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Homenagem especial

  Reportagem: Armindo Maia

Revista Araxá – nº 02 – março de 2016

 

Foi  numa bucólica e ensolarada tarde de verão que depois de duas décadas, reencontramos  com alegria e satisfação, uma antiga e estimada amiga, mestre das artes e da simplicidade. Mesmo no outono da vida aos 93 anos, a artista plástica e exemplo de vida com simplicidade e alegria, Cordélia Barreto, ainda tem o dom e a magia de nos ensinar com desprendimento que   viver bem é uma arte. A irmã do também genial artista araxaense Calmon Barreto, ainda vive na mesa moradia da família, na arborizada e florida casa da rua Mário Campos, 93 em meio a tantas obras fascinantes dela, dos irmãos Calmon e Fernando e na companhia da cadelinha ‘Futrica’.  Sem vaidade, cheia de energia e alto astral, dona Cordélia esbanjou  entusiasmo ao revelar as histórias de cada obra espalhada pela agradável e aconchegante moradia, onde também está alojado o famoso ateliê foi palco da maioria das obras dela e do saudoso irmão Calmon.  Por causa da idade dona Cordélia deixou de dar aulas e pintar suas telas há mais de cinco anos, mas fez questão de empunhar com alegria e fôlego juvenil o pincel e a suas telas simbolizando que a arte é imortal e representa a vida em cores. Dona Cordélia disse que, “ eu comecei a pintar quando era mocinha aos 19 anos.  Depois de me normalista em 1941, segui os passos de meu irmão Calmon que já estava no Rio de Janeiro, onde fiquei na Escola Nacional de Belas Artes até 1948, quando voltei para a minha cidade natal”.  Dona Cordélia Barreto é filha de Anibal Barreto e Alfonsina Sá Carvalho Barreto e teve 11 irmãos. Na sua formação acadêmica na capital fluminense, ela teve mestres concituados nas artes como, Rodolfo Chambelland e Augusto Girardet.  Com um olhar sempre terno, Dona Cordélia além de esbanjar simplicidade também é uma fonte inesgotável de serenidade. Na casa aconchegante  e colorida por telas e obras de arte dela e dos irmãos Fernando e Calmon Barreto, o sentimento é de  um lugar mágico e especial. Dona Cordélia com um fôlego juvenil percorre salas, corredores, quartos e todos os espaçços da moradia orgulhosa de suas centenas de obras. Ela revela que já perdeu a conta dos trabalhos que criou até agora. “ Não tenho mais controle sobre as telas. Tem pintura minha espalhada por toda a cidade e até fora de Araxá”.  Mas dona Cordélia sabe decor a história de cada obra e escolhe uma em especial, um tela em tamanho gigante do Museu Dona Beja, “ essa eu pintei na rua em frente ao Museu”, diz a artista.  Com as raizes fincadas no interior das Minas Gerais, Dona Cordélia mesmo estudando no Rio de Janeiro, jamais esqueceu as tradições e os costumes da pacata Araxá de sua infância e mocidade. Seu estilo acadêmico transcende epocas e regras.  Dona Cordélia sempre dendicou grande parte de seu trabalho à imagens sertanejas, com dstaque para a natureza, flores e locais de sua Araxá. No seu lendário e famoso ateliê, abrigado nos fundos e sua casa, ela ainda guarda um rico acervo de telas e material de traballho. Durante mais de meio século Dona Cordélia Barreto fez  daquele cantinho especial sua sala de aula onde ensinou centenas e alunos o fanscinante mundo das artes, das cores semenando sonhos e formando novos talentos da pintura. Alheia ao seu reconhecido talento e sua generosidade tamanha, dona Cordélia Barreto disse que, “ a arte sempre esteve muito presente em nossa família e assim a gente foi pintando a vida.”

( Última entrevista concedida por dona Cordélia Barreto, a um orgão de imprensa ( REVISTA ARAXÁ) em março de 2016 em sua casa, à Rua Mário Campos, 93 em Araxá ).

 

Por Editor1

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