No último sábado, dia 27 de fevereiro, partiu da cidade de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, com objetivo de percorrer sete países da América do Sul, utilizando como transporte sua bicicleta, a araxaense Ana Laura Teixeira Afonso, de 25 anos, tecnóloga em alimentos. Guerreira, destemida, corajosa e aventureira, Ana Laura não se intimidou pelas dificuldades, pela solidão, pelo risco ou até pelo medo que sempre tende a nos privar de situações que exige o fator coragem. O objetivo é pedalar em média 1.000 km por mês, que daria aproximadamente 34 km por dia, alternando uns dias mais e outros dias menos, por um período de um ano aproximadamente. Há lugares que pretende ficar dois, três dias para conhecer e documentar sobre os costumes locais. Com ponto de partida em Ushuaia (a cidade mais austral do mundo), subindo toda a Patagônia Argentina e Chilena até chegar à Bolívia, passando pelo Peru, Equador, Colômbia e, para finalizar, voltar para o Brasil atravessando a Amazônia, seguir sentido Chapada dos Veadeiros e terminar fazendo o Caminho dos Diamantes da Estrada Real, com destino final em Ouro Preto. Enquanto conseguirmos manter contato com nossa aventureira, estaremos contando aqui, ora relatado por ela, ora contado por nós, sua trajetória, de acordo com o que formos apurando. Ana relata seus dois primeiros dias de pedalada superando frio, a chuva, o cansaço e, com certeza, a solidão. “Não vou dizer que foi fácil. Foram dois dias de muitos desafios. O primeiro, dia 27/2, de Ushuaia a Tolhuin, um visual incrível das montanhas nevadas, morros a se perder de vista, porém depois de 30 km pedalados, começou uma chuva muito forte e um frio intenso. Pedalei mais 30km e precisei parar, pois meu corpo não aguentava mais. Esperando a chuva parar para montar minha barraca, apareceu Richard, que estava indo para Tolhuin, parou e me ofereceu carona para acabar de chegar. Não pensei duas vezes, pois estava com muito frio. Chegando a Tolhuin, fiquei na Panadería Union por duas noites, onde tem uma casa que recebe cicloturistas. Lá conheci viajantes do mundo todo: Alemanha, Nova Zelândia, Áustria, Buenos Aires e Estados Unidos.
No dia 29/2, segui para Rio Grande, uma estrada bem plana, porém depois dos 50 km, quando cheguei próximo ao Oceano Atlântico, um vento muito forte, de aproximadamente 80 km/h. Cada quilômetro pedalado, uma parada de 10 minutos. Pedalava, pedalava e parecia não sair do lugar. Com muito custo, cheguei a Rio Grande, onde precisei passar duas noites para recuperar do resfriado que peguei e melhorar minha resistência que está muito baixa. Amanhã pego um ônibus para Puerto Natales (Chile), onde continuo a aventura.” De acordo com o que formos apurando sobre esta aventura, relataremos aos nossos leitores.
Fica aqui o desejo de força e boa viagem a Ana!
