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MATHEUS SIMÕES

28//03/2014- 12:26

PorEditor1

mar 28, 2014

Diga-me com quem andas…

Desde criança vejo os políticos se vangloriarem da posição de destaque da diplomacia brasileira e do respeito que nossas opiniões teriam no exterior. Nunca consegui perceber essas vantagens.

Ainda na era FHC vimos o Brasil se afastar da possibilidade de acordos comerciais bilaterais com os países do NAFTA (Estados Unidos, Canadá e México), sob o argumento de que o país precisava se afirmar como uma potência regional, dentro do Mercosul, que a cada dia parece uma construção mais frágil e de utilidade questionável. Sob o comando de Lula e Dilma a situação foi muito agravada, passando não apenas a privilegiar os vizinhos signatários do acordo regional, que não conseguimos fazer funcionar e dar resultados concretos, como nos aproximando dos governos da Venezuela e Bolívia, ótimos exemplos de companhias que fecham portas e deveriam ser evitadas.

O caminho dos acordos bilaterais com países mais ricos, que nossos governos insistem em dizer que deixariam o Brasil em uma posição desprivilegiada, foi parte da estratégia que, nos últimos 15 anos, transformou a China em uma potência econômica mundial, consolidou a Índia como a nova fronteira tecnológica do planeta e garantiu ao Chile o status de país com a melhor qualidade de vida da América Latina. Mas para o Brasil a solução parecia e continua parecendo ruim, segundo as decisões do Planalto por quase 20 anos.

Enquanto isso, continuamos a financiar nossos amigos estrangeiros, esses mesmos que fazem com que todos os outros se afastem, mesmo com o país gritando por infraestrutura rodoviária, portuária e aeroportuária, com risco de apagões elétricos, sem dinheiro para metrô e com sérias limitações aos investimentos em segurança.

Já financiamos porto em Cuba, mandamos dinheiro para Angola e Moçambique, abrimos mão de indenização contra a Bolívia e continuamos acreditando que isso tem repercutido bem para o país, mesmo sem que mais ninguém, no mundo, concorde com isso.

Para fechar com chave de ouro, como uma celebração invertida dos 45 anos do Pacto de São José da Costa Rica, o Brasil insiste em apoiar o novo governo venezuelano, que  tem amedrontado a oposição por meio das milícias chavistas. Uma ditadura que não respeita limites, não conhece o conceito de democracia e que, mesmo assim, merece respeito, prestígio e homenagens do Governo Brasileiro.

Por adesão a uma ideologia no mínimo duvidosa, viramos as costas para o Pacto de São José da Costa Rica, ignorando os direitos humanos dos venezuelanos de oposição, apoiamos uma polícia treinada para espancar e matar manifestantes e fingimos ignorar, enquanto isso, que os nossos problemas internos continuam sem solução.

Quando criança, também ouvia sempre dizer que as amizades são o caminho mais rápido para o sucesso e o atalho mais curto para o abismo, mas parece que esse ditado o governo nunca ouviu.

Por Editor1

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