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Palestra magna com o economista, escritor e cientista social Eduardo Giannetti abriu a Rodada de Negócios do Brasil Central, em Uberlândia

Onde estamos, onde iremos chegar e o papel das empresas na economia. Estes foram os principais temas tratados pelo economista, escritor e cientista social Eduardo Giannetti na palestra magna proferida para 500 empresários na abertura da Rodada de Negócios do Brasil Central, em Uberlândia, na noite desta segunda-feira (28/10).

A capacidade que o Brasil teve de enfrentar a crise mundial dos últimos anos, com um custo relativamente baixo, foi destacada pelo economista no início da palestra. “O Brasil vivia praticamente uma euforia e hoje há uma certa frustação. Entre 2010 e 2011 o país apontava para uma trajetória espetacular e desconectada do resto do mundo. Agora vemos que esta euforia não se materializou”, afirmou Giannetti.

Segundo o economista a trajetória deste desempenho positivo começou a fraquejar a partir de 2011, o que era de certa forma compreensível. “O quadro começou a mudar em 2012, quando o crescimento do país não chegou a 1%. Neste ano caminhamos para um crescimento entre 2% e 2,5%. Para o ano que vem a expectativa é novamente de baixa. De acordo com o FMI ficará entre 2% e 2,5%, o que deixa muito a desejar”, explicou.

Além do baixo crescimento, Giannetti citou dois outros problemas, a inflação que esta muito próxima do teto delimitado pelo Governo, em tono de 6%, e a deterioração das contas externas do Brasil. “Não vivemos uma situação alarmante, não estamos à beira de um cenário catastrófico, mas em um momento que inspira cuidados”, afirmou.

Sobre a questão dos impostos, a preocupação apresentada foi o fato do estado gastar mais do que arrecada. “A cada R$100 que ganhamos, R$36 vão direto para os cofres públicos. E a União, estados e municípios gastam 3% a mais do que se arrecada. Assim 39% da renda nacional brasileira transita pelo setor público. É uma carga muito alta”, alerta Giannetti.

Quanto ao futuro, o economista falou da importância de se discutir o cenário atual e buscar soluções, destacando o papel das empresas neste cenário. Segundo ele existem dois caminhos, sendo o primeiro uma combinação de dois fatores. “O empresário faz melhor o que outros já fazem e entrega uma combinação de preço e qualidade, o que leva o consumidor a escolher o que ele e você faz. Este é o caminho da eficiência, entregando o que satisfaz a preferência do consumidor”, explicou.

O segundo caminho é a inovação. “Fazer algo que ninguém mais está fazendo, identificando uma possibilidade e antecipando-se. Este é o caminho da inovação, com sua criatividade. Porém, o que você faz antes dos outros em pouco tempo estará sendo copiado”, diz o economista.

Para incentivar os empreendedores foi mostrado um número do Banco Mundial que coloca o Brasil em 3º lugar no cenário empreendedor mundial, entre 2000 e 2010, chegando a 6 milhões e 200 mil empresas, com a criação de 316 mil novos negócios nesta década. O Brasil ficou atrás apenas dos Estados Unidos e da Inglaterra no ranking, sendo que a China não entrou nesta estatística. Outro dado fornecido para motivar os empresários foi o fato de que enquanto há pouco tempo o índice de mortalidade das empresas era de 50%, hoje está em 23%.

Para finalizar, Giannetti mostrou que existe no Brasil uma forte cultura de empreendedorismo, mas que o ambiente para o empreendedor é muito deficiente. “Nosso ambiente de negócios, no ponto de vista institucional deixa muito a desejar. O Banco Mundial tem um relatório que compara 185 países sobre como gerir um negócio e o Brasil está na 130ª posição”, lembrou o economista, que ainda destacou as dificuldades de se abrir e fechar uma empresa e as burocracias que dificultam a vida dos empreendedores.

Eduardo Giannetti encerrou a palestra alertando sobre a necessidade de mudança na economia brasileira. “As eleições estão se aproximando e estas discussões são fundamentais para termos um país melhor”, finalizou.

Por Editor1

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