Logo Jornal Interação

30//08/2013- 16:16

PorEditor1

ago 30, 2013

Por Luiz Claudio Alves-Psicólog0

psicoluizclaudio@hotmail.com

 

Raiva, que sentimento é esse?

 A raiva é a reação emocional à sensação de se estar sendo ameaçado, sendo que esta ameaça possa produzir algum tipo de  prejuízo.

Sentir raiva é atitude natural e normal no quadro das experiências de nossa vida. Canalizá-la bem, é característica de ser saudável e lúcido. Mas como impedir que esta sensação inquietante não tome mais espaços na nossa cabeça e sentimentos?

Como disse, a raiva é uma reação emocional que ocorre toda vez que alguém vai de encontro ao nosso bem-estar, de maneira que nos sentimos ameaçados. O que então nos deixou tão ameaçados? Que área do meu ser aquela palavra proferida pelo ofensor atingiu de maneira tão precisa? Por que aquilo que foi dito marcou tanto?
marco
A partir desse momento nós começamos a perceber que na verdade a sensação de desconforto não foi produzida pelo outro, ela já existia dentro de nós. Seria como se a palavra empregada fosse a chave certa para uma determinada idéia existente dentro de nós mesmos – ela já estava ali – bastava acioná-la.

Canalizar bem a raiva significa, assim, refletir sobre o porquê de nosso desequilíbrio momentâneo. Da mesma forma, outro recurso deve ser empregado: refletir sobre a origem do ato na outra pessoa. Isso significa perceber que a pessoa estava em desarmonia no momento em que agiu, de forma impensada, produzindo o conflito. Significa tentar perceber que o outro agiu sem nenhuma intenção de produzir o dano que nós agora sentimos.

Isso não significa, de maneira alguma, que devamos ser coniventes com o desrespeito  das pessoas conosco, as quais agem sem pensar nas conseqüências de seus atos. Mostrar-se ofendido, mostrar-se desgostoso com a situação, demonstrar os sentimentos de contrariedade e até mesmo a raiva inerente à ofensa são reações perfeitamente normais, de quem respeita a si mesmo e se considera credor do respeito e consideração dos seus semelhantes. Da mesma forma, dar uma corrida, realizar exercícios físicos ou algum trabalho que leve à exaustão, são recursos valiosos para se diluir a raiva. Extravasar, contar para os amigos como se sente, também são atitudes saudáveis e terapêuticas. O que não se deve fazer é  reprimi-la, pois então estaremos oportunizando o surgimento da mágoa e do ressentimento.

Segundo  Freud, todos nós temos uma certa predisposição orgânica para cedermos à somatização de algum conflito. Esta se dá geralmente em algum órgão específico. Nós guardamos a mágoa ou “fazemos de conta” que ela não existe. Como os sentimentos não morrem, eles são drenados no próprio ser, ferindo aquele que lhe deu abrigo.

O ressentimento é o produto direto da raiva. Não expressamos nossos sentimentos ao ofensor, não lhe demonstramos nosso desapontamento e desgosto e então passamos a guardá-la, a fim de desferi-la no momento oportuno.

Por outro lado, quanto mais buscamos nos conhecer, quanto mais passamos a desenvolver nossas potencialidades, reconhecendo nossos valores , mais seguros ficamos, de maneira que a raiva e a mágoa fiquem fracas em nós.

Aquele que se ama e valoriza não se magoa facilmente e tampouco fica irado com qualquer palavra descabida de um colega de trabalho ou amigo. Dessa forma, trabalhar pelo desenvolvimento de nossa auto-estima é o melhor antídoto para evitarmos o acúmulo do lixo mental dos ressentimentos e mágoas.

Pense nisso!

Por Editor1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *