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Coyhaique – Amanhecemos em um lodge de madeira em algum ponto entre Balmaceda, na fronteira com a Argentina, e a cidade de Coyhaique, a 50 quilômetros dali. Às 9 horas em ponto, pegaríamos a estrada por quase 300 quilômetros rumo à nascente do Rio Baker, conhecido pela força de suas corredeiras, pela pesca esportiva e pela prática de rafting.

Nosso grupo chegara a Aysén no fim de tarde anterior para uma jornada de cinco dias. Ainda era dia quando deixamos – surpreendentemente passando calor – o aeroporto na seca e amarelada cidade de Balmaceda. De lá, seguiríamos de carro em direção ao hotel, localizado no vale de outro importante curso d’água local, o Rio Simpson.

O trajeto até a hospedaria é cheio de curvas, acompanhando grandes rochas incrustadas em campos ressequidos utilizados como alimento por rebanhos de pequenas propriedades. Rolos de capim envoltos em plástico branco – uma estratégia para proteger do frio a comida do gado – completam a paisagem, que, quase sem habitantes, mais parece um grande e excêntrico cemitério esquecido.

Perto de Coyhaique, mas ainda no clima campestre, o lodge Cinco Rios (cincorios.cl) nos apresentou ares um pouco mais alegres – e verdes – na chegada à Patagônia. A sede, de madeira, como a maior parte das casas locais, tem uma ótima visão dos Andes e fica a poucos metros do Simpson, que dá nome a um de seus cinco apartamentos. Deles, é possível ouvir até o fluxo do rio, pouco largo naquela altura, além de um ou outro mugido dos rebanhos das redondezas.

PESCA OU ADRENALINA

Assim como outras hospedagens da região, o Cinco Rios organiza expedições de pesca esportiva de trutas na Patagônia chilena, uma atração que faz sucesso especialmente entre europeus e norte-americanos de meia idade. Os mais velhos também podem curtir piscinas termais em Puerto Puyuhuapi, ao norte de Coyhaique. Já os jovens preferem investir o tempo nas diversas opções de aventura da região.

A tranquilidade é, no entanto, uma das qualidades mais marcantes de Aysén. Sobre o silêncio quase absoluto dos campos, um céu negro e recheado de estrelas nos deu as boas-vindas na primeira noite em solo chileno, trazendo para o entardecer finalmente o frio que imaginávamos encontrar horas antes.

Na sacada do hotel, diante do vale e dos Andes escondidos na escuridão, algumas doses de pisco sour trataram de acalorar os ânimos. E um cordeiro assado, uma iguaria da culinária local, finalizou o dia em um jantar que se estendeu até pouco mais de 21 horas, quando dormir, afinal, parecia ser a melhor coisa a fazer.

Por Editor1

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