escrevi que, uma grande frustração foi de não ter entrevistado o Maneca, assim como eu o conheci. Tinha lá, meus cinco, seis anos, e meu pai Nicanor de Freitas (seu Bita), levava-me até o Estádio Fausto Alvim para assistir os jogos do Najá Futebol Clube. Lá me tornei um torcedor do clube e tive o privilégio de ver atuando, grandes craques najaenses como: Dario, Bolivar, Adão, Jamati, Uberaba, Pepita, Suim, Covanca, Paulinho Sapateiro, Vavá, Nivaldo, Vioti, Zé Pedro, Braz, Walter Natal, Bastinho, Chico Preto, Tó, Canhoto, Negrinho, Cazuza, Moreira, Afrânio, Chico Leite, Ildeu, Barra Mansa, Tizá, Macalé, Dib, Pinho, Maneca e outros jogadores locais, mais no final do Najá. Maneca, sempre me impressionou. Jogava de cabeça erguida, tinha um domínio técnico espetacular, driblava com muita facilidade e fazia lançamentos preciosos. Mesmo depois do final do Najá, Maneca, continuou atuando por quase todos os clubes de Araxá, sempre com a mesma elegância e com os seus dribles atrevidos. Foi um craque excepcional.

Osório Alves de Barcellos Sobrinho nasceu em Pedrinópolis – MG; no dia 19/10/1930. Faleceu no dia 06/08/2013, na cidade de Uberlândia, onde foi enterrado no Cemitério Campo do Bom Pastor. Deixa viúva, Maria Gabriela Esteves Barcellos e dois filhos: Renata Esteves Barcelos e Ricardo Esteves Barcelos.

A seguir uma crônica de seu companheiro de Najá, o jornalista José Pedro de Freitas.

ESTOU TRISTE

             Estou triste, muito triste… porém, não há como, ao recuar no tempo, frear as recordações, esquecer dos saudosos “Velhos Tempos” e ao aproximar o acaso, deixar de conviver com os fatos que motivaram nossas alegrias e tristezas.

Hoje estou triste, muito triste!!!

O retrospecto de agora me coloca no ano de 1942 e vejo, claro e mentalmente, um garoto de aproximadamente 12 anos que naquele tempo era o meu amigo Zorinho, o Osório Alves de Barcellos Sobrinho. Vejo-o lá no Bar do Altamir (o Nenê do Trianon), seu irmão e patrão. O Zorinho cuidava com zelo das mesas de sinuca do Nenê, razão que o fez um exímio jogador de bilhar.

Franzino não é o termo exato, o Zorinho era mesmo quase raquítico, miúdo, baixinho e nada de musculatura. Foi este garoto o meu primeiro amigo de Araxá e algo em comum nos uniu definitivamente e não foi a “bola-sete” da sinuca mais sim um “balão de couro” do futebol.

Ele já tinha sua turminha (um meio time infantil) que fazia suas “peladas” num terreno baldio bem em frente onde construíram o nosso famoso Fausto Alvim. Em retribuição, eu aproximei o Zorinho da minha turma do Ginásio (Cássio Santos, Reginaldo Solon, Tomaz, Valter Natal, Roberto da Cunha, Juarez Leitão, dentre tantos outros). Com alguns desses, formamos, sob a batuta do Nonô Afonso, o time Juvenil do Najá, isso em 1943. E foi daí que o Zorinho começou a ganhar corpo, estatura, musculatura e se transformar em um potencial atleta. E por méritos próprios e pessoais ele desenvolveu, com sucesso, a sua carreira de bancário, além de mostrar à comunidade em que vivia que tínhamos como amigo um cidadão honrado, trabalhador e leal companheiro.

Depois afastei-me por longo tempo de Araxá. Ao retornar, em 1949, já não encontrei mais o Zorinho. Havia nascido o MANECA !!!

Craque de futebol em toda extensão da frase, o MANECA já empolgava a torcida e juntos formamos uma dupla fabricante de Gols, eis que, inacreditavelmente para nós dois, estávamos nós escalados no time principal do Najá, jogando ao lado dos nossos ex-idolos (Afrânio, Bastinho, Viote, Covanca, Chico Preto, Negrinho, Jamati & Cia). Para os jovens que estão lendo este texto vai aqui uma referência: O estilo de jogo do MANECA era muito parecido com a forma de jogar do atual craque GANSO, que hoje atua no São Paulo Futebol Clube.

Estou triste, muito triste. Neste último dia 6 o meu amigo-irmão, de quem fui até padrinho de casamento nos deixou. Mas conforta-me saber que lá no mundo espiritual ele vai, por certo, juntar-se aos velhos amigos que o antecederam e formar um TIMAÇO LÁ NO CÉU!

Aos familiares do MANECA deixo meu abraço com triste pesar.

José Pedro de Freitas

Uberaba/agosto/2013

Por Editor1

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