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Os argonautas

O cantor e compositor Caetano Veloso

 

 

A música ‘Os argonautas’, composta por Caetano Veloso, é um dos mais belos textos da música popular brasileira. Composta em 1969, logo após a prisão de Caetano pela ditadura militar, traz diversas mensagens da mente brilhante de seu autor, que mistura a lenda dos heróis gregos chamados argonautas, com o ritmo do fado português e com os versos do poeta Fernando Pessoa, um dos maiores de nossa língua: ‘Navegar é preciso, viver não é preciso’.

Falar de Caetano é chover no molhado: o cantor e compositor baiano tem uma longeva e bem-sucedida carreira que encerra inúmeros sucessos musicais, tais como Oração ao Tempo, Você é Linda, O Leãozinho, Alegria, Alegria, Reconvexo, Sampa, Vaca Profana, Tigresa, Podres Poderes, Sorte, Língua, Trem das Cores, Gente, O Quereres, Tropicália, Força Estranha, Luz do Sol, Chuva, Suor e Cerveja, Atrás do Trio Elétrico, Oração ao tempo, Leãozinho, Um frevo novo e muitos outros.

‘Os argonautas’ faz uma comparação metafórica entre o viver e o navegar, considerando este último mais importante. Uma verdadeira poesia moderna, como quase tudo o que Caetano canta e nos encanta com sua voz aveludada, seu jeito único de cantar e com as belas cordas de seu violão.

Podemos dizer que Caetano surgiu como irmã da já famosa Maria Bethânia, mas, talvez hoje, Bethânia tenha se tornado a irmã cantora do grande compositor e cantor Caetano Veloso, tal a sua importância para a música popular brasileira, sem tirar a virtude e a bela voz de sua irmã.

Veja abaixo os belos versos desta imortal canção.

“O barco, meu coração não aguenta
Tanta tormenta, alegria
Meu coração não contenta
O dia, o marco, meu coração
O porto, não

Navegar é preciso
Viver não é preciso
Navegar é preciso
Viver não é preciso

O barco, noite no céu tão bonito
Sorriso solto perdido
Horizonte, madrugada
O riso, o arco, da madrugada
O porto, nada

Navegar é preciso
Viver não é preciso
Navegar é preciso
Viver não é preciso

O barco, o automóvel brilhante
O trilho solto, o barulho
Do meu dente em tua veia
O sangue, o charco, barulho lento
O porto, silêncio

Navegar é preciso
Viver não é preciso
Navegar é preciso
Viver não é preciso

Viver…”

 

Por Editor1

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