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Educação em foco no Sempre Um Papo

23//02/2012- 12:44

Poradmin

fev 23, 2012

Escritor e filósofo Gabriel Chalita faz a primeira apresentação de 2012 do projeto em iniciativa do Circuito CBMM de Cultura.

O escritor e filósofo Gabriel Chalita esteve em Araxá para a abertura da quinta temporada do Sempre Um Papo do Circuito CBMM de Cultura na última sexta-feira, 10. Ele foi convidado para um debate sobre o tema “Educação, Ética e Filosofia” que ocorreu no Centro de Convivência do Uniaraxá. Gabriel Chalita nasceu em Cachoeira Paulista (SP), em 1969. Doutor em comunicação e semiótica e em filosofia do Direito, é professor universitário, além de membro da Academia Paulista de Letras e da Academia Brasileira de Educação.

Segundo Gabriel Chalita, a ética é um valor essencial para que qualquer sociedade consiga se desenvolver. “A educação é o instrumento para que as pessoas sejam mais éticas e que reflitam um pouco mais sobre a necessidade de conviver bem em sociedade Eu acredito muito nisso. A escola não pode preparar para áreas corretivas, mas ela tem que desenvolver a capacidade do ser humano conviver com o outro”, comentou o escritor.

O filósofo ainda considerou que essa capacidade é o valor fundamental dentro da escola. “Você tem que aprender a ser educado, a ser gentil, a respeitar, a ouvir o outro a falar, a trocar, eu acho que todas as vezes que a escola preparar as pessoas para competir e não para cooperar, ela falha”, disse.

Para ele, o Brasil melhorou bastante na área econômica, mas na área educacional, o país não tem muito a comemorar. “Nós somos hoje a sexta potência econômica do mundo e a gente em termos educacionais ainda está patinando. Eu sonho que um dia, o Brasil possa de fato compreender que nunca o Brasil de fato será um país rico, enquanto não for justo”, destacou.

Ele apontou quais seriam as soluções ideais para o Brasil desenvolver na educação. “Acho que a formação de professores, continuidade em políticas públicas ligadas na educação, um foco que una os governos federais, estaduais e municipais e uma opção real que tem que sair do discurso e colocar recurso para melhorar a educação”, argumentou o escritor.

Durante a apresentação, o escritor e filósofo ressaltou que é necessário a própria população sugerir soluções e não criticar na primeira oportunidade o processo educacional brasileiro. Chalita deixou claro que a profissão de professor não é nada fácil, mas quem ensina também comete falhas como não compreender o aluno em suas dificuldades e não tentar resolver a situação por meio de métodos de diálogo e de ensino. “Se eu não for entender o meu aluno e não conquistá-lo, pode sabe que a comunicação entre nós, vai ficar ruim e, assim estaremos contribuindo para o descenso da educação no Brasil”, completou o filósofo.

Um grande público compareceu ao Uniaraxá. “Para mim, Chalita mostrou o caminho para a educação percorra a direção certa. Essa questão da relação do aluno com o professor é essencial para uma educação melhor”, afirmou o estudante de Direito, Rogério Tavares dos Santos.

“A forma como o Chalita enxergou o problema da educação serve para refletirmos o nosso papel como educadores. Nós ensinamos, mas será que não está faltando alguma coisa? Esse foi a grande lição que Gabriel Chalita nos passou hoje (10)”, salientou a professora Joana de Assis Pereira, de São Paulo (SP), que se considera grande fã do escritor e do filósofo.

Lançamento de livros

Gabriel Chalita também passou pela cidade para lançar as suas duas obras intituladas de  “Socrátes e Thomas More – Correspondências Imaginárias” (Planeta) e “O Pequeno Filósofo” (Globo Livros)”. De acordo com o escritor, a obra “Sócrates e Thomas More”, se refere a troca de cartas entre esses dois filósofos.

“Sócrates era da Grécia Antiga antes de Cristo e Thomas More, um filósofo que foi um político importante na história da Inglaterra que trocam correspondências imaginárias. O Sócrates do meu livro é um homem simples, um lavrador, cujas cartas são inspiradas nesse filósofo Sócrates. Já o Thomas More, é um professor desiludido inspirado em Thomas More”, contou o escritor.

Chalita explicou que Thomas More transmitia em suas cartas toda a sua angústia em relação à humanidade e aos problemas vivenciados diariamente, como a falta de respeito que as pessoas têm umas pelas outras, a facilidade com que os políticos se corrompem e a ausência de moral nos relacionamentos. “Na verdade, é uma reflexão sobre o poder, faz parte de uma triologia. Esse ano lanço mais um que é ‘Platão e Hannah Arendt’, sobre o amor e depois no ano de 2013, sobre ‘Aristóteles e Sartre’ que vai tratar sobre felicidade. São três livros e todos com linguagem epistolar, de cartas”, acrescentou Chalita.

O outro livro lançado da noite foi “O Pequeno Filósofo” que reúne máximas leves e despretensiosas, que visam ajudar aqueles que querem aprender a filosofar, principalmente os jovens. “É uma viagem imaginária em que um homem estava em um trem e se encontra com o pequeno filósofo e a partir de conversas com ele, o homem vai tentando compreender a própria vida”, finalizou.

 

Gabriel Chalita

 

Autor frequente nas listas de best-sellers brasileiros, Chalita é conhecido por sua competência literária: passeia com desenvoltura por uma diversidade de gêneros, do ensaio à poesia, do texto epistolar à ficção, do teatro a obras jurídicas. Qualquer que seja o estilo adotado, porém, um tema parece sempre ecoa em grande parte da sua encorpada bibliografia – a filosofia.
A sua obra é composta por mais de 60 títulos, da poesia aos ensaios, do infantil aos contos e romances. Chalita foi secretário da Educação do Estado de São Paulo e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação. Em 2010, elegeu-se deputado federal, com mais de meio milhão de votos.

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