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Fundação Cultural Calmon Barreto

Na década de 1980, a necessidade de se criar um órgão em prol da memória e da cultura do povo era urgente. A Fundação Cultural Calmon Barreto nasceu com o objetivo de solucionar esta lacuna. Um grupo de pessoas, imbuído de sensibilidade e comprometimento com a arte e a cultura, escolheu como patrono o artista araxaense Calmon Barreto, grande incentivador desta criação. Constituída em 27 de junho de 1984, através da Lei Municipal 1.905, a Fundação teve como sua primeira casa o “Museu Regional Dona Beja”. Em fevereiro de 1985, com a assinatura do Termo de Comodato da antiga Estação Ferroviária Oeste de Minas, entre a Rede Ferroviária Federal e a Prefeitura Municipal, a Estação passa a ser a sede definitiva da Fundação. Em março de 1988, a edificação torna-se propriedade do município, através de escritura pública. O imóvel, datado de 1926, possui diversos elementos de estilo neoclássico. É tombado pela Lei Municipal nº 2.411 de 28 de dezembro de 1990. Dentre as pessoas que apostaram na sobrevida da Instituição, destacamos o patrono teve grande contribuição nos dez anos de convivência no espaço, doando obras, cedendo direitos de reproduções fotográficas de telas que retratam a histria de Araxá e região. Dentre elas, um destaque para o baixo relevo “Batalha dos Guararapes”, premiado com Medalha de Ouro do Salão Nacional de Belas Artes, que hoje integra o acervo do Museu Calmon Barreto. Sua irmã, a artista Cordélia Barreto, dedicou grande parte do seu tempo ao ensino das artes plásticas. Colaborou de forma intensa durante toda a primeira década de consolidação da Fundação, ministrando aulas gratuitamente, além de realizar inúmeras exposições na cidade. Sob responsabilidade administrativa da Fundação estão a Escola Municipal de Música Maestro Elias Porfírio de Azevedo, o Museu Histórico de Araxá – Dona Beja, o Memorial de Araxá, o Museu Calmon Barreto, o Centro de Referência da Cultura Negra, o Museu Sacro da Igreja de São Sebastião, o Museu da Imagem e do Som, o Teatro Municipal e, ainda, os Setores Administrativo-Financeiro, Artesanato e Cursos Livres, Arquivos, Pesquisas e Publicações, Eventos e Projetos Especiais. A FCCB também cumpre a funço de gestora de dois Conselhos Municipais: do Patrimônio Cultural (COMPAC) e o de Políticas Culturais (CMPC) e seus respectivos fundos.

A FUNDAÇÃO

A Fundação Cultural Calmon Barreto está localizada em um belíssimo prédio neoclássico, patrimônio histórico de Araxá. É uma fundação cultural, da administração indireta. Segundo a sua idealizadora e criadora, Dona Lygia Maneira, a missão da instituição é “Promover, apoiar e incentivar as manifestações culturais do município, construir e divulgar a memória histórica da comunidade, além de

Museu Calmon Barreto

O Museu foi criado em 1996 para homenagear o mais famoso artista plástico araxaense, Calmon Barreto (1909-1994). Com o objetivo de abrigar e divulgar sua arte, o Museu expõe cerca de 300 peças entre esculturas, desenhos, moedas, gravuras e pinturas. Através da arte de Calmon é possível conhecer a história de Araxá e região. Calmon Barreto ingressou na Escola Nacional de Belas Artes em 1922, como aluno. Ao longo de sua vida foi professor e alcançou a função de diretor e reitor na instituição, ocupando-a até 1965. Recebeu inúmeras premiações como gravurista, escultor e medalhista. O elenco de obras do mestre Calmon são admiráveis e cheia de riqueza de detalhes.

 

Você sabe quem foi Calmon Barreto?

 

Nascido em Araxá, no ano de 1909, Calmon Barreto, ainda criança, já encantava ao esbanjar talento no setor das artes e do conhecimento. Partiu de Araxá rumo ao Rio de Janeiro para estudar e lapidar suas virtudes e vocação. Na capital fluminense, permaneceu até 1967, quando já era artista feito e cheio de atributos, títulos e credenciais de respeito profissional e artístico. Na Casa da Moeda, deram-se seus primeiros estudos de Arte. Lá aprendeu o desenho e a gravura em aço. Breve estaria criando uma série de moedas (as chamadas vicentinas) lançadas e postas em circulação em todo o País. Aos 14 anos, iniciou os estudos na Escola Nacional de Belas Artes, especializando-se em desenho e escultura. Depois de obter as premiações preliminares do Salão Nacional de Belas Artes, conquistou, em 1929, o grande prêmio de viagem. Nos dois anos seguintes, cursou escolas de arte em Roma e peregrinou pelos museus de toda a Europa. Retornando ao Rio de Janeiro, passou a colaborar com as principais revistas e periódicos da capital, criando cerca de mil e quinhentas ilustrações de contos, crônicas, livros etc. Também executou um grande número de esculturas, medalhões, camafeus. O monumento dedicado aos “Heróis da Laguna e Dourados”, na Praia Vermelha, é constituído por várias peças suas; a sede do Banco de Crédito de Minas Gerais possui grandes baixos-relevos de sua autoria. Em 1942, retornou à Escola Nacional de Belas Artes como professor de “Desenho do Modelo Vivo” e, em 1951, defendeu tese para a cadeira de “Anatomia e Fisiologia Artística”, tornando-se professor titular. Por quatro anos, assumiu a direção da escola, tendo se aposentado em 1967. Ainda na década de 60, pintou mais de uma centena de paisagens marinhas de Cabo Frio. A volta a Araxá se deu logo após sua aposentadoria. A partir daí, sua participação no desenvolvimento cultural da sociedade araxaense foi considerável. Criou uma série de pinturas de grande porte, relativas à história da criação da cidade; pintou os vastos campos das redondezas, sempre com a presença dos animais típicos da região; executou painéis de temáticas variadas; esculpiu grandes blocos de mármore e outros tipos de pedras, criando esculturas com temas regionais. Em colaboração com os jornais da cidade, publicou muitos contos de sua autoria. Em 1989, publicou o livro de contos “Araticum”. A família guarda outros contos inéditos para futura publicação. Calmon Barreto faleceu no dia 9 de junho de 1994. Em 1984, a cidade dedicou o seu nome à “Fundação Cultural Calmon Barreto.” No Brasil, é considerado atualmente um dos únicos artistas que tem um espaço totalmente dedicado às suas obras. Em Araxá também existe um espaço específico para abrigar as obras de Calmon, que é o  o Museu Municipal Calmon Barreto, que expõe somente obras de Calmon e fica na rua Vereador João Sena, 98, no centro de Araxá .

 

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