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Impressionante a performance da superatleta Catarina Almeida Porfírio que superou, além das dificuldades naturais de uma prova deste grau de dificuldade, o mal tempo, que se tornou um desafio a mais. Catarina chegou na 3ª colocação, conquistando medalha, troféu, certificado, além de um lugar no podium.

Catarina conta que, depois de fazer o IRON, em maio, “decidi que tiraria o segundo semestre para me dedicar exclusivamente à natação! Passei junho e julho fazendo uma base, nadando 12K semana e, em agosto, decidi que faria uma das maiores provas de água aberta do Brasil, a tradicional 14 BIS, cujo percurso é Bertioga a Santos,  nadando 24.000 metros. Para tanto, procurei Igor Souza,  um mito, referência de água aberta! 

Na ocasião, Igor fez um teste comigo em São Bernardo e aceitou me treinar, com a condição de que eu fizesse tudo que ele mandasse. Isso significava trabalhar muito minha técnica e treinar muito. De um volume de 12K semana, passei, em pouco tempo, para 43K semana. Foram três meses de muito treino e aprendizado.” A prova foi realizada no dia 5 de novembro. “Eu estava nervosa antes de largar, afinal 24.000m é muita água!

Larguei com a missão de fazer os primeiros 12K mais rápido para evitar uma corrente contra, que chegaria com 3:30 de prova! Fiz tudo que podia, mas, mesmo assim, peguei a tal corrente contra, aliás, peguei várias correntes, passei por vários trechos com folhagens, galho de árvore, fui queimada por água viva…, mas nada que eu não soubesse que ia acontecer. No Km dez, reconheci duas possíveis adversárias e me propus a colar nelas. Quando faltavam 2,5K para terminar, avisei meu caiaqueiro que eu não ia mais parar para alimentar e que ia tentar chegar à frente das duas. Àquela altura, meus ombros e tríceps doíam tanto que minha técnica estava toda comprometida. Acelerei, e as duas aceleraram juntas. Durante 2K, a liderança alternava entre a gente. Nós três estávamos visivelmente exaustas, mas nenhuma cedia! Quando faltavam 500metros, comecei a enxergar as boias, a torcida e aí dei tudo que tinha, o que não era muito àquela altura, mas foi o suficiente para abrir vantagem e chegar à frente, por 30 segundos, de uma das atletas, e um minuto da outra! Ao chegar, descobri que elas eram mesmo minhas adversárias e que aquela busca tinha me garantido um bronze na categoria! Uma prova de 9:03:56 horas ser decidida nos últimos minutos foi muito emocionante. A quilometragem não deu 24.000, mas sim 25.880m!!! O troféu é enorme, maravilhoso, o mais lindo que já ganhei! Uma recompensa pela entrega dos últimos meses!”, narrou a superatleta.

Durante toda a prova, cada atleta tem que ter um apoio para a alimentação e para a sua segurança, pelo fato de o atleta sentir algum mal e precisar de resgate rápido. Para isso, se utiliza uma pessoa de caiaque, que acompanha o atleta de perto durante todo o trajeto.” Meu caiaqueiro foi um anjo que Deus colocou na minha vida, foi isso que eu senti. Toda vez que eu respirava, via o olhar doce dele zelando por mim. Nas paradas, ele insistia para que eu me alimentasse e hidratasse de acordo e dizia que estávamos indo muito bem, mesmo nas horas em que isso não era verdade, e, no final, ele vibrou mais que eu mesma!”, reconheceu Catarina.

“Minha amiga Eliane foi de São Paulo me levar para Bertioga, me viu largar e me apoiou em tudo que precisei. Harry Finger também esteve na largada para dar aquele abraço de boa sorte. Na chegada, meu marido, minha filha e Izildo me esperavam aflitos para o abraço. Na largada, Igor estava lá para as instruções finais e, quando a prova acabou, ele me ligou dando as boas-vindas ao universo das ultramaratonas. Um final de semana memorável para encerrar um ciclo satisfatório de competições no ano de 2017!”, declarou a ultramaratonista Catarina.

 

A Prova

Esta tradicional prova, a Maratona Aquática 14 Bis, a mais importante do gênero no Brasil, atrai nadadores brasileiros e internacionais. São quase 50 anos de realização, em um percurso de 24km  pelo Canal de Bertioga que separa a ilha de Santo Amaro (Guarujá) do continente. A largada é dada a partir do Forte São João, em Bertioga, e a chegada se dá na rampa da Base Aérea de Santos. É normalmente realizada no mês de novembro, como continuidade das comemorações da Semana da Asa, pela Aeronáutica, e é agendada para um sábado cujas condições de maré sejam favoráveis a sua realização. Entretanto esta edição foi considerada uma das mais difíceis de serem realizadas durante todos estes anos, graças à baixa força da maré minguante e às fortes chuvas da noite anterior que encheram os rios que desaguaram no canal, provocando correntezas contrárias ao nadador.

Uma prova desse nível exige uma preparação específica com pelo menos seis meses de antecedência, o que exige muita força de vontade e disciplina, exige muito preparo físico de seus participantes.

Novos desafios

Além da medalha, do troféu, do certificado, o resultado garantiu à atleta Catarina Almeida Porfírio o direito de participar de outras provas internacionais.

Realização:

Historicamente organizada ao longo destas quatro décadas pelo Comando da Aeronáutica do Núcleo da Base Aérea de Santos, com o firme apoio da Praticagem de Santos, das Prefeituras de Bertioga e Guarujá, da Marinha do Brasil, do Clube de Nadadores de Maratonas Aquáticas (NAMAN) e de um forte esquema voluntariado composto por outras academias e nadadores que contribuem espontaneamente para sua realização.

Por Editor1

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