Logo Jornal Interação

chevrolets10Durante uma das paradas no test drive do lançamento da Chevrolet S10 2017, na região de Ribeirão Preto (SP), um dono de uma S10 da atual geração encosta ao lado dos novos exemplares e pergunta se aquele é o novo modelo. Ao receber a afirmativa como resposta, e depois de “examinar” as novidades, ele dispara: “Esta é a minha oitava S10 seguida. Pelo visto, eu já sei por qual modelo vou trocar”. Assim como o atento motorista, a S10 possui uma legião de admiradores. Não à toa, o segmento de picapes médias é dominado há 20 anos por ela. Mas a chegada da nova geração da Toyota Hilux, no final do ano passado, acendeu a luz amarela nos escritórios da General Motors. Desde dezembro, a picape japonesa tem batido a S10 nas vendas mensais. Para completar, a Ford Ranger foi reestilizada e a novata Fiat Toro que, embora não concorra diretamente com a picape da GM, por ser menor, tem vendido mais. Mas deixar escapar uma liderança de duas décadas não está nos planos da montadora americana, e a Chevrolet acaba de lançar a linha 2017 da S10, que ganha um novo visual dianteiro e interno e passa por pontuais mudanças mecânicas. A melhor das notícias, porém, é algo que não mudou: a tabela de preços. A GM manteve os valores do modelo que acabou de sair de linha.

Interior
A cabine também aproveitou a inspiração nos utilitários americanos da GM. O painel é idêntico ao da Colorado e representa uma grande evolução na comparação com o anterior, tanto em desenho, como em qualidade.

O incomum círculo que trazia os comandos do ar-condicionado foi substituído por botões convencionais, em formato mais horizontal. Todo o conjunto, porém, ganhou aspecto de requinte, compatível com as rivais de categoria.

Mais equipada
Todas as versões da picape ficaram mais equipadas. As duas opções mais completas, LTZ e High Country, por exemplo, passam a contar com sensores de luz, chuva e estacionamento dianteiro – itens indispensáveis em um veículo que custa mais de R$ 150 mil. Outra novidade é a chegada do sistema de assistente pessoal OnStar, gratuito por 12 meses. A marca não informou o valor da assinatura após este período.

A versão automática e a diesel mais barata da S10, LTZ, que custa R$ 150.190, desbanca com sobras a Hilux em preço, na versão intermediária (SR), de R$ 152.320. Enquanto a S10 já sai de fábrica com controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, alertas de colisão frontal e mudança de faixa, ar-condicionado digital, central multimídia e retrovisor interno eletrocrômico, a Hilux SR oferece apenas ar-condicionado convencional, computador de bordo e central multimídia.

O deslize é que todas as versões do Chevrolet saem de fábrica apenas com os dois airbags frontais obrigatórios por lei. A Ranger, contemporânea no ciclo de gerações, já oferece bolsas laterais e cortina desde a configuração “de entrada”.

E apenas as versões mais caras da S10 trazem os controles de tração e estabilidade – falha também presente na Hilux. A Ranger, por sua vez, traz os equipamentos em todas as versões.

Evoluções pontuais
O conjunto mecânico, que passou por mudanças na linha 2015, foi mantido. Apenas o motor 2.4 flex foi aposentado. Seguem em linha o 2.5 Ecotex flex, de até 206 cavalos, e o 2.8 turbodiesel, de 200 cv. Ambos ajudam a S10 a ser a picape mais potente da categoria.

O conjunto de transmissões, manual ou automática, sempre de 6 marchas, também não mudou.

A principal alteração na mecânica foi a troca da direção hidráulica por uma elétrica. A troca também ajudou a picape a ficar 35 kg mais leve. “Mesmo com o acréscimo de equipamentos, conseguimos fazer com que a picape perdesse peso”, afirmou Marcelo Bertocchi, engenheiro da Chevrolet. Além da “dieta”, a S10 está mais silenciosa em 8%, de acordo com a própria GM, graças também à vidros mais espessos.

Outra redução foi no consumo. A Chevrolet diz que a S10 2017 “bebe” até 5% menos do que a 2016. Neste caso, a maior responsável é a aerodinâmica, que ganhou grades, defletores, capota marítima e estribos menos resistentes a rolagem. Pneus verdes também foram adotados.

O Inmetro só fez medições com a versão manual, que registrou 8,8 km/l de diesel na cidade e 10,4 km/l na estrada. Durante o teste, em ciclo rodoviário, o computador de bordo da versão avaliada marcou, em média, 9,6 km/l.

Para deixar o rodar mais suave, a Chevrolet ainda recalibrou toda a suspensão, os amortecedores, molas e coxins hidráulicos, a fim de aumentar o conforto.

Conclusão
A dianteira que a Hilux tem conseguido nos últimos meses não deve demorar a ser revertida pela S10.

É comum que uma marca reduza o volume de produção de venda de um produto quando ele está para mudar, e foi isso que aconteceu com o modelo da Chevrolet.

Ainda há outros dois motivos para que mais clientes optem pela picape da GM do que pela da Toyota. O primeiro deles é a superioridade do produto. A S10 anda mais e é mais confortável do que a Hilux.

O segundo, e mais óbvio, está na tabela de preços. Nas versões equivalentes, a S10 sempre é muito mais barata. Entre as topo de linha, por exemplo, enquanto a Hilux SRX custa estratosféricos R$ 188.120, a S10 High Country é vendida por R$ 167.490. São mais de R$ 20 mil, suficientes para encher o tanque de 76 litros da S10 com diesel mais de 84 vezes (segundo os preços de SP fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo).

Por fim, a melhoria na dirigibilidade da S10 acompanha um movimento entre as picapes, que estão cada vez mais parecidas com veículos de passeio. Ela não apresenta o refinamento da Ranger e da quase-média Toro, mas por outro lado, ainda tem a robustez que esse tipo de veículo exige.s10colorado_copia fgd_2227 fgd_1906

Por Editor1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *