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Foram 15 anos de jejum. Foram 15 anos de angústia. Foram 15 anos de um grito engasgado. Nesta quarta-feira, mais de 55 mil gremistas lotaram a Arena para extravasar todos esses sentimentos em uma frase simplória: “É campeão”. Ou melhor: é pentacampeão da Copa do Brasil. Pois foram 90 minutos de um duelo ferrenho no empate em 1 a 1 entre Grêmio e Atlético-MG, no jogo da volta da grande decisão, que servem de metáfora ao calvário vivido pelo Tricolor. Foi preciso lutar, sofrer e segurar o Galo de Robinho e Pratto até poder bradar: é penta! Bolaños colocou o Grêmio à frente no fim, mas Cazares empatou com um golaço no final, insuficiente para evitar o título gremista. “É penta! É penta! É penta! É penta! É penta! O torcedor repete com orgulho e com toda a razão. Com a taça, sob a bênção do ídolo Renato Gaúcho, o Grêmio se isola como maior vencedor da história da competição, que já havia conquistado em 1989, 1994, 1997 e 2001. E tudo isso, graças ao jogo da ida, com vitória por 3 a 1 no Mineirão, numa atuação de gala sob o comando de Pedro Rocha, expulso após receber o segundo cartão amarelo. As lágrimas de alegria pela festa tão aguardada, é bem verdade, rolaram antes mesmo de o apito inicial soar. E por um motivo bem mais nobre,  em meio a uma dor ainda recente, capaz de transcender qualquer partida de futebol. Gremistas e atleticanos, no gramado e nas arquibancadas, se abraçaram e ficaram em um silêncio absoluto que ecoou por toda a Arena para homenagear as vítimas do acidente com o avião da Chapecoense, na última terça-feira, na Colômbia. Da comoção à bola rolando. O primeiro tempo foi de equilíbrio entre os dois rivais. Sentado na vantagem do jogo de ida, o Tricolor se deu ao luxo de esperar as investidas do Atlético, com postura mais recuada. O Galo tentou, de longe, em chutes venenosos de Lucas Pratto e Luan. Num momento de soberania mineira, o Grêmio conseguiu responder em cobrança de falta de Douglas, que acertou a rede pelo lado de fora. O mesmo camisa 10, maestro dos gremistas, protagonizou a melhor chance da partida, ao deixar Everton na cara de Victor, mas o atacante parou no goleiro. O 0 a 0 momentâneo até parecia confortável aos gremistas, mas o interino Diogo Giacomini tentou transformar os 45 minutos finais num calvário à equipe de Renato Gaúcho até o penta. Com o ingresso de Maicosuel na vaga de Júnior Urso, o Galo iniciou a segunda etapa numa postura bem mais incisiva, que resultou numa pressão nos primeiros minutos. Mas o esquema, o mesmo do jogo de ida no Mineirão, saiu pela culatra. Com mais espaços para atuar, o Grêmio conseguiu se compactar para preencher o meio-campo e tocar a bola. Logo tomou fez seu estilo de jogo imperar na partida, no compasso de uma torcida incendiada com a proximidade do título. O Galo lançou-se ainda mais ao ataque, com os ingressos de Cazares e Lucas Cândido. E o duelo ficou ainda mais frenético, com os dois lados em investidas consecutivas. Mas sem grandes chances de gol – Ramiro até balançou as redes, em impedimento, já aos 33. Melhor. Dez minutos depois, Bolaños, que havia entrado no lugar de Douglas, aproveitou rebote dentro da área e colocou o Grêmio em vantagem. O Galo ainda empatou com um golaço de Cazares do meio-campo e deu contornos nervosos aos minutos finais, que culminaram em uma troca de agressões lamentável entre Kannemmann e Erazo. Até a turma do deixa disso afastar e os jogadores do Grêmio saírem para a festa.

 

Por Editor1

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