Logo Jornal Interação

DSCN3697Presidente do Sima, questiona estrutura  e  teme que fechamento de mina e  demissão de mais de mil empregados

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração de Metais Básicos e de Minerais Não Metálicos, Indústrias Químicas e de Fertilizantes de Araxá e Região – Sima, Vicente Magalhães, esteve presente ao Fórum Comunitário realizado na Câmara Municipal na semana que passou . O encontro foi solicitado pelo vereador Romário Gérson Galdino do PTdoB,  para debater o projeto da Vale Fertilizantes que pretende retomar o Projeto Salitre, que prevê a extração de minério de fosfato na cidade de Patrocínio, para ser beneficiado em Araxá. Compareceram representantes de vários segmentos, mas a Vale Fertilizantes,  não se fez representar no debate. O protocolo de intenções do Projeto Salitre, assinado com o governo do Estado em 2011, previa investimentos de R$ 3,6 bilhões. Novos cálculos da Vale,  apontam que a unidade de mineração do Salitre terá capacidade para produzir 2,2 milhões de toneladas anuais de fosfato. Calcula-se que serão oferecidos cerca de 600 empregos diretos, sendo 200 na fase de implantação do projeto. Vicente,  chamou a atenção das autoridades presentes ao Fórum para os aspectos sociais e operacionais do projeto. Segundo ele, a iniciativa é aparentemente viável, não fosse a falta de estrutura da indústria para beneficiar o minério das duas unidades. Ele alerta também para o fato de que a desativação da mina de Araxá poderá provocar a demissão de cerca de mil trabalhadores. “Em todas as reuniões que participamos com a Vale,  houve ameaça de fechamento da unidade de Araxá, segundo ela, devido ao alto custo operacional da mina. Com a vinda do minério de Patrocínio, fica fácil para a empresa demitir ou transferir trabalhadores”, analisa. Mas o minério da planta de Araxá não está se exaurindo como se prega, na opinião do representante sindical. Segundo ele, há muito fosfato na mina da Cascatinha e na área da CBMM, que ainda nem começou a ser explorada. Vicente defende a continuidade da exploração mineral pela Vale Fertilizantes em Araxá porque, na sua avaliação, a indústria local não tem estrutura e nem capacidade operacional para processar o grande volume de minério proveniente das duas minas, de Araxá e Patrocínio.
O presidente do Sima apresentou aos componentes do Fórum Comunitário um panorama das condições físicas e de segurança da mineradora. “A empresa está sucateada. Há vazamentos de ácido sulfúrico e enxofre, contaminando o lençol freático e os córregos que desaguam no Rio Capivara. A fábrica precisa ser reformada imediatamente. A falta de representantes da empresa no Fórum Comunitário comprova que ela não tem compromisso com os trabalhadores e nem com a comunidade de Araxá”, observou.

Contras

Outros participantes da reunião questionaram os problemas que o beneficiamento do minério em Araxá poderá trazer para o meio ambiente. O vereador Romário Gerson Galdino lembrou um acidente ocorrido em julho deste ano, quando o vazamento de uma barragem de rejeitos da Vale Fertilizantes atingiu o Rio Capivara, provocando a mortandade de peixes. O secretário de Desenvolvimento Urbano da prefeitura de Araxá, Marco Antônio Rios, destacou a sua preocupação com a circulação de centenas de vagões diariamente, considerando-se o novo projeto da Vale, nas proximidades do Córrego do Sal, o que deverá impactar e dificultar a agricultura da região. O deputado Bosco, que faz parte da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, ressaltou também que uma das condicionantes a serem apresentadas à mineradora em uma reunião a ser agendada em Belo Horizonte é a construção de uma alça na via de acesso da BR 262 à Vale, na Avenida do Comboio, que foi revitalizada recentemente e recebe o trânsito pesado proveniente da empresa.DSCN3719 DSCN3724

Por Editor1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *