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Ernesto Rosa

14//10/2016- 15:34

PorEditor1

out 14, 2016

Como faziam antigamente para tomar banho sem água encanada?

Iam se lavar no córrego! Um remanso do córrego, umas pedras no chão para enxugar-se sem pisar em terra e o banho estava tomado. Esses lugares de tomar banho chamavam-se “banheiras”.

Outra opção era levar água para casa e tomar banho em bacias. Carregar água não é fácil, então furavam profundas cisternas no quintal, até atingir o lençol d’água. Retiravam com um balde amarrado a uma corda, rodando uma manivela.

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Algumas casas mais confortáveis possuíam um cômodo de banhos. Colocavam a água em um tipo de regador que ficava suspenso por uma corda. Com outra corda, puxavam o bico para baixo, fazendo sair água para molhar o corpo. Depois de ensaboado, tornavam a fazer sair água para tirar a espuma. Pronto! Muito fácil. No inverno aqueciam água no fogão a lenha para misturar na água do regador. Mas isso era antinatural, o cúmulo da indolência e do desperdício!

Na encosta do morro de Santa Rita havia uma mina d’água, há alguns milhões de anos, rodeada de vegetação. Nesses casos, alguém enfia uma calha ou cano de bambu no barranco para fazer uma bica. Isso pode até ter sido feito pelos índios caiapós que por aqui viviam. Água de nascente é mais limpa que de córregos.

Quando a região começou a se povoar, as pessoas usavam a bica. Isso gerou uma trilha do povoado até o local. Cortaram um pouco o barranco, ficando uma “parede” mais vertical o que possibilitou tomar banho. Foram colocadas umas lajes para pisar. Isso é normal em qualquer nascente em barrancos. A vegetação escondia a bica e os banhos. Ao lado, foi se formando uma área de brincadeiras.

Os carros de bois e cavaleiros que vinham dos lados do Tamanduá chegavam pela antiga estrada que hoje se chama Avenida Ananias Pereira, dali desciam em direção à Banheira, aonde alguns paravam para tirar a poeira do corpo e chegar mais limpo ao povoado. Isso gerou a passagem que encontrou com a outra que vinha do povoado.

Por fim, na gestão do prefeito Fausto Alvim, em 1939, foi construída a Banheira Pública tal como está até hoje. O morro foi cortado aumentando a área de brincadeiras e jogos, foi feita uma casa de banhos onde fica a bica.

A frequência era alta. Pessoas saiam do trabalho e para lá se dirigiam para os folguedos e banho!

As duas passagens que se encontravam na banheira – a do Santa Rita e a outra vinda da vila – formando o ângulo que está até hoje foram retificadas e ficou com o nome de Rua da Banheira. Ela era uma importante saída da cidade para os lados Norte. Atualmente, com as construções da Avenida Ítalo Ross e da Avenida Danilo Cunha, ficou praticamente de uso local.

Hoje, esse sítio histórico, que pertence à municipalidade, está abandonado. O pátio virou plantação de verduras. Ela poderia ser ampliada e reformada para mais uma praça de esportes.

Fica aqui essa sugestão.

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Por Editor1

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