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Reginaldo Costa e Silva – ambientalista
Público na audiência
Murilo Castro Alves -Pres. IAA
Marco Antônio Rios – Pres IPDSA
Frei Rodrigo e Antônio Geraldo – solicitantes da audiência
Emílio Neumann – pres. Acia
Daniel Rajão – gerente da Vale
CiroTinício – Consultor
Área da empresa
Antônio-Ribeiro-Santa-Casa

A reunião aconteceu no início da noite do último dia 08 de fevereiro de 2017, no auditório da Pousada Dona Beja em Araxá. O tema da audiência pública foi a “Ampliação da Pilha de Estéril da Vale Fertilizantes de Araxá”. Por se tratar de um assunto ambiental e polêmico, vários segmentos da comunidade local e estadual foram convidados. Entre eles, a direção da Vale/Araxá, representantes da Prefeitura, Câmara Municipal, entidades ligadas ao meio ambiente, organizações não governamentais, imprensa, profissionais do setor em questão e demais autoridades constituídas do município.  O evento foi promovido pela Supram – Superintendência Regional de Meio Ambiente, com o objetivo de debater e discutir o tema com a comunidade araxaense. O debate teve duração de três horas e teve momentos acalorados. A Vale Fertilizantes tem a intenção de ampliar a pilha de estéril da mineradora o que vai impactar uma grande área ambiental e por isso necessita de uma licença, por parte dos organismos ambientais, para executar o projeto. O debate foi mediado pelo Superintendente da Supram, José Vitor Resende Aguiar, e teve, ainda, na mesa de discussões, o Gerente da Vale Araxá, Daniel Rajão, Dayane Aparecida Pereira Paula (assessoria jurídica da Supram) e  Antônio Geraldo de Oliveira representante da Instituição Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas  e  Frei Rodrigo de Castro Amedée Péret (representante da Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade- – AFES), que foram os dois solicitantes das audiência pública.  Na explanação e defesa do projeto de ampliação da pilha de estéril, o Gerente da Vale Araxá disse que, “por meio de uma consultoria detalhada contratada pela mineradora junto à Prominer Projetos, ficou constatado que haverá impactos ambientais ao meio ambiente, que será reparados através de compensação ambiental, justificado pela importância e relevância social, econômica e de geração de renda e emprego para o município de Araxá. De acordo com o consultor e engenheiro ambiental Ciro Tinício, “o levantamento realizado pela nossa empresa aponta que uma área de cerca de 20 hectares terá que ser desmatada para a ampliação da pilha de estéril da Vale. No nosso estudo, também indicamos medidas de compensação para os danos ambientais, como replantio de árvores nativas como o ipê, entre outras.”  Em entrevista ao JORNAL INTERAÇÃO, o gerente industrial da Vale, Daniel Andrade Rajão, disse que “o estéril é uma pilha de terra de baixo teor de fósforo, sem aproveitamento mineral e sem nenhuma possibilidade de contaminação do lençol freático, pois se trata de um produto (terra ) já oriundo daquela região onde estamos minerando.” Durante o debate, Daniel foi questionado e cobrado por ambientalistas, imprensa e profissionais do setor. Ele se defendeu dizendo que o projeto de ampliação da pilha de estéril é vital para a produção e atividade da empresa em Araxá. Já o Frei Rodrigo de Castro Amedée Péret foi incisivo ao contrapor os argumentos da empresa que realizou a consultoria técnica e também do gerente da Vale. Ele disse que “ mesmo que seja um empreendimento que traga algum tipo de renda e benefícios para a cidade, a gente precisa saber, com clareza, o que isso vai significar para as pessoas e a cidade ao longo do tempo e como esta compensação poderá amenizar as perdas ambientais que são inevitáveis. Aqui em Araxá já existe uma série de outros impactos, porque não existe só a Vale minerando no município, o que constata uma série de contaminações nas águas, e ambiente, e nós precisamos ficar atentos. Mas o importante mesmo é que as pessoas se importem, se interem e participem, porque onde a gente vive, nós temos que conhecer e decidir sobre o que vai acontece no local de nossas vidas e de nossas famílias.” Várias pessoas, entre elas, integrantes de entidades ambientalistas, profissionais do setor, ecologistas, técnicos, engenheiros, representantes de segmentos constituídos da cidade e imprensa usaram a tribuna para debater e se posicionar sobre o assunto. A maioria questionou as ações da Vale Fertilizantes em relação a sua atividade de extração mineral na cidade com dados sobre o grande impacto ambiental do projeto, a contaminação do solo e da água pela empresa desde 2011 e principalmente o papel em relação a comunidade local. Para o presidente do IAA – Instituto Ambiental Araxás – que é uma sociedade civil sem fins lucrativos, fundada em 1999, o engenheiro Murilo Borges de Castro Alves, “está evidenciado o grau de impacto ambiental que deverá ser gerado com a execução do projeto. No entanto, é preciso que medidas urgentes, em contrapartida, possam ser colocadas em prática para se evitar um mal maior.” Murilo ainda apresentou um elenco de sugestões de ações emergentes que deveriam ser acatadas pela mineradora como forma de reparar um pouco desse impacto com o solo, água e meio ambiente de forma geral. O ambientalista Reginaldo Costa e Silva, que é coordenador da ONG ‘SOS Represas’ e mora no entorno da área da Vale em Araxá, falou sobre a realidade dos moradores da região em questão, e cobrou soluções pontuais sobre o assunto. “O córrego Capivara é o maior e principal rio de água doce que temos no município de Araxá,  e esse córrego nasce no fundo da empresa e tem sentido todos os impactos ambientais da extração mineral da empresa.” Um dos representantes da Prefeitura de Araxá na audiência pública foi o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Lima Júnior, que declarou ao Jornal Interação: “Na nossa visão, é muito importante esse projeto de ampliação da pilha de estéril para a sobrevida da Vale em Araxá, pois garantirá a manutenção de empregos e renda e, na verdade, se trata de um contexto amplo e que deve ser debatido com muita cautela nessa audiência pública.” O provedor da Santa Casa de Araxá, Antônio Ribeiro, o presidente da ACIA, Emílio Neumann, e o secretário de Assuntos Urbanos e presidente do IPDSA, Marco Antônio Rios, também usaram a palavra, cobraram a mineradora e sugeriram medidas e ações em contrapartida para o meio ambiente e a comunidade araxaense. No final da audiência pública, o Superintendente da Supram, José Vitor Resende Aguiar, disse: “Este foi um momento em que ouvimos as sugestões, as críticas sobre o projeto de ampliação da pilha de estéril da Vale Fertilizantes de Araxá e agora o próximo passo será fazer a análise da documentação que é exigida num processo de licenciamento, analisar esses dados e levá-los  para uma Câmara Técnica em Belo Horizonte que vai dar a licença para liberar a operação do empreendimento ou não.”

Por Editor1

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