Na noite da última segunda-feira, dia 27 de março de 2017, a história da Academia Araxaense de Letras ganhou mais uma nova página com a posse da nova Diretoria para o biênio 2017-2019. Na data especial, o acadêmico Tarciso Cardoso assumiu a presidência da AAL. A cerimônia de posse foi realizada na sede da Biblioteca Municipal Viriato Correa e começou com uma bela homenagem a Joaquim Osório Duque Estrada, autor da letra do Hino Nacional Brasileiro, com declamação dos versos pela confreira Vilma Terezinha Cunha Duarte, e o músico Erick Severo executou um fundo musical de viola caipira, solando a música “Luar do Sertão”, de autoria do compositor Catulo da Paixão Cearense. Convidados e um público seleto participaram da solenidade que, ainda na abertura, teve um breve resumo da história edificante da Academia Araxaense de Letras, concebida 52 anos atrás, graças à visão de um implacável grupo de intelectuais de Araxá, que se reuniu para a defesa e divulgação da Língua Portuguesa. Este seleto e idealista grupo era assim constituído:
– Dr. Walter Machado – juiz de Direito da Comarca de Araxá à época
– Paulo Gomes de Menezes – jornalista;
– Hélio Alves Ferreira – jornalista;
– Mário Del Sarto – gerente do Grande Hotel;
– Leonilda Scarpellini Montandon – professora;
– Lúcia Soares Ferreira – professora;
E foram aclamados presidentes e secretários daquela reunião os senhores Dr. Walter Machado e Hélio Alves Ferreira, que proclamaram, junto com os presentes, a Fundação da Academia Araxaense de Letras e, neste sentido, fizeram a indicação para a célula inicial de:
– Geraldo Porfírio Botelho;
– Gilberto Silva;
– Paulo Gomes Menezes;
– Hélio Alves Ferreira;
– Dr. Danilo Cunha;
– Adélia Pereira Vale;
– Maria Santos Teixeira.
Com essa formação, a AAL abriu as suas portas para pessoas que souberam honrá-la e que cumpriram as finalidades para a qual foi constituída. Para cuidar e difundir o valioso patrimônio cultural de nossa terra, sobretudo como guardiã da língua, pois lhe cabe cultivar e revelar o seu lado mais belo, que é a literatura: seja no que concerne à poesia e à prosa literária, nos diversos gêneros, seja no que concerne à narrativa histórica e a outras áreas do conhecimento humano. Enfim, a importância de uma Academia de Letras é inquestionável, especialmente em lugares que valorizam a educação e a cultura. A nova diretoria da AAL empossada tem a seguinte formação:
O presidente, Tarciso Cardoso, ocupante da Cadeira Número 13, que ocupa a vaga do então presidente Márcio de Paula.
– A vice-presidente, Vilma Cunha Duarte;
– 1º secretário, Agnelo Guimarães Borges;
– 2ª secretária, Carolina Angélica Guimarães de Oliveira Passos;
– 1º tesoureiro, Silvio Alves Camarota;
– 2º tesoureiro, Renato Zouain Zupo;
– Bibliotecário, Hermes Honório da Costa.
Em seu discurso de posse, Cardoso destacou: “Meu pai, Francelino Cardoso, disse-me, de certa feita, na sua sabedoria inata, que ‘a árvore que não dá frutos que dê, pelo menos, uma boa sombra’. A Academia Araxaense de Letras é a entidade magna da literatura da microrregião de Araxá. É como uma árvore frutífera que também dá uma boa sombra. Pertencer a esta tradicional e emérita casa da literatura de Araxá já é uma desmedida honra. Agora, dirigi-la e conduzir seus destinos por mais dois anos é um privilégio sem precedentes. Um desafio que, felizmente, conto com uma diretoria dinâmica, capaz e experiente.” O JORNAL INTERAÇÃO conversou, com exclusividade, com o novo presidente que disse: “Já, há algum tempo, o pessoal da Academia tem me convocado para esta missão. No entanto, eu sempre achei que, dentro da Academia, tinha gente com mais qualificação para assumir a presidência e eu fui protelando, mas chegou um a ponto que eles continuaram me convocando e eu achei que podia realizar um bom trabalho e contribuir para a Academia.” Tarciso, que está na AAL desde de 2008, disse também: “Futuramente eu pretendo eleger, para compor a nossa diretoria, um assessor de comunicação e um assessor jurídico.” Ele ressaltou, ainda, que “as Academias, antes, eram células onde literatos sentavam, se reuniam, trocavam informações, técnicas e experiências. Mas, a meu ver, a Academia não pode ser um casulo. A Academia tem que sair, se interagir socialmente, os acadêmicios têm que cumprir o seu papel social, promover e estimular a leitura e a escrita para os demais e diversos segmentos. Nós temos de ser uma escola, sem a pretensão de sermos professores, mas incentivadores da leitura e da escrita. E assim, a Academia cumpre o seu papel social, pois a literatura anda junto com a educação e com o ensino.” O novo presidente destacou algumas ações que já são fruto do trabalho realizado pela AAL: “O nosso trabalho literário tem que ser divulgado, e hoje é muito dificil você conseguir imprimir um livro fora da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal, assim, de modo geral; a gente tem que buscar patrocínio, porque o escritor não é rico. E hoje investimento para produção de literatura é muito difícil, e desta forma, a Academia criou um informativo que é um difusor de literatura [trimestral]. É um jornal que se denomina Jornal Letras, onde nós procuramos fazer um compêndio do trabalho literário dos nossos pares na Academia e divulgá-los. Também é uma maneira de a gente mostrar o conteúdo, a literatura e a intelectualidade literária da Academia.” Cardoso acrescenta: “Nós também já publicamos, no ano de 2013, o primeiro livro da Academia, denominado ‘Primeira Antologia’, que é um compêndio de trabalhos dos acadêmicos, e já estamos preparando para lançar o próximo livro.” Finalizando, ele disse que “hoje Araxá é uma cidade privilegiada, pois nós temos escolas desde o ensino fundamental até o superior, tudo de alta qualidade. E nós temos que fazer a nossa parte, porque um povo sem conhecimento é um povo acéfalo cabeça. É necessário o conhecimento para que o próprio indivíduo se desenvolva. Quanto mais educação, escolas, conhecimento a pessoa consegue, melhores empregos, qualidade de vida e sucesso na vida social e profissional.”