Press Trip na Rota do Queijo Minas Artesanal (QMA): O Jeitinho Mineiro de Fazer Queijo Artesanal
Foto Rodrigo Zeferino
O Governo de Minas Gerais celebrou o reconhecimento histórico dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Para marcar a ocasião, 80 jornalistas de diversas partes do país foram convidados a conhecer a rota de produção do Queijo Minas Artesanal. A iniciativa também destacou a cultura, as riquezas e as belezas do estado.
Reconhecimento pela UNESCO
A celebração começou no dia 4 de dezembro, em Belo Horizonte, coincidindo com o anúncio da UNESCO durante a 19ª Sessão do Comitê do Patrimônio Imaterial, realizada em Assunção, no Paraguai. O Queijo Minas Artesanal foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, um marco histórico para a cultura e a gastronomia brasileiras.
Pronunciamento do Governador Romeu Zema (Foto Rodrigo Zeferino)
Logo após a decisão, o governador Romeu Zema realizou um pronunciamento no Palácio da Liberdade, seguido de uma entrevista coletiva para os jornalistas presentes. “É nosso e está conquistando o mundo inteiro! Os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal agora são Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO! Uma tradição dos nossos produtores de queijo, que há mais de 300 anos nos enche de orgulho e gera emprego e renda para os mineiros. Esta foi uma das mais importantes conquistas do meu governo", afirmou o governador.
Programação Especial
A iniciativa foi conduzida pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). A programação incluiu uma série de eventos em Belo Horizonte e no interior do estado, que começaram no dia 4 de dezembro e se estenderão até o dia 15.
No dia 4, o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, recebeu os jornalistas no Palácio da Liberdade, onde foi servido um almoço com o melhor da comida típica mineira. "O reconhecimento não é apenas uma vitória para Minas Gerais, mas para todo o Brasil", destacou Leônidas.
Almoço do Secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) com Jornalistas (Foto Nereu Jr)
Ao entardecer, o violinista e compositor Marcus Viana, acompanhado pelo Coro Sinfônico do Palácio das Artes, realizou uma apresentação emocionante. Drones projetaram imagens de queijos, montanhas e outros símbolos da cultura mineira no céu, enquanto uma grande mesa de queijos artesanais, montada nos jardins do Palácio, oferecia uma experiência única de degustação. Mais de 20 produtores, organizados pela Emater-MG, participaram da feira.
Show com Drones projeta imagens com simbolos da cultura mineira no céu. (Foto Rodrigo Zeferino)
Rota do Queijo Minas Artesanal
Entre os dias 5 e 8 de dezembro, os jornalistas foram divididos em grupos para visitar as dez regiões produtoras do Queijo Minas Artesanal no estado. Essa experiência revelou a complexidade do processo de produção, que vai muito além de talhar o leite, separar o soro e moldar o queijo. Aspectos como o local de produção, a alimentação dos animais, a altitude e o cuidado dedicado aos processos são os elementos que definem o sabor e a textura únicos de cada queijo.
Cada região produtora tem suas particularidades, adaptadas pelas famílias ao longo dos anos, o que confere identidade a cada queijo artesanal.
Queijo Minas Artesanal - Mesa de Queijos (Foto Nereu Jr)
Foto Rodrigo Zeferino
Foto Rodrigo Zeferino
Culminância das Celebrações
As celebrações continuam no interior do estado até o dia 14 de dezembro, com espetáculos de drones em dez cidades das regiões produtoras. No dia 15, o encerramento ocorrerá na Igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte, com a apresentação do maior queijo minas padrão do mundo, produzido tradicionalmente em Ipanema, no Vale do Rio Doce.
Importância para Minas Gerais
O reconhecimento internacional reforça o papel do Queijo Minas Artesanal na economia, especialmente na agricultura familiar, fortalecendo os municípios produtores. Para o Presidente do IEPHA-MG, João Paulo Martins, o reconhecimento eleva a política de proteção do patrimônio cultural imaterial a patamares nunca antes imaginados, segundo João Paulo, “A preservação dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal, agora reconhecidos como Patrimônio Cultural da Humanidade é fruto de uma política pública de sucesso de mais de 20 anos, em que a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo por meio do IEPHA-MG, atuaram desde 2002, inicialmente com o Registro dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal da região do Serro. Passando pelo reconhecimento nacional em 2008 e, agora, com a caracterização de 10 regiões produtoras de QMA. Esse reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade vem valorizar cada produtor, cada fazenda, cada quarto de queijo que na sua simplicidade vem produzindo e mantendo essa tradição queijeira em toda a Minas Gerais. É sinal de que aquilo que faz parte do cotidiano de muitos produtores é também parte da humanidade, neste sentido, o IEPHA-MG e a SECULT-MG se congratulam muito com esse reconhecimento e esperam novos frutos e que a inserção desse patrimônio nos nossos tempos se torne cada vez mais presente e forte a partir de agora.” João Paulo Martins, presidente do IEPHA-MG.
Depoimentos
O Jornal Interação participou da Press Trip, representado pelo jornalista Maurício de Castro Rosa. “Pessoalmente, pude acompanhar grande parte das celebrações, admirar e conhecer a saborosa culinária mineira com suas ricas tradições. Foi uma experiência enriquecedora, marcada pela hospitalidade e o carinho do povo mineiro.
Minas Gerais é um estado de inúmeros encantos que merece ser explorado por todos. Sua riqueza cultural, natural e histórica é um verdadeiro presente para o Brasil e o mundo. Embora alguns digam que só falta ao estado ser banhado pelo mar, Minas foi generosamente recompensada por seu Criador com outras maravilhas: uma culinária única, manifestações culturais vibrantes, arquitetura colonial preservada, paisagens exuberantes e riquezas minerais. Esses atributos fazem de Minas um destino irresistível, capaz de proporcionar experiências inesquecíveis para visitantes de todos os lugares.
Um dos maiores atrativos do estado é sua culinária, marcada pelo Queijo Minas Artesanal (QMA), produzido há cerca de 300 anos por pequenos produtores da agricultura familiar. Essa tradição que acaba de ser reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, tornando-se o primeiro bem cultural imaterial brasileiro de origem alimentar a receber tal distinção. Esse reconhecimento valoriza os saberes tradicionais dos produtores e coloca Minas Gerais em destaque no cenário mundial
Edelson Borges da Silva - Folha Machadense - Machado - MG (Foto Rodrigo Zeferino)
Outro participante, Edelson Borges da Silva, do Jornal Folha Machadense, destacou a experiência em Araxá: “ A estada em Araxá, a convite da Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais, nos proporcionou experiências incríveis. Conhecermos a essência das famílias produtoras dos melhores queijos de Minas, do Brasil e do mundo. No fundo, o carinho do mineiro em receber pessoas se transfere para a lida com os animais. Gentileza gera gentileza. Amor, no trato com os animais, gera uma produção de leite diferenciada. Isso, aliado ao modo de fazer queijo do mineiro, garantiu o reconhecimento pela UNESCO, do queijo Minas Artesanal como Patrimônio Imaterial Mundial,”explica Edelson Como diria Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas: “Minas são muitas”. São muitas e, ao mesmo tempo, única. A gastronomia [tendo como base, o queijo], em Araxá, nos encantou. As histórias e a cultura da região, nos cativou ainda mais. Desejamos voltar, em breve! Edelson Borges da Silva -Jornal Folha Machadense - www.turismomg.com.br
O grupo de jornalistas que veio para a rota de Araxá teve a oportunidade de explorar a Rota do Queijo Minas Artesanal na Micro região de Araxá. Durante a visita, conheceram duas queijarias de destaque:
Queijaria Taquaral (Foto Rodrigo Zeferino)
· Queijaria Taquaral, localizada no município de Sacramento, a 70 km de Araxá.
Queijaria Casquinha
· Queijaria Casquinha, situada em Cruzeiro da Fortaleza, a 100 km de Araxá.
Na próxima Edição vocês poderão conhecer a historia, a beleza, a estrutura e qualidade destas fazendas tradicionais da rota Araxá
Essas experiências não só proporcionaram um mergulho na rica tradição queijeira, mas também demonstraram a hospitalidade mineira e a qualidade dos produtos regionais.
Regiões que fazem parte da Rota do Queijo Minas Artesanal (QMA)
Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras de Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro.
Municípios que pertencem a cada rota, reconhecidos como produtores do QMA
Araxá: Campos Altos, Conquista, Ibiá, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Sacramento, Santa Juliana, Tapira e Uberaba.
Campo das Vertentes: Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Piedade do Rio Grande, Prados, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João del-Rei, São Tiago, Tiradentes, Barroso e Carrancas.
Canastra: : Bambuí, Córrego Danta, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita.
Cerrado: Abadia dos Dourados, Arapuá, Carmo do Paranaíba, Coromandel, Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Lagamar, Lagoa Formosa, Matutina, Patos de Minas, Patrocínio, Presidente Olegário, Rio Paranaíba, Santa Rosa da Serra, São Gonçalo do Abaeté, São Gotardo, Tiros, Varjão de Minas e Vazante.
Diamantina: Gouveia, Datas, Monjolos, Couto de Magalhães de Minas, São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos, Senador Modestino Gonçalves e Presidente Kubitschek.
Entre Serras da Piedade ao Caraça: Catas Altas, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Rio Piracicaba, Bom Jesus do Amparo e Caeté.
Serra do Salitre: Apenas o Município da Serra do Salitre faz parte desta região
Serras de Ibitipoca: Andrelândia, Arantina, Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Lima Duarte, Olaria, Passa-Vinte, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde, Santa Rita do Ibitipoca, Santa Rita do Jacutinga, Santana do Garambéu, Seritinga e Serranos.
Serro: : Alvorada de Minas, Coluna, Conceição do Mato Dentro, Dom Joaquim, Materlândia, Paulistas, Rio Vermelho, Sabinópolis, Santo Antônio do Itambé, Serra Azul de Minas
Triangulo Mineiro: Araguari, Cascalho Rico, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Tupaciguara, Uberlândia, Estrela do Sul, Monte Carmelo, Romaria e Nova Ponte.
Historia
O queijo existe há pelo menos seis mil anos e sua origem é uma incógnita. Conta à lenda que o primeiro queijo teria sido obtido acidentalmente por um mercador árabe que, ao sair para cavalgar por uma região montanhosa, sobre o sol escaldante, levou uma bolsa cheia de leite de cabra para se alimentar e matar a sede.
Depois de um dia inteiro de galopes, o árabe, com sede, pegou seu cantil e deparou-se com uma grande surpresa, o leite havia se separado em duas partes: um líquido fino e esbranquiçado, o soro, e uma porção sólida, o queijo.
A transformação se deu em razão do calor do sol, ao galope do cavalo e ao material do cantil, uma bolsa feita de estômago de carneiro que ainda continha o coalho, substância que coagula o leite.
Um Convite Especial
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