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Um retorno ao passado com olhos direcionados para o futuro. Assim foi a visita, realizada nesta semana, por arquitetas, historiador e engenheiro de drenagem e hidráulica a dois pontos de destaque do patrimônio histórico araxaense: o Museu Dona Beja e o prédio da Fundação Cultural Calmon Barreto. A equipe da Século 30 Arquitetura e Restauro Ltda, empresa de Belo Horizonte, realizou análises arquitetônica e histórica detalhadas para a elaboração de projetos de revitalização e restauração dos prédios. A proposta da Século 30 é de finalizar os projetos até o final de outubro, quando passarão pelo crivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) antes de serem submetidos ao Ministério da Cultura, via Lei Rouanet, para a captação de recursos. A assinatura fica por conta da arquiteta Zenóbia Vanda Gryzbowaki. “Antes de elaborarmos o projeto, fizemos a coleta de dados, medimos os prédios, observamos as modificações feitas ao longo dos anos e o estado de conservação. Nosso prazo de contrato do projeto é até o final de outubro. Os prédios estão em estado razoável de conservação, não estão caindo. Acho muito importante o que Araxá está fazendo, com a revitalização os prédios são preservados e ganham nova vida”, detalha a arquiteta. A escolha da Século 30 passou por uma análise da Procuradoria Geral do Município e teve dispensa de licitação. A presidente da Fundação Cultural, Annette Akel, afirma que o encontro com a equipe reforçou a credibilidade dada pelo município à empresa que está há 30 anos no mercado. “A vinda desses profissionais nos deixou mais confiantes, constatamos que a Prefeitura e a Fundação Cultural acertaram na contratação da Século 30. É uma equipe comprometida e muito competente para lidar com nossos bens patrimoniais. Quando você reforma, restaura e embeleza o patrimônio, ele muda a cara da cidade positivamente e é muito mais convidativo para atrair turistas e dar orgulho aos araxaenses. Os patrimônios históricos têm que estar em harmonia com tudo que a atual gestão vem realizando, ou seja, à altura dos feitos da administração”, destaca a presidente. De acordo com o historiador José Pizotto, nos dois bens culturais há alguns registros de restaurações anteriores que serão importantes para elaboração dos projetos. “Em virtude de possíveis mudanças de materiais originais, pode haver alteração de cômodos internos e a própria exposição museográfica desse novo uso para o museu. A estação ferroviária onde está a Fundação Cultural tem apresentado um estado razoável de conservação, e o que pode surpreender depois de executada a obra são possíveis pinturas ornamentais e decorativas no rol de entrada que estão ocultadas por camadas sobrepostas de pintura de conservação ao longo dos anos”, adianta o historiador. O parecer técnico apresentado pela Século 30 aponta que o projeto de restauração deverá ser composto dos seguintes componentes: pisos de madeira, ladrilhos e cimentado revisados; revisão na cobertura para conter vestígios de águas pluviais; revisão e recuperação dos forros de madeira e das esquadrias (denominação para as janelas, portas ou portões, venezianas e aberturas similares); pintura das alvenarias e dos elementos em madeira e reparos também em equipamentos elétricos e instalações hidráulicas. Outro item importante contemplado no projeto é a acessibilidade, parte que requer estudo criterioso, conforme sugere o parecer dos profissionais. O orçamento financeiro previsto para a elaboração dos projetos é de R$ 258 mil, sendo R$ 120 mil para as melhorias, restaurações e reformas que serão efetuadas na FCCB, e R$ 138 mil relacionados à restauração e revitalização do Museu Dona Beja. Ambos os projetos seguem normas do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), fundação vinculada sem fins lucrativos à Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), instituição federal ligada ao Ministério da Cultura.

Por Editor1

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