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No dia 24 de dezembro de 2010, foi postado no site da folha.com uma matéria do jornalista Felipe Bachtold, intitulada “Terras-Raras podem ser o novo filão brasileiro”. A matéria retrata uma crise no abastecimento de um conjunto de metais que está levando empresas brasileiras e o governo a tentar iniciar um novo tipo de exploração mineral, voltada para o ramo de alta tecnologia: as chamadas terras-raras. Ele ressalta que o Brasil tem reservas inexploradas desse conjunto de minérios, destacando que o grupo canadense MBAC divulgou, no começo do mês, que uma área sua em Araxá (MG) tem um “dos mais altos níveis de óxidos de terras-raras” no mundo.
A matéria retrata, ainda os possíveis problemas ambientais para exploração desses minerais, destacando que, na mineração, dois elementos radioativos, o tório e o urânio, costumam vir com as terras-raras. É preciso separá-los dos outros minerais explorados.
Isso faz com que a indústria precise montar um esquema de alta proteção ambiental, encarecendo o trabalho.
Essa publicação despertou o interesse de parte da sociedade araxaense em saber a real possibilidade de implantação dessa mineradora em Araxá. Quais consequências e benefícios isso traria para a população?
Diante da situação, procuramos informações possíveis, que pudessem dimensionar a situação: de acordo com o vice-presidente da Codemig, Antônio Leonardo Lemos de Oliveira, apesar de ter conhecimento do interesse da empresa canadense MBAC em se instalar em Araxá, ele afirma desconhecer qualquer tipo de negociação para que a exploração seja feita nas terras da Codemig.
O prefeito Jeová disse ter recebido, no início de dezembro de 2011, a visita de representantes da empresa MBAC, que mostraram o projeto e confirmaram o interesse de exploração do minério em Araxá.
Quando: (Jeová) “Uma vez que o mercado mundial está carente desse produto e foi isso que levou às pesquisas pelas quais Araxá foi premiada com essa riqueza em seu subsolo. Então, quanto mais rápido eles instalarem essa empresa e começarem a ter o produto vai ser melhor e vai atender a demanda mundial. O projeto da empresa é um projeto audacioso.
A MBAC é uma empresa canadense e que já é detentora da reserva de exploração e agora estamos aguardando os detalhes técnicos que cabe à empresa para podermos avançar na instalação da fábrica, em nossa cidade.”
Onde: (Jeová) A área em que a empresa canadense vai se instalar vai depender muito do estudo técnico e isso não está dentro do campo político. E nós, do campo político, estamos de braços abertos para receber essa empresa.  O local da mineração é realmente dentro da área de reserva da Codemig, da CBMM e da Vale, e é claro que esse  já é um detalhe que politicamente não sabemos. Nós sabemos que existe o minério em nossa cidade, mas o local da implantação da fábrica são os técnicos da empresa canadense que vão saber.
Existe, na internet, o projeto da MBAC – Projeto Araxá – Terras Raras/Nióbio/Fosfato com 16 slides que apresentam o mercado de terras-raras, uma visão geral, mapa geológico regional, mapa geológico local, dados históricos da exploração de minério em Araxá, mineralogia, desenvolvimento e resumo do projeto.
Um dos grandes problemas da extração de terras-raras é o problema ambiental. Sua extração exige o uso de produtos químicos altamente tóxicos, além de deixar uma lama tóxica como resíduo. Por outro lado, terras-raras não são raras. Algumas são até abundantes.  O problema é que esses elementos estão dispersos na crosta terrestre e fica muito difícil sua extração e purificação.

Terras raras é o nome que se dá a um conjunto de 17 elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no número de elétrons em uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela periódica porque ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos. Também têm como característica comum os nomes complicados: lantânio, neodímio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio. A maioria das pessoas não conhece os nomes, mas provavelmente já teve contato com algum dos diversos produtos que levam esses minerais. São usados em smartphones, iPods, fibras óticas, supercondutores, baterias para carros híbridos, vidros e lentes especiais, ímãs, refino de petróleo e na indústria bélica, além de vários outros.

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