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O mundo vive, há mais de um ano, mergulhado na terrível e mortal pandemia do COVID-19, trazendo consigo profundos impactos em todos os segmentos da sociedade.

A infecção virótica, dependendo da imunidade da pessoa, pode causar danos vasculares (veias e artérias) envolvendo vários órgãos, incluindo os olhos. As patologias mais comuns são a conjuntivite, geralmente leve, com remissão espontânea em poucos dias e as vasculites retinianas, de ocorrência mais rara.

Um fato que vem preocupando a comunidade oftalmológica é a constatação do aumento dos casos de miopia em crianças neste período. A miopia é um erro refrativo do olho no qual se enxerga sem nitidez objetos distantes. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), entre 2020 e 2050, estima-se que a miopia cresça 89% no Brasil. A Secretaria de Saúde de Brasília detectou um aumento de 39% na prevalência da miopia em crianças atendidas na rede pública desde o início da pandemia até o momento.

A Associação Médica Americana publicou em janeiro deste ano, na renomada revista científica JAMA Ophthalmology, um estudo investigando a relação entre o confinamento e o aumento dos casos de miopia em crianças na China. A pesquisa, que já era realizada desde 2015, testou 123.535 crianças, com idades entre 6 e 13 anos. Notou-se uma prevalência de miopia, aproximadamente, três vezes maior em 2020, se comparado aos números dos anos anteriores, especialmente em crianças com 6,7 e 8 anos de idade. O confinamento domiciliar foi considerado, pelos pesquisadores, o principal fator para a elevação desse índice. O uso de telas, como smartphones, tablets, computadores e TVs, seja para estudo ou entretenimento, aumentou consideravelmente neste período, além da diminuição do tempo em ambientes externos, fatores que contribuíram para esse aumento.

Conclui-se, portanto, que medidas devem ser tomadas pelos pais em relação às crianças neste período, como limitar o tempo de uso das telas, implementando pausas regulares diante de exposições prolongadas. Adicionalmente, e de superior importância,  é o estímulo às atividades físicas em áreas externas, na medida do possível, o que reduziria também os riscos de doenças relacionadas ao sedentarismo, como a obesidade.

Por Editor1

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