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As Luzes da história de Araxá e de sua personagem mais famosa, se reascenderam na noite de quinta-feira, dia 27 de agosto de 2020.  Após um longo e sofrido período fechado á espera de recursos para reforma e restauração, finalmente o famoso e tradicional Museu Dona Beja de Araxá,  voltou a brilhar e  a compartilhas suas memórias, acervos e histórias interessantes com a comunidade local e os visitantes  até do estrangeiros que chegam aqui sedentos pelos encantos, feitiços e lendas de Ana Jacinta de São José, a Dona Beja. A finalização das obras de reforma e restauração do antigo casarão do final do século 18, foi ontem á noite com pompa e circunstância. O antigo prédio reabriu graças a um pacote de obras e  serviços que incluíram pintura, reparos elétricos, escadaria, adequação com  elevador, rampas, banheiros acessíveis e deck, além de passar por revisão em todo o madeiramento e telhado. A reformação e adequações foram realizadas pela Prefeitura de Araxá,  proprietária do imóvel agora. Foram investidos cerca de R$ 1,5 milhão. As obras tinham no dia 26 de novembro do ano passado. Segundo a Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), que é a curadora do espaço, o contrato para todo o serviço custou;  R$ 1.523.440,07. O projeto foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Museu, que é um bem tombado e, por isso, teve todas as características preservadas. Tudo só foi possível graças a um projeto da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, com a participação fundamental da empresa CBMM. Museu Histórico Dona Beja foi fechado em abril de 2014 e, desde então, recebia manutenção semanal. O acervo de 468 peças ficou resguardado com vistoria constante e permanece sob a guarda da Fundação.

 

Sobre Dona Beja

Dona Beja foi figura polêmica e bastante influente no Brasil nos tempos de Império, acumulando fortunas e posses. Ela nasceu Ana Jacinta de São José em Formiga no ano de 1800 e chegou a Araxá em 1805. Com o passar dos anos, tornou o nome da cidade mineira famoso nacionalmente.

Foi do avô que recebeu o apelido “Beja” por este compará-la à doçura e à beleza da flor “beijo”. Ana Jacinta foi raptada aos 15 anos pelo ouvidor do Rei, Joaquim Inácio Silveira da Motta, e, por dois anos, viveu como amante dele em Paracatu, onde acumulou fortuna.

Ao voltar a Araxá, ela encontrou um ambiente hostil. A conservadora sociedade local não a via como vítima, mas como uma mulher sedutora de comportamento duvidoso. Entretanto, as mulheres da cidade consideravam-na um grande risco para os valores éticos da época. Sendo assim, tornou-se uma pessoa indesejada e marginalizada pela sociedade.

A lenda conta a existência de uma “Fonte da Jumenta”, água miraculosa, que concedia juventude, saúde e beleza a Dona Beija e onde ela banhava-se todos os dias. Ela teve uma filha com seu grande amor, que foi morto a mando da própria Dona Beja após descobrir que ele teria sido o mandante de uma surra que tomou de dois negros que a tocaiaram em uma estrada, deixando-lhe muito machucada.

Dona Beja decidiu partir de Araxá com a filha em meados de 1853, mudando-se para Bagagem, hoje Estrela do Sul, onde morreu em 1873 por conta de uma nefrite.

Em Araxá, o Museu Dona Beja, casarão onde ela teria morado, foi inaugurado em 1965 e abriga 200 anos de história.

 

Por Editor1

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