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A Câmara Municipal realizou, nesta quarta-feira (1º), Fórum Comunitário com o debate “Motociclistas: Imprudências no Trânsito, Fiscalização e Educação para o Tráfego em Araxá”. A sessão foi solicitada pelo vereador Luiz Carlos e contou com ampla participação dos parlamentares e autoridades do município. A sessão levantou questões importantes quanto aos dados estatísticos sobre as causas de acidentes envolvendo motociclistas e pedestres, e buscou soluções para um trânsito mais seguro para todos.

Dados publicados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sobre impactos socioeconômicos dos acidentes de transporte no Brasil, no período de 2007 a 2018, apontam para o crescimento no número de mortes em acidentes fatais associadas às motocicletas, ultrapassando, a partir de 2009, os indicadores de óbitos dos automóveis (motocicletas: 165.933, automóveis: 162.795).

Ainda de acordo com a pesquisa, o crescimento da frota de veículos motorizados de duas rodas para transporte de passageiros se deu de forma desproporcional, se comparado ao crescimento populacional, por região no Brasil, no período de 2007 a 2019. “Na região Sudeste, o crescimento da frota foi cerca de 120% maior que o crescimento populacional. São mais de 20 milhões de veículos, que representam mais de 27% da frota nacional”, aponta o levantamento.

Com o crescimento desta categoria, o sistema nacional de trânsito tem desenvolvido ações que promovam a segurança desses condutores, pois fazem parte de uma triste estatística de representar 70% do total de indenizações pagas por acidentes de trânsito.  Quanto à idade das vítimas fatais, estudos são unânimes em apontar a maior ocorrência entre jovens com idades entre 18 e 34 anos como as principais vítimas.

A assessora de trânsito da Assessoria Municipal de Trânsito e Transporte (Asttran), Vanessa Pereira dos Santos, relatou que o maior problema atual está no aumento dos serviços de delivery. A cidade conta com cerca de quinhentos motociclistas envolvendo entregadores e mototaxistas. Ainda de acordo com ela, Araxá registrou cerca de 400 acidentes em 12 meses. “Motivados pela correria e imprudências”, destaca.

Segundo a assessora, houve um aumento da frota em mais de 34% nos últimos dez anos, o que corresponde a cerca de 25 mil veículos entre carros e motos a mais nas vias públicas da cidade. “É um problema não só de Araxá, temos que unir forças em relação às campanhas educativas e envolver todos os setores. Tivemos a paralisação por causa da pandemia, com várias campanhas suspensas. Os motociclistas estão buscando o seu ganha-pão.

Wendel Almeida, representando o SEST SENAT, informou que a instituição realiza, em Araxá, vários atendimentos de fisioterapia, odontologia e psicologia aos motofretistas e mototaxistas. “Acreditamos muito na educação para reduzir esses números apresentados. Somos regulamentados junto ao DETRAN com vários cursos em oferta, inclusive de aperfeiçoamento para quem já fez os cursos iniciais”, afirmou o coordenador.

O Comandante Corpo de Bombeiros, Capitão Thiago Augusto Pereira, apresentou dados sobre os atendimentos no município. O ano de 2021 tem apresentado o maior número de ocorrências dos últimos 4 anos, com a região central e as Avenidas João Paulo II, Amazonas, Senador Montandon, Ver. João Sena e Imbiara são os locais com maior incidência de acidentes.

O Tenente Josué Muniz, representando o 37º Batalhão da Polícia Militar, destacou que a Transitolândia é um importante meio educativo e que deverá operacionalizar no próximo ano letivo, em parceria com a Secretaria de Educação e Asttran. Ele sugeriu a formação de um comitê para discussão permanente, com a participação de órgãos competentes, o Legislativo e a sociedade. Elvande dos Santos, representante do Motoclube 100 Destino, colocou o grupo como parceiro para auxiliar nas ações de conscientização.

Solicitante do Fórum, o vereador Luiz Carlos avaliou positivamente a realização do debate. “Partindo da somatória de informações e fatores apontados como causas dos acidentes apresentada neste Fórum, teremos fundamentos para propor ações de resolutividade e políticas públicas que vão trazer mais segurança e melhores condições de mobilidade para os condutores e pedestres em nossa cidade”, finalizou.

 

Por Editor1

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