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takata-air-bags_reutersMontadoras continuam vendendo carros equipados com airbags da Takata que são considerados defeituosos e terão de ser trocados no máximo daqui a 3 anos, aponta o relatório de um senador americano sobre o caso dos “airbags mortais”. O democrata Bill Nelson, do Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado americano, divulgou na última quarta-feira (1º) um extenso estudo sobre o problema da fabricante japonesa que resultou no maior recall da história, atingindo dezenas de milhões de veículos em todo o mundo, inclusive no Brasil. No relatório, Nelson diz que carros novos ainda estão sendo equipados com airbags feitos pela Takata e contendo nitrato de amônio, o que não é proibido, mas é considerado uma “solução temporária”, pois terão de ser substituídos mais para frente. O nitrato de amônio é uma substância usada pela Takata para inflar os airbags. Ela é apontada como uma das possíveis contribuintes para o caso dos “airbags mortais”. A falha faz com que as bolsas sofram forte explosão, lançando pedaços de metal contra os ocupantes dos carros. Até o mês passado, havia 13 mortes relacionadas ao caso, 11 nos EUA e 1 na Malásia, e relatos de mais de 100 feridos.Desde que veio a público, em 2013, até hoje, o motivo da falha nos airbags da Takata não foi explicado completamente.Em fevereiro último, cientistas da empresa aeroespacial Orbital ATK contratados por um grupo de 10 montadoras afirmaram que a falha ocorria por uma combinação de fatores.Segundo eles, os airbags da Takata não possuem uma substância capaz de reduzir a umidade, que contamina o nitrato de amônio. O nitrato, por si só, é relativamente pouco explosivo. Ele se apresenta como um pó branco e é seguro, desde que não aquecido. A partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode tornar-se explosiva.O risco é maior após longa exposição do carro ao calor ou a ambientes úmidos. Além disso, a montagem do dispositivo da Takata permite que a umidade penetre no airbag e corrompa partes metálicas, que se quebram na explosão, rompem a bolsa e atingem os ocupantes. Lesões observadas em uma vítima nos EUA foram comparadas a facadas. De 2013 até maio último, cerca de 30 milhões de veículos de diversas marcas equipados com esses airbags foram convocados a voltar às concessionárias para trocar o equipamento. Somente no Brasil foram mais de 1 milhão.O senador Nelson aponta 2 problemas relacionados aos recalls desses equipamentos nos EUA. O takata-air-bags_reuters2primeiro é o baixo índice de comparecimento. Segundo o relatório, em março último, esse percentual no país variava entre 0% e 39,5%. É bem abaixo da média de atendimento a recalls nos EUA, também
considerada uma média mundial, de 65%.

A dificuldade maior está nos veículos antigos, por falta de dados atualizados do dono, para comunicá-lo do recall, motivo apontado por montadoras também no Brasil para baixos índices de adesão nos chamados feitos no país em 2015.

Por Editor1

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