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Rua Dom José Gaspar – Araxá

Localizada na região central  de Araxá, a rua Dom José Gaspar é uma das mais tradicionais vias da cidade. Ela tem aproximadamente um quilometro de extensão e abriga  prédios residenciais e comerciais. A rua Dom José Gaspar começa no cruzamento  com a rua Virgílio de Abreu e termina no cruzamento com avenida Antônio Carlos. Ela cruza também com as ruas Mariano de Ávila, Nossa Senhora da Conceição e com a avenida Senador Montandon. Ao longo da via além dos prédios residenciais, também compõem a rua, clínicas médicas e odontológicas, escolas de língua, bares, lanchonetes, lojas de confecções e calçados, empresas de seguro, telefonia, escritórios, laboratório, entre outros. A via se caracteriza por ser toda arborizada.

Escola Estadual Dom José Gaspar

O Colégio Estadual “Dom José Gaspar” de Araxá (hoje Escola Estadual “Dom José Gaspar”) foi criado em 1965, tendo seu funcionamento autorizado em 25 de março de 1966, e suas atividades iniciadas em 1º de abril do mesmo ano. Desde o princípio, o objetivo era oferecer ensino de 1º e 2º graus (hoje Ensino Fundamental e Médio, respectivamente). Foi o primeiro colégio público da cidade a oferecer ensino secundarista. Na época, era disponibilizado somente por uma escola particular. A princípio, por não possuir sede própria, seu funcionamento se deu em regime de locação, sendo seu primeiro endereço a antiga Escola de Comércio (atual Colégio Atena). Em 1971, em razão do crescente número de matrículas, criou-se o curso noturno, seu primeiro anexo, no então Grupo Escolar “Delfim Moreira”. Em 1972, firmou-se um convênio entre a Prefeitura Municipal de Araxá e a Secretaria de Estado da Educação, criando seu segundo anexo, no prédio da atual Escola Estadual Vasco Santos, a qual permaneceu desativada no período de 1971 a 1975.

Em 1975, após quase dez anos de atividades voltadas para a formação de alunos de 1º e 2º graus, o Colégio “Dom José Gaspar” se vê obrigado a perder mais de oitenta por cento de seus alunos, em razão de um decreto estadual que estabelecia o funcionamento do curso de 1º grau de forma autônoma, sob a denominação de Escola Estadual “Vasco Santos”. Nessa divisão, a escola que atendia 3.200 alunos em 71 classes, teve esse número reduzido a apenas 550 alunos em 14 classes de 2º grau.

O Poder Público municipal já vislumbrava a edificação da sede própria da escola, o que começou a se materializar com a doação, pela CBMM, do terreno para esse fim.  Custeado pela Prefeitura, o prédio contaria com 15 salas de aula, laboratórios, biblioteca, enfermaria, sala de recursos didáticos, cantina, sala de professores, diretoria, secretaria, pátio, etc., o que totalizaria 2.500 m2 de área construída. A ousadia do projeto arquitetônico, de responsabilidade do arquiteto araxaense Marcello Gusmão Machado,  despertou admiração de toda a comunidade, inclusive do então governador de Minas Gerais, Francelino Pereira dos Santos. A obra foi realizada pela Construtora Zema, sob a supervisão do engenheiro Hélio Carneiro Alves. A solenidade de inauguração, em 12 de março 1982, contou com expressivo público, além de autoridades da época como o governador do Estado, Francelino Pereira dos Santos, o prefeito Aracely de Paula, o secretário de educação, Eduardo Levindo Coelho, o deputado estadual Carlos José Lemos, a diretora, Rosa Maria Chaer Dib de Siqueira, familiares do patrono Dom José Gaspar de Affonseca e Silva e ainda professores, alunos e funcionários da escola.

Você sabia quem foi Dom José Gaspar?

Filho de uma das mais tradicionais, cultas e mobilizadas famílias de Araxá em todos os tempos (Afonseca e Silva), José Gaspar de Afonseca e Silva nasceu no dia 6 de janeiro de 1901 e era filho do farmacêutico e memorialista Sebastião de Afonseca e Silva e de Prozalina Porfírio Afonseca. José Gaspar viveu e cresceu num ambiente familiar, permeado por intensa religiosidade. Sua inteligência ímpar, base familiar reta e vocação religiosa o levaram, ainda jovem, a ser sacerdote (1923), professor (doutorou-se em Direito Canônico pela Universidade de Roma (1927) e reitor do Seminário Central da Imaculada Conceição. Os degraus de sua carreira religiosa foram alcançados, um a um, por mérito estritamente pessoal. Os especialistas brasileiros em história da religião católica não se cansam de valorizar o fato de um religioso que, mesmo não sendo paulista, chegou ao topo do Arcebispado de São Paulo. Antes de ser designado Arcebispo de São Paulo (1939), o mineiro de Araxá foi também Bispo (1935). Em 1942, organizou o IV Congresso Eucarístico Nacional. Dedicou sua vida ao êxito do evento e morreu um ano depois, em acidente aéreo, quando chegava ao Rio de Janeiro. A sua morte prematura, aos 42 anos de idade, levou à comoção milhares de pessoas que assistiram ao seu funeral em São Paulo. O acontecimento ganhou a cobertura da imprensa nacional. Os principais jornais e revistas brasileiros lamentaram a perda de um expoente do catolicismo no Brasil.

Por ego

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