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A Câmara Municipal promoveu um Fórum Comunitário nesta segunda-feira, 15, na Casa da Cidadania, que debateu os problemas que inviabilizam uma eficiente qualidade no atendimento do sistema público de saúde em Araxá para a população local e da microrregião.

O Fórum Comunitário foi aberto pela promotora de Justiça curadora da Saúde, Mara Lúcia Silva Dourado. Ela apresentou que de 2007 até 2013, foram 403 ações envolvendo a questão da saúde pública de demandas da população e ações propostas que tramitam ou tramitaram no Judiciário, para garantia de fornecimento de medicamentos e suplementos alimentares, consultas e exames de urgência, procedimentos cirúrgicos e falhas ou falta de atendimento e de entendimento do Poder Executivo com a classe médica.

“Falta diálogo e principalmente boa vontade, pois são fatores preponderantes para a resolução de todo e qualquer problema, inclusive o da saúde. Todo atendimento, sobretudo os que são situações simples, poderiam ser resolvidos no âmbito da administração municipal, mas há uma fragilidade no sistema de saúde, levando o cidadão na porta do Judiciário para ter o seu direito atendido”, disse.

O juiz de Direito, Renato Zouain Zupo, também defende o diálogo entre as autoridades instituídas, como ferramenta primordial para que a questão da saúde tenha melhoria.

“Muitas questões que podem ser resolvidas em um balcão de atendimento são levadas para o Poder Judiciário. Falta boa vontade, isso acaba gerando processo, mas estamos aqui dizendo que não precisa ser assim. Tudo pode ser resolvido através do diálogo. Queremos continuar convivendo harmonicamente com o Poder Executivo, uma via de mão dupla”, destacou.

Outros questionamentos levantados em plenário também foram a questão do combate à dengue, atendimento em saúde bucal, plano de cargos e salários para servidores e mais investimentos no setor.

Para o superintendente regional de Saúde, Iraci José de Souza Neto, apesar dos problemas apontados, os recursos hoje utilizados são mais bem aplicados do que antigamente. “Esse debate público também vem acontecendo em outras cidades. A questão da saúde é muito discutida e temos que buscar a solução, que vem através do diálogo entre todas as partes envolvidas, Poder Público, Ministério Público, Judiciário, no intuito de fortalecer as ações”, ressaltou.

A prefeita interina, Edna Castro, comentou que nem sempre é possível o chefe do Executivo visitar todas as unidades de saúde, por isso há pessoas nomeadas que são responsáveis para isso. “E às vezes, em um local onde deveria haver oito consultas, temos apenas quatro, aí essa pessoa não consegue consulta nas Unidades de Saúde e acaba indo para o Pronto Atendimento Municipal (PAM)”, comentou.

Para ela, a conscientização é uma das formas de poder resolver os problemas que foram apontados durante a audiência. “A prefeitura investe cerca de 20% dos 15% exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal somente em saúde, e mesmo assim temos essas dificuldades. Precisamos da consciência de todos para que a saúde dê certo, principalmente da população, que tem que saber cobrar, a hora de cobrar e de quem cobrar. A gente espera dar uma resposta imediata e sempre seremos parceiros nessa briga, de ver a saúde de Araxá melhor”, acrescentou.

O presidente da Câmara, Miguel Júnior, avaliou a audiência como uma oportunidade de se dividirem responsabilidades. “A partir disso tudo, com o ajuntamento de informações, vamos elaborar ações estratégicas, pois o povo está esperando uma única coisa, que é o atendimento eficiente, e é isso que buscamos nesta audiência. Soubemos dos problemas. Se é erro humano, se é erro técnico, se é falta de recurso, falta de aporte, e a partir disso tudo podemos chegar a um resultado. Aí, doa a quem doer, custe o que custar, essas pessoas vão ser cobradas”, concluiu.

Por Editor1

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