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Durante evento que comemorou os 50 anos do Café do Cerrado, o CACCER –  Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado, homenagearam, por meio de uma reportagem especial, o saudoso produtor aeraxaense, Juarez Pereira Valle, falecido em 2007, ele foi o inventor e idealizador da marca “Café do Cerrado”, foi também fundador e ex-presidente da Associação de Cafeicultores de Araxá e também fundador do CACCER – Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado. Juarez foi o um dos pioneiros e grandes líderes do “Café do Cerrado”, tendo executado o primeiro programa de marketing do CACCER, e ainda foi responsável pela nossa participação na primeira feira internacional de café em Boston EUA no ano 1993 e posteriormente em outras.

Confira abaixo a reportagem do Livro Café do Cerrado:

“À frente do tempo

Juarez Pereira Valle

A consolidação de uma marca é pavimentada por sucessos e obstáculos, união e perseverança. O café da RCM precisava de um símbolo, que foi criado pelo cafeicultor de Araxá.

No caso do Café do Cerrado Mineiro, um passo fundamental foi dado em 1993, a partir de um insight genial do saudoso Juarez Pereira Valle, fundador e ex-presidente da extinta Associação de Cafeicultores de Araxá e Região (ACAR) e fundador do CACCER – Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado.

Antes de entrar no assunto, um adendo: este é um “causo” sempre lembrado nas rodas da gente do café em Araxá, e revelado com jeito, “quem conta um conto aumenta um ponto”. A verdade, sempre posso contar aqui é um apanhado das lembranças de personagens que de maneira ou de outra, testemunharam os fatos.

Identidade da marca

Depois de ser formalizada como entidade representativa do setor, a Caccer precisava de um símbolo que remetesse ao seu produto. Numa bela manhã, Juarez, uma pessoa “extremamente criativa”, na opinião dos companheiros, teve a grande ideia para o símbolo. “Ele levantou da cama e não dava certo, tentava de noite e nada”, conta o produtor Aguinaldo José de Lima, outro pioneiro do Caccer. “Até que um dia ele me ligou e, da nada, falou: ‘Aguinaldo, EUREKA!!!”

 

Ideias criativas

Dizem alguns, como Aguinaldo, que a grande sacada de Juarez surgiu quando ele, ao se levantar de manhã, viu os próprios chinelos e os da mulher posicionados ao pé da cama de uma forma que lembrava folhas de café. Outros garantem que a “visão” lhe veio quando amarrava os sapatos, sentado numa cadeira. Mero detalhe. O certo é que Juarez desenhou a imagem numa guardanapo, saiu correndo de Araxá, onde morava, e foi para Patrocínio. “Chegou lá em casa às 10 horas da manhã, contando que fez o esboço enquanto tomava o café, para não perder a ideia”, diz Aguinaldo.

O cafeicultor Ronaldo Campos Borges, cooperado da Expocaccer, foi companheiro de Juarez na associação de Araxá. “Ele era uma pessoa extraordinária, muito inteligente”, diz e, em seguida, vai contando algumas histórias do amigo. “Juarez levou o primeiro grupo de produtores do Cerrado para o exterior; em 1994, ele até participou dessa missão para um evento em Long Beach, na Califórnia. Ele que falava inglês, então ele que negociou a venda do nosso café,” lembra. Juarez também foi o primeiro a trazer para a região as primeiras colhedoras de café Korvan, colhedoras de café já usadas em lavouras havaianas, adequadas para a topografia dos cafezais do Cerrado Mineiro.

Juarez era um homem sempre à frente de seu tempo. Uma das mais criativas ideias dele não chegou a se concretizar, mas é impressionante. Depois de conhecer a China, ele sonhava montar uma cafeteria na Praça da Paz Celestial de Pequim, um bairro democrático para o café do Cerrado Mineiro no mundo. Corriam os anos 1990, e naquela época, ninguém imaginaria que a China se tornaria a potência econômica que é hoje. “Olha a visão que ele tinha!”, finaliza Ronaldo Borges.”

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