Ritmo da chuva

O cantor e compositor carioca Demétrius

Corria o ano de 1964 e as rádios começaram a tocar uma bela música da jovem guarda, cantada por um cantor desconhecido e de nome diferente: Demétrius. Como sempre, naqueles tempos não tínhamos muita informação e até pensávamos que a música fosse brasileira. Mas agora sabemos que se trata de versão de “Rhythm of the rain”, composta por John Claude Gummoe, em 1962, sucesso do grupo norte-americano ‘The Cascades’.

Mas foi mesmo Demétrius, um jovem compositor carioca, que criou a versão em português e gravou a canção, fazendo enorme sucesso de imediato. A música voltou a fazer sucesso doze anos depois, quando foi tema da novela global ‘Estúpido Cupido’, que era ambientada nos anos 1960.

Este foi o maior sucesso do cantor, que faleceu em 2019, em São Paulo, aos 77 anos de vida. Sua carreira foi até 1981, quando parou de gravar e se manteve em recesso musical. Outro grande sucesso de sua carreira, bem depois de ‘Ritmo da Chuva’, foi ‘Eu não presto, mas eu te amo’, composição do amigo Roberto Carlos exclusivamente para Demétrius. O cantor voltou a gravar no ano 2000, quando retornou à cena e gravou um álbum que reunia os seus principais sucessos, dentre os quais a famosa ‘Ritmo da chuva’.

A letra é simples, a melodia é muito bonita e ritmada, bem aos moldes das melodias românticas e bem intencionadas dos anos da jovem guarda. O acompanhamento é muito bem feito e com efeito sonoro de trovoadas e barulho de chuva. Uma canção que embalou gerações e que até hoje é um ícone daqueles bons tempos da jovem guarda brasileira.

A música continua sendo, ainda hoje, uma das mais tocadas em programas que relembram a Jovem Guarda, importante movimento musical brasileiro na década 1960.

Curta abaixo os belos versos da versão de Demétrius para esta linda poesia de amor.

“Olho para chuva que não quer cessar
Nela vejo o meu amor
Esta chuva ingrata que não vai parar
Pra aliviar a minha dor

Eu sei que meu amor pra muito longe foi
Numa chuva que caiu
Oh, gente por favor pra ela vá contar
Que o meu coração se partiu

Chuva traga o meu benzinho
Pois preciso de carinho
Diga a ela pra não me deixar triste assim

O ritmo dos pingos ao cair no chão
Só me deixa relembrar
Tomara que eu não fique a esperar em vão
Por ela que me faz chorar

Chuva traga o meu benzinho
Pois preciso de carinho
Diga a ela pra não me deixar triste assim

O ritmo dos pingos ao cair no chão
Só me deixa relembrar
Tomara que eu não fique a esperar em vão
Por ela que me faz chorar

Oh, chuva traga o meu amor
Chuva, chuva traga o meu amor.”