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A vereadora Edna Castro pediu vistas ao projeto que altera o piso salarial dos dentistas de R$ 900 para R$ 1.866.

O Projeto de Lei n° 036/12 de autoria do Executivo, que altera o piso salarial dos dentistas de R$ 900 para R$ 1.866 estava na pauta do Legislativo, recebeu vistas da vereadora Edna Castro, e não foi votado, mais uma vez. Servidores da saúde, não contemplados com o projeto, estiveram em grande número na Câmara Municipal na tarde da última terça-feira, 13.

No começo da reunião, o vereador Márcio de Paula (PR), solicitou ao presidente da Câmara Municipal, Carlos Roberto Rosa (PP), para não participar da votação, pois é dentista concursado da Prefeitura. “Houve uma longa negociação com a Prefeitura de Araxá até se chegar a um acordo em relação à remuneração dos dentistas. Espero que todo funcionário público receba um aumento de salário, mas os dentistas não têm culpa se outros profissionais da saúde ainda não tiveram essa conquista”, colocou Márcio.

O pastor Moacir Santos (PDT), como é suplente de coligação, foi convocado para participar exclusivamente dessa votação que acabou não ocorrendo. Edna disse que o objetivo de seu pedido de vistas ao projeto é ganhar mais uma semana para que o prefeito de Araxá, Jeová Moreira da Costa, e os demais servidores entrem em um acordo. “A minha proposta não é de ser contra o aumento para os dentistas, até porque acho merecedor e é legítimo, mas também acho legítima a reivindicação que elas [outras servidoras da saúde] fazem. Todo aumento é bem-vindo”, justificou.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais das Prefeituras, Câmaras e Autarquias da Microrregião do Planalto de Araxá (Sinplalto), Hely Aires, colocou que não é contra o aumento do piso salarial dos dentistas, mas esse tipo de benefício deveria ser estendido também para as outras classes da saúde. “A nosso ver não está errado, mas imoral, porque os outros servidores da saúde estão sendo tratados de forma desigual. O salário, o piso, da grande maioria dos servidores municipais está defasado. Os dentistas merecem o reajuste concedido na proposta pelo Executivo, assim como todos os servidores da Prefeitura de Araxá”, comentou o presidente do Sinplalto.

A fisioterapeuta Ana Lúcia Bemfica Borges, que faz parte da comissão da saúde, contou que, desde 2009, a classe luta por um reajuste salarial. “A gente realmente veste a camisa, trabalha e estamos realmente esperando o reconhecimento do nosso trabalho. Nós somos a favor de uma isonomia salarial, que, já disse em outras entrevistas, está prevista na Constituição Federal. Já que trabalhamos no mesmo setor, nós temos o direito do mesmo salário”, argumentou.

A folha de pagamento da prefeitura com funcionários da saúde tem 161 concursados e outros 116 contratados, totalizando 277. No quadro geral, são aproximadamente 4.000 servidores municipais. De acordo com os cálculos da Administração Municipal, o aumento pesaria em R$ 7 milhões aos cofres públicos até o fim do ano.

“Os outros servidores que fizeram a proposta solicitaram ao prefeito que fosse extensivo a eles. O prefeito afirmou que a prefeitura não teria condições de suportar um reajuste. O projeto não está na Câmara, mas está sendo muito estudado e discutido no gabinete. Nós estamos tentando chegar a um consenso de valor que possa ser garantido a todos os servidores, mas considerando esse período proibitivo por questões eleitorais, vamos voltar a tratar disso após as eleições”, comentou o assessor.

A Prefeitura não pode conceder nenhum benefício aos seus servidores a partir do dia 7 de abril, como consta na legislação eleitoral. “Eu quero acreditar que o pedido das servidoras é verdadeiro e que há de existir essa negociação até a semana que vem. Eu espero por melhores resultados”, finalizou Edna.

Para a próxima reunião, o prefeito pode encaminhar outro projeto beneficiando todos os servidores da saúde ou retirar o projeto que beneficie somente os dentistas. O Sinplalto, por meio de sua assessoria, afirmou que o pedido de vistas de Edna Castro ao projeto é a última tentativa de negociação dos servidores com o prefeito Jeová. Se não houver acordo, o sindicato cogita uma greve feita pelos servidores da saúde.

Por admin

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