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A cidade de Araxá, suas histórias, riquezas, lendas e personagens voltaram a ser destaque em rede nacional pela TV fechada Globo News, do grupo de comunicação Globo. Com grande repercussão nacional e até fora do país, o documentário de uma hora, denominado ‘Grande Hotel – Memórias dos Salões’, uma produção do araxaense Paulo Murilo Fonseca, foi destaque na programação do último final de semana na Globo News ( canal fechado). O belo documentário exibe fotos, vídeos antigos desde a construção até os glamourosos e concorridos bailes de carnaval, festas da sociedade, encontros de políticos e a era de ouro do cassino do Grande Hotel do Barreiro. A produção que foi exibida dentro do programa ‘Documentário Globo News ainda apresentou depoimentos inéditos de ex-frequentadores do hotel, ex- funcionários, foliões, filhos de políticos e empresários locais que viveram e  conheceram parte da história do Complexo Terminal e Hoteleiro.  A sinopse do documentário  revela que, ‘na pequena cidade de Araxá, Minas Gerais em 1944 foi inaugurado o Grande Hotel do Barreiro pelo governador Benedito Valadares e o presidente Getúlio Vargas. O hotel foi construído para ser um dos maiores balneários do mundo. O documentário inédito “Grande Hotel”, destaque da GloboNews, retrata costumes e comportamentos de uma época num cenário cheio de contradições. O produtor e pesquisador araxaense Murilo Fonseca decidiu produzir o filme a partir da construção clássica e arquitetura arrojada do Grande Hotel como ponto principal para atrair turistas e visitantes do mundo inteiro até Araxá. Ele conta que, produziu  o documentário e, dez dias de gravações, fora o tempo que levou pesquisando sobre a história. Segundo ele a intenção era contar um pouco das histórias e dos personagens que passaram pelos imponentes e suntuosos salões daquele  fabuloso conjunto de prédios no estilo missões. Tudo começou por uma curiosidade do araxaense Paulo Murilo, que hoje mora em São Paulo. “Sempre ouvia falar de histórias do hotel, do Carnaval que era muito famoso, dos políticos que frequentavam o lugar, do cassino e decidi fazer o filme por uma vontade pessoal e também para resgatar a história de Araxá”, comentou. Mas Paulo, produtor e diretor do filme, sabia que o desejo dele seria um desafio, afinal, não existe nenhum registro histórico do hotel, apenas fotos e algumas imagens. De acordo com ele, foi entre as décadas de 40 e 60 que o local era frequentado por pessoas influentes, como atores e políticos. “Muita gente da época em que o hotel fez sucesso já não é mais vivo e muitos também não moram em Araxá. Acabei encontrando fotos e algumas gravações, mas não foi fácil. No cassino, por exemplo, era proibido fotografar, então não existe nenhum registro dos jogos”, explicou. Mas o que mais impressionou Paulo neste estudo foi a proporção da construção em uma cidade tão pequena naquela época. “É impressionante, pois Araxá é uma cidade do interior de Minas, bem menor do que é hoje e muitos materiais da obra vinham importados da Europa e naquela época, estava acontecendo a II Guerra Mundial”, disse. De acordo com ele, o objetivo das autoridades era ter em Araxá um dos maiores e mais luxuosos balneários do mundo. Paulo contou que em Araxá já existiam as águas medicinais, utilizadas para tratamentos de doenças. “Araxá tinha referência turística, pois haviam os banhos de água sulfurosa e de lama. A construção do hotel foi uma forma de valorizar o turismo”, comentou. Muitas pessoas acreditam que a construção tem relação com a chegada das mineradoras na cidade, porém, Paulo disse que não encontrou nenhum registro que confirmasse essa informação. O luxo do hotel era referência nacional. Segundo o diretor do documentário, naquela década, existiam quatro voos para Araxá diários. Para se ter ideia da proporção, hoje, mesmo depois da expansão da cidade, passam por Araxá apenas três voos. O hotel também foi cenário de eventos importantes como o Festival de Cinema e o famoso Carnaval do Grande Hotel. “Os frequentadores eram apenas pessoas muito ricas, políticos importantes e artistas”. Outro mistério que envolve o hotel são as histórias relacionadas a assombração. Moradores de Araxá sempre contam ou ouvem casos relacionados à fantasmas no local. Mas na pesquisa de Paulo, nada disso apareceu. “É uma lenda, pois o hotel é muito grande e essas histórias surgiram para tornar o local ainda mais misterioso”, disse. Entre as histórias que Paulo encontrou nessa escavação, foi a declamação de poesias, prática frequente no hotel naquela época. Uma das declamadoras era a carioca Magaly Portela que faleceu em 1974. A filha de Magaly, Sabrina Portela Drummond, contou que a mãe viajava para Araxá acompanhando a avó que fazia tratamento nas águas da cidade. “Para ir até Araxá, minha mãe mandava primeiramente os baús com os vestidos e quando chegava já estava tudo pronto para ela se vestir e declamar as poesias”, contou Sabrina. A neta, Florença Drummond, foi a escolhida para interpretar a avó, e segundo ela, difícil tarefa para uma atriz já que quase não há registros. “Eu procurei saber mais sobre a declamação, até encontrei pessoas conhecidas da minha avó na época, mas existem poucas coisas”, contou. Segundo ela, até o termo declamação hoje já não é mais usado e sim ‘Poesia Falada’. “Frequentei saraus para conhecer mais dessa prática, mas é totalmente diferente. Naquela época a declamação era glamorosa, a pessoa se vestia bem para se apresentar. No sarau não existe isso, é muito mais simples”, comentou. Florença contou que não há como comparar aquela época com os dias de hoje. “São mundos completamente diferentes”, comentou. A produção  idealizada por Paulo Murilo Fonseca é um projeto incentivado pelo Ministério da Cultura por meio da Lei do Audiovisual.  Hoje a possibilidade da reabertura do cassino no Grande Hotel do Barreiro, caso a lei seja aprovada pelo Governo Federal ainda este ano, abre a possibildiade do resgate dos anos de ouro do Hotel que recebeu reis,, chefes de estado,  artistas famosos e grandes empresários em décadas passadas.

Por Editor1

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