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Segundo Calimério Antônio Guimarães, chefe do escritório do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em Araxá, o queijo busca a autorização do Ministério da Agricultura para poder ser consumido em todo o Brasil.

O Queijo Minas Artesanal Araxá está passando por um grande momento. A região chama a atenção pela produção de seu queijo, que atrai produtores de outros Estados para saberem mais sobre como obter um sabor suave e pouco ácido desse produto tão adorado pela maioria dos mineiros.

O chefe do escritório do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Calimério Antônio Guimarães, disse que desde 2002, o queijo Araxá é inspecionado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Minas Gerais foi o primeiro Estado a regulamentar a produção de queijo a partir do leite cru. Então, pela legislação, que é de 2002, através da Lei 14.185, e nesses 10 anos de regulamentação, nós passamos por diferentes processos para chegarmos a um estágio de equivalência com inspeção federal, ou seja, o SIF, serviço de inspeção federal. Então, o Estado alcançou esse status de solicitar ao Mapa, Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento, a equivalência de inspeção, do qual o Queijo Minas Artesanal faz parte”, explicou.

De acordo com Calimério, o diferencial da produção do Queijo Minas Artesanal se deve às condições edafoclimáticas, que correspondem ao solo, ao clima, à vegetação, à altitude, dentre outros fatores. “O nosso queijo tem um sabor suave, pouco ácido e é isso aí que agrada ao consumidor de um modo geral. Outros Estados da Federação como Mato Grosso do Sul, o Pará, a própria Bahia, já vieram visitar Minas Gerais para conhecer o programa, para ver o que fizemos para alcançar essa equivalência. Ultimamente, nós temos recebido missões técnicas desses Estados para conhecer todo esse processo, as instalações, as adequações necessárias para eles também regulamentarem a produção em seus Estados”, ressaltou.

Ele destacou que a Associação dos Produtores de Queijo Artesanal da Microrregião de Araxá pleiteia, junto ao Mapa, o consumo do queijo Araxá para todo o Brasil, com o apoio do IMA e de outros parceiros. “O Ministério tem sinalizado com essa possibilidade de reconhecer essa equivalência, estendendo para todo o Brasil. Até é uma contradição, um produto que pode ser consumido por todos os mineiros não ser mais digerido, porque você pula para outro Estado onde não pode ser consumido. Esse paradigma, nós estamos procurando derrubar, para esse produto ser consumido em todo o território nacional”, completou.

Na propriedade de Alexandre Honorato, por exemplo, são 110 cabeças de gado Girolando leiteiro. Ele alcança uma média de 1.200 litros de leite por dia, que seguem para a queijaria e produzem 120 queijos diariamente. No processo, são gerados cinco empregos diretos. “Obter o reconhecimento de consumo para todo o Brasil é muito importante, porque é um primeiro passo para se começar a divulgar a região e divulgar a marca própria dessa região, ser reconhecido e ganhar mercado”, completou o produtor de Araxá.

Segundo dados do IMA, cerca de 10.000 produtores investem na produção do Queijo Minas Artesanal Araxá. Ronaldo José Lemos, produtor de Campos Altos, contou que esse queijo é muito bem aceito no Mercado Central, de Belo Horizonte. “Vendi lá no Mercado Central, de Belo Horizonte, não tinha queijo Araxá. Lá, só tinha queijo Canastra. Aí o queijo foi para lá, experimentaram e gostaram bastante. Hoje, lá no Mercado Central, só tem queijo Araxá. Há 5 anos, comecei a aderir à produção do queijo. Eu comecei fazendo 5 queijos por dia, hoje estou fazendo 120 e vendo tudo”, contou.

Já o produtor José Mário Gonçalves, de Perdizes, relatou que o queijo, além de ter um sabor agradável, é muito suave. “Depois que investi no queijo, não parei mais. Tem hora que nem consigo atender toda essa demanda”, concluiu.

Por admin

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