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Juntas, as duas fábricas podem atingir uma produção de 250 mil toneladas/ano de batatas pré-fritas congeladas, o que representa 55% do mercado nacional.

Há 10 anos, Araxá recebeu um investimento de 50 milhões para receber a primeira fábrica  que produz mais de 100 mil toneladas, por ano, de batata frita congelada, ofertando cerca de 300 empregos. No último dia 16, foi a vez do município de Perdizes receber um investimento de 200 milhões, que deve ofertar 1.400 empregos, movimentando a economia da região, trazendo perspectiva de prosperidade em um cenário de crise nacional.

A solenidade de inauguração foi marcada pela presença de autoridades, colaboradores da empresa, parceiros, representantes da comunidade, num total que superou os 600 participantes.

A cerimônia foi iniciada às 11h. Miguel Correa, Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, representou o governador do Estado, Fernando da Mata Pimentel. Falou do empreendedorismo e da iniciativa da Bem Brasil em investir na construção de uma nova fábrica, e afirmou  a importância da contribuição para o desenvolvimento do Estado de Minas Gerais e do País.

Usaram, também, a palavra, o prefeito de Perdizes, Fernando Marangoni, Natalino Shimoyama, gerente geral da Associação da Batata Brasileira (ABBA); o Deputado Estadual Bosco e os Deputados Federais Marcos Montes e Valdir Colato. Também fizeram parte da mesa: Helvécio Magalhães Junior, secretário de Estado de Planejamento e Gestão de MG; Pedro Leitão, secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de MG; Lucas Flavio Alvarenga Mariconi, presidente da Câmara Municipal de Perdizes; Dr. Cláudio Henrique Cardoso Brasileiro, juiz da comarca de Perdizes; Ten. Coronel Fernando Marcos Reis, comandante do 37º Batalhão da Polícia Militar de MG; e Vitor Hugo Heisler, delegado da Regional da Polícia Civil de MG.

O diretor-presidente da Bem Brasil Alimentos, João Emílio Rocheto, relembrou os dez anos de caminhada da empresa e a concretização do sonho de uma nova fábrica. Ele destacou a origem do Grupo Rocheto e a força do produtor rural brasileiro. Afirmou que a história de sucesso da Bem Brasil só foi possível graças aos fornecedores, aos distribuidores, aos colaboradores e a todos os parceiros que acreditaram na empresa.

No dia anterior à inauguração da nova fábrica, o Jornal Interação fez uma entrevista exclusiva com Rocheto, esclarecendo e fazendo colocações sobre o novo investimento.

Para Araxá, que já tinha o funcionamento da primeira fábrica inaugurada em dezembro de 2006, ficou o sentimento de perda para parte da sociedade, já que acreditava que a nova fábrica poderia ser instalada também aqui no município.

No início das operações da fábrica Bem Brasil em Araxá, houve um desgaste com a população, no entorno da fábrica que estava ainda em fase de implantação, o que poderia ser um dos motivos de a nova fábrica não ser implantada na cidade. Rocheto esclarece que, no começo, houve certo desgaste no relacionamento com a população do entorno, mas que já foi superado há um bom tempo: “Nosso processo passou por uma série de ajustes até encontrar a melhor maneira de executá-lo. Quando veio um bairro novo para frente da planta da fábrica, ficamos apreensivos, poderíamos ter algum problema, mas temos uma convivência tranquila, sem nenhum problema ou imprevisto  até o momento”, esclareceu.

“Na verdade, a escolha por Perdizes foi basicamente pelo espaço físico adequado, com área que permitisse um layout adequado para os tempos de hoje. Se fôssemos implantar aquela planta com aquela capacidade aqui, não teríamos espaço físico suficiente em termos de layout, não em termos de espaço físico”, explicou.

Rocheto falou da importância dos fornecedores e da mão de obra especializada de Araxá, responsável por praticamente toda a montagem da planta da fábrica de Perdizes.

Outro questionamento que incomoda parte da sociedade araxaense é a possibilidade de fechamento da fábrica em Araxá, em razão da grande capacidade de produção da fábrica de Perdizes. O Jornal Interação levantou esta questão, acrescentando o custo de produção das duas fábricas para fazer o mesmo produto.

Rocheto esclareceu que hoje a fábrica de Perdizes faz o mesmo produto que a fábrica de Araxá. A de Perdizes tem um pouco mais de tecnologia no processo, mais recursos tecnológicos, algumas coisas que se modernizaram nestes 12 anos de diferença na construção das fábricas. “Esperamos ter um ganho com esse  investimento. O custo de investimento é maior proporcionalmente, mas teremos um ganho tecnológico. Estamos na fase pré-operacional, não temos como precisar quais ganhos teremos com estes recursos tecnológicos”.  “O produto final das duas fábricas são parecidos em relação à matéria prima com boa qualidade; em relação à matéria prima intermediária, a nova fábrica tem capacidade maior de trabalhar o produto, mantendo a boa qualidade. Na realidade, a fábrica de Araxá, o que se pretende é, em um  espaço curto de tempo, fazer outros produtos, outros cortes e outras maneiras de apresentar a batata. A produção da batata frita congelada ficará com a fábrica de Perdizes”, esclareceu.

Dificuldades de execução do projeto

“Quando começamos o projeto, em 2013, o País não estava em crise. Sabíamos que teria um ajuste na economia, mas não acreditávamos que seria desta natureza. Todas as máquinas foram feitas por encomenda… Chega [-se] a um ponto que o custo de parar pode ser maior que continuar. Tivemos que corrigir rumos durante o projeto, principalmente na área financeira; com a crise, conseguimos dar a volta, e ele [projeto] não esteve em risco hora nenhuma . Temos que fazer decolar! A expectativa é que consigamos uma maturação em 3 a 4 anos, em um mercado crescente, mesmo que, na crise, em velocidade menor”, acrescentou.

A escolha do nome Bem Brasil surgiu para valorizar o produto brasileiro, pois, no mercado, todos os produtos de batata frita congelada são importados; valorizar a brasilidade, com objetivo principal de valorizar a marca do produto interno.

Finalizando, Rocheto acrescenta que a parceria com Araxá nestes 12 a 13 anos vai continuar. A fábrica, em breve, passará por essas mudanças e ajustes para apresentar novas opções de batata no mercado para o consumidor, que continuará levando o nome de Araxá e Minas Gerais para o Brasil inteiro!

Outra expectativa, além da fábrica propriamente, diz respeito às novas linhas de transmissão de energia, promessa da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) para o final de 2017. A fábrica firmou uma parceria de cogeração de energia com a subsidiária elétrica, mediante a instalação de uma estação de energia movida a biomassa. Os investimentos de R$ 30 milhões no sistema foram fundamentais para a viabilidade econômica da planta, pois seu consumo de energia seria equivalente ao da cidade de Perdizes inteira.

Nova fábrica de processamento beneficia cadeia produtiva da batata

Minas Gerais é o principal estado produtor de batata. No ano passado, a safra de 1,3 milhão de toneladas respondeu por 32% da produção nacional. Mesmo com toda essa produção, o estado importa 24 mil toneladas de batata processada, especialmente da Holanda. O déficit na balança comercial do produto pode ser reduzido e revertida com a instalação de uma unidade de processamento de batata, conhecida no mercado como pré-fritas congeladas, no estilo palito. A unidade está localizada no município de Perdizes, no Alto Paranaíba. Para o  secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leitão, “esta unidade de processamento chega à região, movimentando a economia, utilizando a matéria-prima local, gerando emprego e agregando valor à produção. Isso é essencial em qualquer cadeia produtiva do agronegócio, que envolve a produção, a indústria e o comércio. Desta forma, o empreendimento contribuirá para a geração de renda em todas as etapas do negócio”, afirma.  Além de agregar valor e garantir mercado aos fornecedores diretos da fábrica, o empreendimento cria impacto positivo no mercado. No ano passado, o quilo da batata era negociado a R$ 1,58 na Ceasaminas/Contagem e, hoje, o preço está em R$ 0,83 o quilo. A chegada da indústria pode contribuir para ajustar a oferta e regular o preço pago ao produtor. Com investimentos de R$ 200 milhões, a nova fábrica é a segunda unidade do grupo Bem Brasil Alimentos, na região de Araxá. Quando estiver operando em sua capacidade máxima, serão processadas 150 mil toneladas por ano, somente na unidade de Perdizes. O empreendimento vai gerar 1,4 mil empregos diretos e indiretos na região de abrangência, formada pelos municípios de Perdizes, Santa Juliana e Pedrinópolis.

Por Editor1

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