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O Fliaraxá 2017 terminou no último domingo, dia 19 de novembro de 2017 com recorde de público. Ao todo, 25.776 pessoas passaram pelo evento. O festival que aconteceu, pela primeira vez, no Tauá Grande Hotel de Araxá teve 125 atividades entre oficinas, teatro, Diálogos em Espiral, painéis, lançamento de livros, sessão de autógrafos, shows, sarau, grafite ao vivo, escultura em balão e muito mais. Nesse ano, o tema foi “Língua, Leitura e Utopia” e 80 autores passaram pelo evento, entre nacionais e internacionais, inclusive o escritor homenageado, Mia Couto. O moçambicano participou de Diálogos em Espiral, entregou troféus aos vencedores do Prêmio de Redação Maria Amália Dumont “Literatura Nas Escolas”, e distribuiu autógrafos. Sobre o tema do VI Fliaraxá, Mia diz: “São três vértices que se encontram, fazem um movimento giratório e constroem um mundo melhor”. Ele entende que a utopia está em boa parte de sua obra, sobretudo em seu livro mais recente, “A Espada e a Azagaia”. “O conceito carrega o simbolismo da linha do horizonte, onde se avista o que idealizamos”. Além dele, outros escritores da literatura lusófona marcaram presença, como José Luís Peixoto e Ondjaki. Segundo o curador e idealizador do Festival, Afonso Borges, mais do que celebrar a língua, a leitura e a literatura, ele considera o evento um relevante promotor da cidade, principalmente por levar, de forma gratuita, conteúdo e entretenimento aos moradores, especialmente aos jovens e crianças. “É gratificante perceber que o nosso trabalho está fortalecendo uma nova geração de leitores, que está alcançando nosso principal objetivo”, destaca. Metade dos visitantes do evento nesse ano são crianças e jovens. Nesta edição, o Fliaraxá trouxe nomes como Pedro Cardoso, que falou para o público sobre seu primeiro romance: “O Livro dos Títulos”; Fernanda Takai, que lançou a edição impressa do e-book: “O Cabelo da Menina”; Bruna Lombardi, que conversou sobre “Língua, Leitura e Utopia”, com o escritor Mia Couto; Valéria Vieira, que autografou “O Tempero do Mundo”, e Cláudio Prado, com seus “Delírios Utópicos”. Além deles, estiveram no festival os brasileiros: Zuenir Ventura, J. Borges, Carlos Herculano Lopes, Luiz Ruffato, Leila Ferreira, Ana Maria Gonçalves, Ana Paula Maia, Andrea Zamorano, Carlos Marcelo, Cristovão Tezza, Isabela Noronha, Lucrecia Zappi, Daniella Zupo, Marcia Tiburi, Paulo Scott, Roberto Lima, Pedro Muriel, Jose Luis Goldfarb, Claudia Giannetti, Sergio Abranches, Sergio Rodrigues e José Santos. O público infanto-juvenil também se divertiu com uma programação exclusiva, com a presença dos mascotes do Fliaraxá: Tamanduel e Lobato, e dos autores Alexandre de Sousa (português), Beto Junqueyra, Bianca Santana, Carlos Seabra (luso-brasileiro), Fernanda Takai, Eloar Guazzelli, Jô Oliveira, José Santos, Leo Cunha, Lucrécia Leite, Marco Haurélio, Marlette Menezes, Paula Pimenta, Salatiel Silva, Selma Maria, Silvio Costta e Tiago de Melo Andrade. Além disso, pela primeira vez o festival contou com um espaço dedicado à cidade de Dona Beja. O “Espaço Araxá Terra das Letras”, que teve como patrono o escritor Dirceu Ferreira. Nele, autores e intelectuais da cidade, como Luiz Humberto França, Canarinho, Rafael Nolli, Cassio Amaral, Mara Senna, Heleno Alvares, Rodrigo Feres, Dirceu Ferreira, Marlette Menezes, Wagner Matias, Joubert Amaral, Liria Porto, Paulo Henrique Bragança, Lucas Matheus de Souza, César Campos, Vinicius Silva, Glaura Teixeira Nogueira Lima, Annette Akel, Bruno Riffel, João Batista Sena da Costa, José Otávio Lemos e seu filho Pedro, Grupo Fratelo, Fernanda de Oliveira, Augusto Rodrigues, Pedro Gontijo, Fernando Braga, Eduardo Maia, Glayer França Jordão e Armando de Angelis, participaram de uma programação especial.

O público também aprendeu com as oficinas durante todos os dias de evento. O Museu dos Brinquedos ensinou a criançada como fazer brinquedos de países de língua portuguesa, como por exemplo, a peteca feita com jornal, papel celofane e gominha. Isabela Noronha ministrou “A Escuta na Literatura”.  Guazzelli ensinou os participantes como elaborar um desenho profissional para livros e adaptações em quadrinhos. Carlos Seabra mostrou como criar microcontos e Marco Haurélio sobre a escrita em cordel para adultos e crianças. Marcia Tiburi ministrou “Escrita Criativa”, ela ensinou como escrever para os diversos gêneros literários. E Paulo Scott mostrou “A Técnica do Conto”. Na oficina os participantes aprenderam as técnicas e leituras relacionadas à escrita de narrativas curtas de ficção. O Senac também proporcionou atividades para crianças, jovens e adultos durante o evento. Teve chefe de cozinha ensinando a fazer docinho de festa, massagem facial, escultura com balão, caricaturas do público presente, e grafite ao vivo. Bruce Gomlevsky encenou “Uma Ilíada” no Cine Teatro Tiradentes. Sozinho no palco, ele reviveu a tradição dos antigos contadores de histórias em texto que narra a Guerra de Tróia. A montagem é uma adaptação do texto AnIliad, da diretora e do ator americanos Lisa Peterson e Denis O’Hare. O texto original é considerado uma das mais importantes obras literárias mundiais e a “obra fundadora” da literatura ocidental. Outro destaque nesse VI Fliaraxá foi o espaço de gastronomia, que harmonizou comidas com cervejas especiais. O local também recebeu um chef português que preparou pratos típicos de seu país. Enquanto os frequentadores saboreavam as delícias oferecidas pelos 25 expositores da área, eles assistiram aos shows trazidos pelo festival. O palco recebeu Pato Fu, João Donato, Porcas Borboletas, Duelo de Mc’s, Grupo Arachoro, Trio Rivas, Celso Adolfo, Coladera, Vinith, Beatles para Crianças e outros. O Fliaraxá é apresentado pelo Ministério da Cultura e Circuito CBMM de Cultura. Todas as atividades têm acesso livre graças à Lei Rouanet (Lei Federal de Incentivo à Cultura), com o apoio cultural do Itaú e da Fundação Roberto Marinho. A realização é da Associação Cultural Sempre Um Papo.

Anos anteriores

O Fliaraxá é realizado no município mineiro, desde 2012. A primeira edição teve como tema “Juventude e Experiência” com a presença de 25 autores, reunindo 6 mil pessoas. Em 2013, com o tema “A Viagem na Literatura”, a segunda edição recebeu 44 autores e público de 8 mil pessoas. O terceiro evento, em 2014, com o tema “Leitura para um Mundo Melhor” somou 11 mil pessoas e presença de 39 autores. Em 2015, em sua quarta edição, o tema foi “Imagina o Livro. Imagina a Cidade”, contou com 60 autores e 15 mil expectadores. E, ano passado, na quinta edição, 16.732 mil pessoas participaram do festival, além de 70 convidados. Mais de 100 mil livros foram comercializados na livraria do Fliaraxá, durante os dias do evento, nestas cinco edições. Desde a primeira edição, é realizado um concurso que premia, em dinheiro, as cinco melhores redações de alunos das escolas da cidade, denominado Prêmio de Redação Maria Amália Dumont.

Por Editor1

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