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crédito Adriano Gambarini - Instituto Terra Brasilis pato-mergulhão - crédito Adriano GambariniCompletando neste mês 15 anos do Programa Pato-mergulhão, o Instituto Terra Brasilis tem muito a comemorar. A equipe do programa acompanhou o nascimento de 13 filhotes de pato-mergulhão na região da Serra da Canastra, MG, em dois ninhos diferentes. A espécie, que é extremamente rara e criticamente ameaçada de extinção, tem seu período de reprodução entre os meses de maio e julho.

Os pesquisadores do Instituto Terra Brasilis localizaram e monitoraram o ninho ao longo de todo o período de incubação até o nascimento dos filhotes. “Este monitoramento e a busca constante por novos ninhos tem possibilitado a obtenção de dados inéditos sobre a biologia reprodutiva do pato-mergulhão, como o tamanho da Cachoeira do Fundão - Parque Nacional da Serra da Canastra (2)postura, tempo de incubação, sobrevivência dos filhotes, dentre outros aspectos, que são essenciais para traçar estratégias para a conservação da espécie”, explica Lívia Lins, coordenadora do Programa Pato-mergulhão.

O pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) é considerado uma das aves aquáticas mais ameaçadas de extinção no mundo. A sua população global está estimada em torno de 250 indivíduos, sendo a região da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais, um de seus últimos refúgios no planeta.

O Instituto Terra Brasilis e a Petrobras são aliados na conservação desta espécie, através do patrocínio ao Projeto Pato Aqui, Água Acolá que tem como objetivo o estudo do pato-mergulhão visando promover sua conservação através de pesquisa e incentivo à proteção do seu habitat, a partir do envolvimento da comunidade na região da Serra da Canastra, Minas Gerais.

Desde 2001, o Instituto Terra Brasilis desenvolve inúmeras ações para garantir a conservação da espécie na região, baseadas em três eixos principais:

  • Cachoeira do Fundão - Parque Nacional da Serra da CanastraPesquisa científica e monitoramento do pato-mergulhão – Com o objetivo de preencher lacunas importantes sobre a biologia da espécie, são realizadas pesquisas que possam subsidiar medidas de proteção e de manejo para a sua conservação. Também são realizadas pesquisas sobre a distribuição e áreas de ocorrência do pato-mergulhão, assim como estudos sobre aspectos comportamentais, biologia reprodutiva, territorialidade e dispersão dos filhotes, dentre outros.
  • Sustentabilidade rural – A poluição e o assoreamento dos rios – quase sempre provenientes do manejo inadequado do solo e da utilização de práticas agropecuárias ambientalmente impactantes – são ameaças à sobrevivência do pato-mergulhão pela alteração de seu hábitat, as águas limpas e transparentes. Com o objetivo de minimizar as ameaças à sobrevivência da espécie, impactada diretamente pelo assoreamento de rios e pela poluição, são desenvolvidas ações que promovem melhores práticas de uso da terra pelo produtor rural.
  • IMG_20160709_134621807Atividades de sensibilização, mobilização e educação ambiental – Por ser uma espécie carismática, o pato-mergulhão tem sido utilizado com grande sucesso como bandeira nas campanhas de sensibilização relacionadas à conservação da água. As ações, desenvolvidas para diversos públicos (escolar, produtores rurais e setor turístico), apresentam temas relacionados à manutenção do ecossistema, em especial sobre os recursos hídricos, fundamental para a sobrevivência do pato-mergulhão e para a melhoria da qualidade de vida da população em geral.

O Instituto Terra Brasilis atua também junto às políticas públicas, seja colaborando diretamente na elaboração e implementação do Plano de Ação para Conservação da Espécie (PAN Pato-mergulhão) ou na gestão junto aos tomadores de decisão, para fornecer informações sobre o status de conservação e as exigências ambientais da espécie, que devem ser consideradas como relevantes quando da implantação de empreendimentos impactantes na região de ocorrência do pato-mergulhão.

Fotos: Adriano Gambarini

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Por Editor1

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