Araxaense Velma Gregório conta os bastidores da COP29 no Azerbaijão

Dez 6, 2024 - 09:41
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Araxaense Velma Gregório conta os bastidores da COP29 no Azerbaijão

Durante mais de uma semana, a jornalista araxaense e  CEO da ÓGUI Consultoria em Sustentabilidade, Velma Gregório, esteve acompanhando os encontros, reuniões e debates da 29ª edição da COP do Clima, a COP29 sediada em Baku, no Azerbaijão e com exclusividade para o Jornal Interação, ela traz relatos e detalhes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024. Confira:  

“Clima fervendo

E não é que no assunto mais quente do mundo a cerca de 15 dias, dois araxaenses estavam lá para nos representar? Durante duas semanas a atenção do mundo todo esteve voltada para a cidade de Baku, no Azerbaijão, país produtor de petróleo do oriente médio, onde estava ocorrendo a COP do Clima, maior conferência global para discutir as mudanças climáticas, e o nosso governador, Romeu Zema, e a CEO da ÓGUI Consultoria em Sustentabilidade, Velma Gregório estiveram por lá.

O governador esteve lá para anunciar um novo compromisso do Estado para a política de neutralização de emissões de gases de efeito estufa: a implementação de uma meta intermediária para atingir 30% de redução das emissões de CO2 até 2030 e a CEO da ÓGUI, representando o setor privado, atuou nas pautas de financiamento climático, transparência e estratégia de gestão da sustentabilidade.

Aquecimento global

As mudanças climáticas são aquelas alterações de longo prazo nos padrões que definem o clima na Terra e que são impulsionadas por atividades humanas, particularmente a queima de combustíveis fósseis, que aumentam a temperatura média da superfície do planeta.  Essa ação humana acelera o aquecimento global e faz com que os eventos climáticos sejam cada vez mais frequentes e intensos, levando a consequências em várias áreas, entre elas saúde e economia.

As fortes chuvas que ocorreram em Araxá este ano, as queimadas em toda a região, seca no Pantanal e na Amazônia, inundações no Rio Grande Sul, chuva no deserto e neve antecipada na Coréia do Sul são algumas das evidências de que as consequências das mudanças climáticas estão cada vez mais intensas e recorrentes.

O número de eventos climáticos extremos no Brasil, segundo a Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) cresceu exponencialmente nos últimos anos, em especial nos últimos três anos. De 2.962 eventos extremos em 2020, o número cresceu em 2023 para 6.772 e deve fechar ainda maior em 2024.

A maior parte deles, 3.824, estiagem e seca, chuvas de granizo, geadas, ondas de frio e calor. Outras 2.377 ocorrências foram tempestades locais e eventos de temperatura extrema; 537 de inundações, alagamentos, enxurradas e enchentes; e 34 de processos erosivos, de movimentação de massa e deslizamentos.

Para tentar frear essa aceleração das mudanças climáticas, provocadas pela ação humana, que existe a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, uma discussão permanente que anualmente realiza a Conferência da Partes (COP) para que decisões coletivas possam ser tomadas pelos chefes de Estado.

Em Baku ocorreu a 29ª edição da COP, a COP29, que foi considerada a primeira COP da Finanças. Em 2025, a COP será realizada no Brasil, em Belém, e terá como foco avançar na pauta das finanças e da ação.

“As decisões tomadas em Baku foram extremamente importantes para destravar o papel do setor privado no financiamento climático. O mercado financeiro tem capacidade de contribuir de forma decisiva no financiamento de projetos que vão impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, o desenvolvimento de inovação, a escala de tecnologias sustentáveis e a adaptação das cidades e empreendimentos ao novo perfil climático que já se estabeleceu”, explica Velma Gregório.  Durante as duas semanas em que ela esteve em Baku, teve oportunidade tanto de participar das negociações, quanto de compartilhar conhecimento com os demais países.

Essa é a oitava COP da especialista em mudanças climáticas. Como tendência de negócios ela afirma que o jeito que os negócios sempre foram feitos mudou. A forma de entregar resultados financeiros não permite mais que os impactos ambientais e sociais fiquem de fora da conta. Os sinais dessa mudança vão aparecendo aos poucos. Uma hora é um cliente antigo que do nada começa a fazer diligência, em outro momento um concorrente novo que vem com estratégia climática clara começa a levar clientes, é uma venda que deixa de ser feita por falta de conformidade. Quando o empresário acorda, nem dá tempo de ver o tamanho do tsunami que o derrubou. “, alerta. E a lógica segundo ela vale para todo mundo. Grande ou pequena empresa. A grande vai se adaptar pressionada pela regulação. A pequena será pelo impacto que vai sofrer em cadeia, principalmente dos seus clientes.”

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Redação - JI Redação do Jornal Interação da Cidade de Araxá - Minas Gerais.