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A formatação de um seminário para discutir agricultura familiar, agroecologia e povos e comunidades tradicionais em Minas Gerais é uma das propostas anunciadas no Debate Pesquisa e Extensão para a Agricultura Familiar, promovido pelo Núcleo de Agroecologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), na Epamig Sudeste, em Viçosa, Território Mata.

O evento deverá ser realizado no primeiro semestre de 2017, segundo o diretor de Operações Técnicas da empresa, Trazilbo José de Paula, que indicou a realização já para o primeiro semestre de 2017.

A coordenadora do Núcleo de Agroecologia da Epamig (NEA), pesquisadora e chefe do departamento de Transferência de Tecnologia da Empresa, Juliana Simões, ressalta a importância do tema ao lembrar a instituição do Programa Estadual de Pesquisa em Agroecologia da Epamig.

“Por entender a relevância de tecnologias capazes de garantir qualidade de produção que a Epamig instituiu um programa para respaldar todas as pesquisas que se voltam e dão luz ao assunto. Essa já era uma demanda da extinta Subsecretaria de Agricultura Familiar, hoje Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) e do Conselho de Segurança Alimentar de Minas Gerais (Consea-MG)”, ressalta Juliana.

O escopo do programa foi elaborado com subsídios de um grupo técnico consultivo, composto por diversos representantes de instituições governamentais e da sociedade civil.

De acordo com o pesquisador e membro do NEA, Djalma Ferreira Pelegrini, o seminário vem para atender a uma reivindicação antiga de maior fomento aos temas discutidos no debate. “Nós temos resultados excelentes que comprovam a eficiência dos sistemas de produção com os preceitos e técnicas agroecológicas. E nós da Epamig temos que difundir ainda mais esses resultados para a sociedade”, aponta.

A articulação para a organização do seminário é uma iniciativa da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), por meio de sua presidente, a professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Irene Cardoso, junto de representantes de diversas entidades governamentais e da sociedade civil integrantes do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cedraf-MG).

Pesquisa participativa melhorou produção de café orgânico do cafeicultor Jésus em Arapongas – Foto: Fernanda Fabrino/Ascom Epamig

Junto da Epamig o grupo estruturou a proposta de seminário para a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), que foi aprovada e terá a fundação como correalizadora.

O debate, que reuniu cerca de 40 pessoas, contou com apresentações de contextualização, estratégias de criação de centros de agricultura alternativa; ensino, pesquisa e extensão e apresentação de metodologias de pesquisa da Epamig, do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e da Embrapa Clima Temperado.

Foram apresentados e discutidos diversos resultados da aplicação dos conceitos e metodologias da agroecologia, agricultura alternativa e pesquisa participativa em Minas Gerais e no Brasil. Entre os participantes e palestrantes estavam diversos representantes da Emater-MG que, no trabalho  participativo desenvolvido, têm o papel preponderante de levar os conhecimentos e tecnologias aos agricultores familiares.

Pesquisa participativa, produção otimizada

Na segunda parte do evento foi realizada uma visita técnica à propriedade do agricultor familiar Jésus Lopes, impulsionada por pesquisa participativa conduzida pelo pesquisador da Epamig Paulo César de Lima. O agricultor de Arapongas, município a cerca de 50 quilômetros de Viçosa, mostrou a área de cultivo de café orgânico em sua propriedade e contou que, atualmente, já exporta sua produção, por meio de uma cooperativa, com o preço da saca em torno de 50% acima do mercado.

Jésus indica que, graças aos trabalhos do pesquisador Paulo César de Lima, sua família pode plantar, cultivar e colher um café de alta qualidade, manter sua produção sustentável e proporcionar melhorias na qualidade de vida da família. A visita guiada conduziu um grupo de 20 pessoas pela área de cultivo de 1,3 hectare, bastante íngreme, onde estão plantados os 7 mil pés de café que rendem grãos de alta qualidade.

 

Por Editor1

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