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Araxá também fez parte da trajetória gloriosa de Mário Jorge Lobo Zagallo no futebol.

Ele fez a carreira no futebol, atuando no Rio de Janeiro, mas nasceu na pequena cidade de Atalaia em Alagoas. Maior campeão do Mundo de todos os tempos, reverenciado e admirado por uma legião de fãs, ídolo de várias gerações, Mário Jorge Lobo Zagallo morreu na sexta-feira (5/1/2-24), aos 92 anos. O anúncio foi feito nas Redes Sociais do ex-treinador, ex-diretor técnico e ex-jogador da Seleção Brasileira de Futebol.

Titular nas Copas de 1958 e 1962, técnico do timaço de 1970 e coordenador da Seleção no Mundial de 1994, Zagallo ergueu quatro troféus de Copas do Mundo. Insuperável nos quase 100 anos de História da Competição.

Trajetória gloriosa

Nos seus 92 anos, Zagallo nunca escondeu a paixão pelo Futebol. Mesmo antes de começar a carreira na base do America-RJ já indicava que queria ser jogador. Não era à toa que seus colegas e vizinhos o convocavam para peladas de rua ou nos campinhos da Tijuca quando, ainda criança, morava nesse bairro, na Zona Norte Carioca.

Zagallo nasceu, em Atalaia-Alagoas, a 48 quilômetros de Maceió-capital de Alagoas. Mas, com apenas oito meses de vida, já se mudara para o Rio de Janeiro com a família. O pai, Aroldo Cardoso, que chegou a jogar pelo CRB-AL, mesmo diante da habilidade do caçula com a bola, preferia vê-lo estudando e só se convenceu de que Zagallo poderia seguir no Futebol após a intervenção do primogênito, Fernando.

Com a bola nos pés, franzino, Zagallo não ganhava praticamente nenhuma dividida. Compensava a falta de massa muscular com velocidade, visão de jogo e inteligência, o que enervava os zagueiros brucutus. Depois de sua passagem pelo America, notabilizou-se no Flamengo, no qual conquistou o Tricampeonato Carioca em 1953/1954/1955.

Com suas atuações no Rubro-Negro, passou a ocupar um lugar na Seleção Brasileira e fez parte do time que ganhou a Copa de 1958, no Chile. Naquela competição, marcou um dos gols da goleada do Brasil sobre a Suécia por 5 a 2, na decisão do título.

Já consagrado, viveria outros momentos de muita intensidade durante sua permanência no Botafogo, do segundo semestre de 1958 a 1965. Foi nesse período que conquistou o bicampeonato mundial, ao lado de seus colegas de clube Didi, Nilton Santos, Amarildo e Garrincha, lendas do Esporte.

Em 1970, obteve o terceiro título de Copa do Mundo, como treinador do dream team que reunia Pelé, Clodoaldo, Tostão, Gerson, Jairzinho, Rivellino, Carlos Alberto Torres e outros craques. Abraçou o novo ofício também com empenho e alegria. Com o respaldo da façanha no Mundial do México, permaneceu na equipe na Copa de 1974, na Alemanha, vencida pelos anfitriões em histórica decisão com a Holanda.

Sua trajetória como técnico já o qualificava como um dos melhores do mundo. Aos poucos, começou a ganhar todas as divididas fora de campo, em embates com outros treinadores, jornalistas e jogadores de nome. Esteve novamente no comando da Seleção Brasileira no Mundial de 1998 e na Copa de 2006 trabalhou como auxiliar de Carlos Alberto Parreira.

Ao longo dos anos, Zagallo foi colhendo a admiração por frases de efeito que soavam engraçadas e criavam empatia com o público. A mais conhecida, “vocês vão ter que me engolir”, marcou parte importante de sua carreira. Mencionada pela primeira vez em 1997, quando o Brasil, dirigido por ele, conquistou a Copa América vencendo os seis jogos que disputou, soou inicialmente como desabafo contra jornalistas que estariam fazendo pressão para Vanderlei Luxemburgo assumir o cargo.

Zagallo decidiu não continuar profissionalmente no Futebol em 2011, com 79 anos. Em 2012, o tetracampeão sofreu o maior baque de sua vida – a morte de sua esposa Alcina, com quem estava casado havia 57 anos. Os dois tiveram cinco filhos. Supersticioso, dizia que Alcina era a mulher ideal, pois a soma das letras do nome dela com o seu era igual a 13, número ao qual rendia graças por considerá-lo atrelado à sorte e à fortuna e ao amor.

O respeito e afeto pelos amigos de longa data era outro aspecto revelador da personalidade de Zagallo. Em 2021, ao completar 90 anos, recebeu mensagem especial de Pelé.

– Nós já fomos companheiros de time. Já fomos adversários. Já fui seu jogador e você meu treinador. Mas acima de tudo sempre fomos grandes irmãos. Você é um líder, um mentor, um ídolo e um amigo de coração imenso, que o Futebol Brasileiro jamais irá esquecer.”

Com informações do cbf.com.br e fotos de Lucas Figueiredo, Fifa e Arquivo de Zagallo.

 

Zagallo em Araxá

E Araxá também fez parte da trajetória gloriosa de Mário Jorge Lobo Zagallo no futebol. Em 1958, aos 26 anos de idade, Zagallo fez parte da Seleção Brasileira, que conquistou a primeira Copa do Mundo na Suécia. Naquele ano, antes do embarque para a sede do mundial na Europa, A Seleção Brasileira que tinha Garrincha, Didi, Formiga, Gilmar, Djalma Santos, Nilton Santos, o menino Pelé de apenas 17 anos e Zagallo; fez uma pré- temporada de treinamentos no estádio Fausto Alvim durante dez dias com direito a jogo amistoso, vestindo as camisas de Najá e Ypiranga, as grandes equipes da cidade na época. E dizem que foi graças as águas e o clima agradável de Araxá que o nosso escrete canarinho conquistou o primeiro caneco mundial de futebol na Suécia em 1958. E Zagallo que era reserva de Pepe, do  Santos, ganhou a vaga de titular na equipe nos treinos que realizou em Araxá.

Aos 92 anos, Zagallo era o campeão mundial vivo, mais velho. Título que agora passa para Dino Sani que tem 91 anos.

 

 

Por ego

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