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Naquela mesa

 

Jacob do Bandolim e Sérgio Bittencourt

 

 

A música ‘Naquela Mesa’ foi composta pelo jornalista, compositor e apresentador de TV Sérgio Bittencourt, em homenagem ao seu pai Jacob do Bandolim, no ano de 1972. A letra fala da saudade do pai e as boas recordações que ele deixou.

Sérgio foi criado em volta dos chorões e das rodas de choro. Na escrita, seu estilo era duro e desaforado, mas era considerado sentimentalista. Trabalhou nos jornais cariocas Correio da ManhãO GloboO Fluminense e na Revista Amiga, da Bloch Editores.

Teve programas na rádio Capital, no Rio e Mulher, de São Paulo. Foi jurado dos programas de TV de Flávio Cavalcanti: Um instante maestro! A Grande Chance e Programa Flávio Cavalcanti. Com a popularidade alcançada nos programas de Flávio Cavalcanti, levado em rede nacional para quase todo o Brasil, comandou – no início dos anos 1970 – um programa semanal de variedades na TV Itapoan (de Salvador/BA) com bastante repercussão em todo o Estado.  Faleceu em 1979 vítima de um infarto.

Participou de diversos festivais, sendo os principais:1966 – II Festival de Música Popular Brasileira – TV Record – São Paulo. Classificado em 4º lugar com a música Canção de não cantar, junto com o conjunto vocal MPB-4. 1966 – I Festival Internacional da Canção – TV Rio – Rio de Janeiro. Concorreu com a música Canção a medo, intérpretes: os conjuntos vocais MPB-4 e Quarteto em Cy.

1968 – Festival O Brasil canta no Rio, saiu vencedor com a música Modinha, na voz do cantor Taiguara.

1971 – Festival Internacional da Canção, ficou em 4º lugar com a música Canção pra senhora, junto com O Grupo.

Seu pai, Jacob do Bandolim, foi um dos grandes músicos do choro, modernizando o estilo com a introdução de outros instrumentos não usuais no gênero, como a sanfona e o vibrafone. São de sua autoria clássicos do choro como Vibrações, Doce de Coco, Noites Cariocas, Assanhado e Receita de Samba. Alcançou popularidade ao montar o conjunto ‘Época de Ouro’ no início da década de 60.

Jacob morreu em agosto de 1969, aos 51 anos, tendo sofrido um infarto cardíaco nos braços da esposa Adylia. Ele voltava da casa de Pixinguinha, onde tinha começado a planejar um novo disco. Foi sepultado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Veja abaixo a letra desta apaixonante melodia.

“Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor

Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa, um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim

Naquela mesa ‘tá faltando ele
E a saudade dele ‘tá doendo em mim.”

Por ego

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