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Memória Interação

10//05/2024- 15:46

Porego

maio 10, 2024

 

Sebastião de Afonseca e Silva

Avenida Sebastião de Afonseca e Silva – Araxá

A Avenida Sebastião de Afonseca e Silva de Araxá, tem duas pistas e é dividida ao centro por um canteiro que tem plantadas árvores nativas da nossa região. A importante via, foi aberta no final dos anos 60, no Bairro Santa Terezinha, região central da cidade de Araxá. A Avenida Sebastião de Afonseca e Silva, tem uma extensão de cerca de 900 metros. Se trata de uma Avenida constituída na sua maioria de imóveis residenciais. Ao longo da Avenida também existem alguns prédios comerciais, como bares, mercearia, igreja evangélica entre outros. A Avenida Sebastião de Afonseca e Silva é uma das principais vias do bairro Santa Terezinha, com localização entre as Avenidas Getúlio Vargas e Rua Dr. Edmar Cunha. Um local tranquilo, de pouco movimento de veículos, bem arborizado, com uma paisagem bucólica e bem típica de cidade do interior das Minas Gerais.

 

Você sabe quem foi Sebastião de Afonseca e Silva?

Sebastião de Affonseca e Silva, filho do Capitão João Maximiano de Affonseca e Silva e de sua parenta Dona Francisca de Paula Eremita, nasceu em São Domingos do Araxá, no dia 12 de setembro de 1877, quando aquela cidade ainda era uma menina de apenas 11 anos. Sebastião de Affonseca e Silva é o segundo dos quatro filhos do Capitão João Maximiano e de Dona Francisca de Paula Eremita, sendo irmão de Theodora (Doreca), Rita e Maria Benedita. É tio do General-de-Brigada José Porfírio da Paz, que foi Prefeito da Capital de São Paulo, Vice-Governador e Deputado daquele Estado, além de autor do hino “Salve o Tricolor Paulista”, composto há 80 anos e dedicado ao São Paulo Futebol Clube, do qual foi fundador e primeiro técnico. Sebastião de Affonseca e Silva estudou em Uberaba, no Colégio Uberabense. Concluído o curso, retornou à terra natal. Ali, há 120 anos, no dia do aniversário da cidade, casou-se com Dona Prosolina Porfírio de Afonseca, filha do subdelegado Evaristo Afonso da Silva e de Maria Porfírio da Rocha e Silva. Dessa feliz união, nasceram treze filhos: Sebastião Júnior; Dom José Gaspar de Afonseca e Silva; Sr. Celidônio (pai de Dona Ilka de Afonseca Nessralla e Carlos César); o médico Dr. César de Afonseca e Silva; Saul de Afonseca e Silva; a freira “Irmã Maria de Afonseca e Silva, da Congregação das filhas de Maria Auxiliadora, farmacêutica, a serviço da Santa Casa de Guaratinguetá”; a professora Agar; Clélio de Afonseca; Philotéa (a primeira); a dominicana Irmã Francisca de Sales, que no século se chamou Philotéa (em homenagem à outra irmã falecida); Jésus, solteiro, farmacêutico, que herdou a profissão do pai; Sebastião de Afonseca Filho, que assumiu o nome do pai e do irmão primogênito (falecido criança), e a caçula Terezinha. Sebastião de Afonseca e Silva durante 53 anos, prestou relevantes serviços como escrivão e tabelião do cartório do 1º Ofício do Judicial e Notas e oficial do Registro Geral de Hipotecas. E a fé cristã católica, própria da religiosidade do povo mineiro, professada por toda a família, que rendeu a Araxá, a Minas Gerais e ao Brasil nada menos que sete sacerdotes, “todos primos entre si”. Seu filho Dom José Gaspar, figura proeminente do episcopado brasileiro, foi o 14º bispo e 2º Arcebispo Metropolitano de São Paulo, tendo assumido o trono episcopal com apenas 38 anos e falecido 5 anos depois, em 1943, num desastre de avião, no Rio de Janeiro. Além de piedoso cristão católico, exercia a caridade por meio das obras sociais, com especial atuação na Sociedade de São Vicente de Paulo. Em 1901, foi confrade fundador e primeiro tesoureiro da Conferência São Domingos de Gusmão, de Araxá. Foi fundador e provedor da Vila Vicentina, localizada no Bairro Santa Teresinha, em Araxá. Fiscal da Provedoria da Irmandade de São Francisco e São Sebastião, Affonseca e Silva, juntamente com seus coirmãos, conseguiu, em 1947, “a criação da primeira Capelania para a Irmandade e para a Igreja histórica”. Foi membro da Irmandade de Nossa Senhora da Abadia, mantenedora da Santa Casa de Misericórdia de Araxá. Por iniciativa sua, em 1912, formou-se a primeira floresta de eucaliptos de Araxá, no terreno aos fundos da Vila Vicentina11. Contribuiu para a construção do novo prédio que abrigou a Santa Casa de Araxá, inaugurado por ocasião do Centenário da Independência do Brasil, tendo figurado entre os paraninfos da solenidade. Sebastião de Afonseca e Silva foi nomeado Coletor Municipal de Araxá em 1901, permanecendo na função até 1912 . Em 1914, juntamente com outros companheiros, fundou a inusitada Sociedade de Auxílios Mútuos “A Protectora Dotal Mineira”, que tinha “por fim operar em pecúlios por auxílios mútuos, constituindo dotes por casamentos e aniversários”, distribuídos entre os associados. Em 1911, “obteve licença da Diretoria de Saúde Pública de Minas Gerais para desempenhar a profissão de farmacêutico”.  Por 51 anos, exerceu o sacerdócio farmacêutico. Em 1925, com o amigo Hildebrando de Araújo Pontes, Sebastião fundou a Sociedade de Geografia e História do Brasil Central, com sede em Araxá, da qual se elegeu diretor. Integrava o Instituto de Genealogia de Minas Gerais. Em 1957, aparece na “Relação dos Sócios Correspondentes” do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.

Na Revista do Instituto, encontra-se uma única publicação de sua autoria, datada de 1959, “Reminiscências Históricas: A Fundação da Povoação do Desemboque”. Entretanto, sua obra é vasta e grandiosa, iniciando-se no alvorecer do Século XX, quando já divulgava na imprensa local o resultado de suas pesquisas.

O primeiro livro dele encontrado vem a ser “Subsídios para a História do Araxá e Duas Palavras sobre o Triângulo Mineiro: Publicação até 1890”. Editado em 1915.

Em 13 de julho de 1943, concluiu a sua “Monografia Histórica e Geográfica de Araxá”, com 372 páginas datilografadas e encadernadas em 2 volumes, entregues ao então Prefeito, Álvaro Cardoso de Menezes.

Três anos depois, em 1946, essa monografia veio a ser publicada pelo Governo do Estado, sob o título de “História do Araxá”.

 

Ainda há notícia de outra obra de imensurável valor: “Ana Jacinta de São José (Dona Bêja in-natura) Sua vida em ordem cronológica do berço ao túmulo – 1800-1874 – Coletânea de narrativas ouvidas de pessoas septuagenárias, octogenárias, nonagenárias e quase centenárias

João Dornas Filho reconhece Sebastião de Afonseca e Silva “como ‘mentor’ legítimo e a principal fonte sobre Dona Beja. De fato, o Major Sebastião pode ser considerado o criador do mito sobre a figura de Ana Jacinta de São José, a famosa Dona Bêja, que projetou Araxá para Minas, o Brasil e o mundo.

.Piedoso, caridoso, trabalhador, persistente, culto, honrado e admirado: assim viveu Sebastião de Afonseca e Silva, que faleceu, aos 90 anos de idade, em 9 de agosto de 1968, no seu Araxá.

Por ego

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