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O “Sempre Um Papo” e a CBMM promoveram na última terça-feira, dia 04 um evento com o objetivo de  resgatar uma das mais importantes – e esquecidas –  personagens da história de Araxá: Josefa Maria Roquete Batista Franco Carneiro de Mendonça (1780-1855), uma das líderes da porção mineira da Revolução Liberal de 1842. A autora do livro é Ana Luisa Escorel, primeira mulher a vencer o Prêmio São Paulo de Literatura, que está de volta ao romance, cinco anos depois, com o livro “Dona Josefa” (Editora Ouro Sobre Azul). O evento foi realizado no auditório da ACIA (Associação Comercial).  Entrada gratuita. A mediação foi do escritor Rodrigo Feres. Uma plateia formada por estudantes, educadores e escritores locais acompanhou com atenção a palestra da escritora que no final autografou vários livros para os presentes.

 

A História de Josefa Carneiro

 

Em 1842, uma rebelião contra a política do ministério conservador de Pedro II, estourando na Província de São Paulo, se irradiou para Minas Gerais onde, por cerca de sessenta dias, os rebeldes enfrentaram o exército do barão de Caxias que veio a derrotá-los, como já havia feito com os paulistas três meses antes. O movimento ficaria conhecido como Revolução Liberal de 1842 e uma de suas figuras principais em Minas foi Josefa Carneiro de Mendonça, de família influente, dona de terras e de escravos, que assumiu a liderança da luta no Araxá e no oeste da Província aos 60 anos de idade, planejando golpes, aliciando, armando combatentes e dando todo o tipo de suporte aos revoltosos. Presa, passou três meses em uma solitária úmida e escura, foi julgada e inocentada graças à habilidade de seu defensor que fez convergir para um dos filhos – chefe revolucionário também – todas as acusações atribuídas a ela. Sobre Josefa pouco se conhece além das raízes familiares, da descendência numerosa e da mudança para Petrópolis com a família depois da derrota liberal em Minas. É essa história que o romance “Dona Josefa” recria e reinventa valendo-se de toda a liberdade que a imaginação literária permite. A autora Ana Luisa Escorel faz da personalidade incomum de Josefa o centro de uma narrativa emocionante na qual passado e presente se alternam oferecendo ao leitor um confronto permanente entre história e ficção, política e afeto, arbitrariedade e revolta. Entre a prepotência masculina e a força subterrânea da mulher.

 

A Escritora Ana Luisa Escorel

 

Ela é paulistana, nascida em 1944. Estudou na Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro. É autora de vários livros sobre design, como Brochura brasileira (1972) e O efeito multiplicador do design (1999). Desde 2004, atua também como editora da Ouro sobre Azul. Sua primeira obra literária, O pai, a mãe e a filha (Ouro sobre Azul), foi publicada em 2010, seguida do romance Anel de vidro (Ouro sobre Azul, 2013), com o qual se tornou a primeira mulher vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura no ano seguinte.

Por Editor1

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