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Carta para Maria

Por Cecília Beatriz Porfírio Pereira Rosa

Oi! Maria

Acho que meu sumiço não tem razão, a não ser dor física. Foi!

Estou com uma costela, uma vértebra do lado direito, trincadas! Desde abril!…

Estive a margem dos acontecimentos de nossa cidade, alguns imperdíveis como a Passe dos novos Acadêmicos das Letras.

Gente a ser ouvida, aplaudida, quase todos de fora, adotaram Araxá  “Solo Pátio”. Pronto! São Araxaenses. Palmas, novas Jazidas a serem exploradas, riquezas da Terra!

Alguns ainda usaram lápis e papel, outros se renderam à eletricidade, a velocidade contamina! Os letras se curvam criando “palavras” espremidas entre capas, viam brochuras, aparecem os “livros”, lá longe, onde ninguém vai – 1820, a gente fica pensando Maria… “Será que o livro vai acabar”?!

Para nós, ex-alunos do Colégio S. Domingos 1942 a 1949, pegar um livro de papel, trás lembranças, pedaços de nossas vidas, vividas, bem gravadas, sentidas na inteireza do Corpo com Alma.

Será, o leitor do futuro, degustador de podcasts e audiolivros, ou será transgenero – privado de sonhos!

Como namorada a antiga, gosto dos livros, sem a exagerada teatralidade de hoje, para platéia ver, deglutir!

Como os livros qualquer dia do tempo, sem data marcada, sempre emprestei, empresto, emprestarei meus livros como “um bem social”, como me ensinou a inteligente saudosa professora – Maria Auxiliadora Paiva durante Palestra sobre Promoção Humana, a maioria dde meus livros, leitura sazonal, não retornou ao seu cantinho na estante… Somem com endereço completo e… data 29-10. Dia do Livro.

Caso só pra contar: – Um amigo, leitor distraído, destrambelhado me emprestou um livro meu! Ignorava meu primeiro nome – Cecília! Recuperei – O sentido da vida” – João Meohana!

Gosto dos livros novinhos ou usados” São objetos de gratidão fieis e silenciosos companheiros, ali estão eles esperando. Estão calados encostados na parede. Parecem dormir, no entanto os seus  nomes parecem olhares que nos fixam.

O olhar, as mãos passam por eles, mas não chamam suplicando, não se adiantam.

Nada exigem. Esperando até serem abertos, só então eles se oferecem “Stefan Zweig – 1936 “Encontros com, Homens, Livros e Países”.

Muito mais, os livros já andaram séculos, nos encantam hoje, e os jovens nascidos ontem aceleram nossa respiração.

Como os livros de Vilma Cunha Duarte de aquecer invernos no coração”.

Aquarela de Aldravias”

Olha Maria, escrevi muito até parece sonambulismo, não faz mal, imagino que estamos zanzando pelos paletós do Colégio, esperando Irma Regina bater o sininho. Lembra? Qualquer hora chego em Beaga, te ver é um conforto, estive em Uberaba com Paulita conversamos até  dar cãibra na língua, esquecemos os pesares.

Vamos vivendo com as lembranças, boas ne?

Ate qualquer dia

Um Abraço

  1. Beatriz

Por Editor1

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