Os números são assustadores e reais. Em Minas Gerais, 283 mulheres foram vítimas de homicídio entre janeiro e junho deste ano, uma média de 47,1 por mês, aponta o Diagnóstico da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher em Minas Gerais, divulgado na última terça-feira, dia primeiro de setembro, pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Segundo o levantamento, a maioria das mulheres que sofre violência é negra (60%) ou parda (15%), tem entre 25 e 34 anos (30%) e não completou o ensino fundamental (23%). Os agressores são, em maior parte (40%), os cônjuges. O estudo foi realizado com registros de janeiro de 2013 a julho de 2015. Nos primeiros semestres destes anos, o número de mulheres assassinadas pouco se alterou: 288 em 2013, 284 em 2014 e 283 em 2015. Em relação ao ano passado, o total de registros de violência que englobam a Lei Maria da Penha em 2015 subiu 3,4%. É a primeira vez que o Governo de Minas Gerais coloca à disposição da sociedade informações sobre a violência de gênero no Estado. O Diagnóstico de Violência Doméstica e Familiar nas Regiões Integradas de Segurança Pública de Minas Gerais foi produzido pelo Centro Integrado de Informações de Defesa Social (Cinds), vinculado à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e gerido de forma colegiada com a Polícia Civil (PCMG), a Polícia Militar (PMMG) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMG). O diagnóstico foi planejado e produzido pelos analistas da PCMG Ricardo Luiz Corrêa e Tânia Mara de Castro Braga. A base de dados para a pesquisa são os Registros de Eventos de Defesa Social (Reds). O estudo abrange registros de janeiro de 2013 a junho de 2015, com recortes semestrais que permitem a comparação entre iguais períodos desses anos. O perfil das vítimas e o tipo de relacionamento com o agressor praticamente não se alteraram entre 2013 e 2015. O relatório completo do diagnóstico já está disponível para os cidadãos no site da Secretaria de Estado de Defesa Social: www.seds.mg.gov.br, com dados dos 853 municípios mineiros.