Logo Jornal Interação

A decisão foi tomada em comum acordo com os representantes do Grupo Araxaense Graças a Deus, da Fundação Cultural Calmon Barreto, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e da Igreja Matriz de São Domingos.

Em audiência realizada no Fórum Tito Fulgêncio nesta terça-feira, 28, decidiu-se que 18 das 98 árvores existentes em torno da Igreja Matriz de São Domingos poderão ser cortadas. Serão 16 ciprestes que se localizam no interior das grades do local, muito próximas à fachada, e duas palmeiras, que estavam inclinadas e ofereciam risco à comunidade.

A decisão foi tomada depois que as partes envolvidas no processo – Grupo Araxaense Graças a Deus, Fundação Cultural Calmon Barreto (FCCB), responsável pelo processo de restauração, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Igreja Matriz – chegaram a um acordo, com o aval da Justiça.

A audiência foi comandada pelo juiz de Direito Renato Zouain Zupo, que entrou com uma liminar no dia 30 de novembro do ano passado e permitia apenas a poda dessas árvores. A área é tombada pelo Patrimônio Histórico mediante decreto emitido pelo então prefeito Olavo Drumond.

De acordo com o pároco da Igreja Matriz, padre Manoel Claro Costa, ele já estava aguardando por essa decisão há muito tempo. “É impossível de se fazer uma restauração de uma Igreja e deixar aquilo que está atrapalhando e impedindo a arquitetura da Igreja. Nesse caso aí, foi muito boa a resolução de tirar as árvores. Temos quer fazer uma distinção do projeto da Igreja e do da prefeitura. O da prefeitura queria mexer na frente e atrás da igreja, nas árvores. O da igreja não, ele é dentro daquelas grades que nós temos lá. É ali que estão as árvores que estão prejudicando a arquitetura”, explicou.

O presidente da FCCB, Walter Ogawa, esclareceu que a decisão refletiu o que a entidade estava planejando fazer dentro da sua programação. “Aconteceu exatamente o que nós dissemos que aconteceria em novembro. De novembro para cá, eu venho repetindo a mesma coisa: nós temos vontade de cortar as árvores que estão em volta da Igreja, atrapalhando o alicerce e futuramente podendo trazer um problema estrutural para a Igreja”, colocou.

Para a advogada Cecília Cardoso, representante do Grupo Araxaense Graças a Deus, que chegou a fazer manifestações nas redes sociais pelo não corte das árvores, o resultado foi satisfatório, mas poderia ter sido melhor. “A gente vê também que ficar ‘batendo em ponta de faca’ não é inteligente. Realmente a gente teve uma conversa com a arquiteta Zenóbia Grzysowski e ela nos disse que aqueles ciprestes se encontram em uma posição que impede o escoamento da água pluvial e que vem sim causando algum dano para a estrutura física da Igreja, portanto, acho que o mais inteligente é ceder”, destacou.

O abatimento dessas 18 árvores será mediante autorização da Justiça, com o Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema), órgão que atualmente é presidido pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, João Bosco Borges. “A minha avaliação é positiva porque atendeu tanto o Poder Público como as necessidades das associações e o anseio da comunidade. Acho que é discutindo, conversando que a gente chega a uma conclusão, e a cidade continua andando sem prejuízo para as partes. As obras serão inauguradas brevemente”, ressaltou.

Segundo Renato Zupo, a realização da audiência foi positiva porque se chegou a uma solução. “Nós conseguimos que 98 árvores que seriam abatidas se tornassem apenas 18. Foi uma vitória a que se chegou através da decisão de todos, não foi uma decisão judicial. Os principais atores desse conflito sentaram e chegaram à conclusão de que abater apenas 18 árvores resolveria a parte interna da Igreja Matriz. Homologamos esse acordo e isso ainda nos dá uma segurança de que novos abates naquela região serão precedidos de autorização judicial e de estudo do órgão ambiental competente. Isso contempla toda a área da igreja”, finalizou.

Por admin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *